Minibásquete e o VAR
 
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Minibásquete e o VAR

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Minibásquete e o VARFoi nos já longínquos anos 80 do século passado, que pela primeira vez vi umas breves imagens dum jogo da equipa que eu treinava na altura. Essas imagens foram captadas em Angra do Heroísmo pela RTP Açores num jogo de seniores entre o Lusitânia e o Carnide.

O que então era uma perfeita raridade ao alcance, apenas de alguns clubes da 1ª Divisão Nacional, tornou-se hoje em dia uma perfeita banalidade ao alcance de toda a gente. Qualquer telemóvel pode dar em directo, qualquer jogo em todos os cantos do país.

Aqui volto à metáfora duma pessoa que muito estimo e admiro o Prof. Dr. Carlos Alberto Gonçalves, que foi entre 2001 e 2012 presidente do European Fair Play Movement. A faca é um utensilio bom ou mau? Não é nem bom nem mau, depende o uso que lhe dou. Por outras palavras a possibilidade de tudo poder ser filmado é bom ou é mau? Também aqui e focando-me apenas no universo do minibásquete, depende do uso que lhe é dado.

Se for para recordar imagens dos jogos dos filhos, se for para que ele possa rever o que fez bem e o que pode corrigir é excelente, pois como todos sabemos uma imagem vale mais do que muitas palavras. Agora e como diria o meu pai, santa paciência, se for para ir mostrar e chamar a atenção a alguém, que nem sequer é árbitro, que fazendo o seu melhor possível e benevolamente, para que o jogo se realizasse se prontificou a arbitrar um jogo de minibásquete, porque não apitou uma falta normalíssima dum jogo de crianças, que foi feita sobre o seu filho, onde é nós chegámos.

Que saudades eu tenho do tempo em que havia brincadeiras na rua, em que longe do olhar dos pais as crianças se juntavam aos seus amigos para jogar e se confrontar com os seus pares. Às vezes brigávamos e logo a seguir aprendíamos a fazer as pazes, compreendíamos os nossos limites, o sentido das distâncias e das amizades, crescíamos.

Com isto não estou a defender que os pais não devam assistir aos jogos dos seus filhos, apenas quero alertar para a necessidade de darmos espaço às crianças para crescerem, aprenderem a resolver os seus problemas e para um uso que considero completamente desajustado das novas tecnologias.

Uma excessiva preocupação no resultado dos jogos pode atear comportamentos desajustados. Há hoje em dia, uma tendência para minimizar a importância estas acções, que infelizmente podem crescer rapidamente para comportamentos perfeitamente inqualificáveis, como as imagens que bem recentemente várias televisões deram conhecimento com os desacatos entre adultos, num jogo de futebol de crianças. Enfim pensemos em que actividades desportivas para crianças andamos a promover…

 

 


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