Escalões que idades?
 
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Escalões que idades?

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altQue porta de entrada oferecemos nós às crianças que transitam do minibásquete para o basquetebol?

Se calhar devia ter iniciado o tema que tenho vindo a abordar nas últimas semanas sobre a captação, fomento e fidelização dos praticantes, pela proposta que vou a partir de hoje e durante as próximas semanas apresentar. No entanto resolvi narrar a história ao contrário. Não comecei esta série de artigos pela sugestão do Comité Nacional de Minibáquete, mas pelas reflexões provocadas pela discussão da proposta na reunião da coordenação técnica nacional. É um pouco como se fossemos contando a história da actualidade para o passado. 

Há uma coisa que não duvido e já o afirmei mais do que uma vez. Se por um lado temos que ter a consciência do que é que está ao nosso alcance modificar, por outro lado também não me parece muito normal que se pense, que com as mesmas soluções se alcancem resultados diferentes. À partida não há dúvidas que todos queremos mais praticantes e melhor basquetebol, mas será que escolhemos o melhor caminho? Que estratégia e apoios existem para a promoção das etapas iniciais da modalidade? O mini está, e bem face à realidade do nosso basquetebol, dentro da FPB num sector que se chama captação e fomento. Sendo assim, o primeiro objectivo do minibásquete na federação é conseguir chamar jovens e os seus pais à modalidade e conseguir fidelizá-los: crianças e pais, as crianças como praticantes e os pais como dirigentes, treinadores, árbitros, oficiais de mesa e espectadores que permitam no futuro encherem os pavilhões.

O crescimento verificado na última década no minibásquete e a porta pequena que oferecemos aos jovens que transitam do mini para o universo da competição, foram algumas das razões que levaram ao CNMB propor a alteração da idade dos escalões. O escalão de Sub-14, embora seja como já verificámos um momento em que muitos jovens se iniciam na modalidade, já não está inserido na captação e fomento.

Analisados e avaliados os números nas últimas quatro épocas verificámos que em Portugal, o escalão com maior número de praticantes na formação, são os Sub-14, pelo que não será esta uma razão que levará abandono da prática, na medida em que, face à realidade dos números, constatámos, que existem em todas as Associações muitos jovens que chegam ao basquete no escalão de Sub-14.

Contudo persiste o conceito da porta pequena que passamos a explicar. Na verdade, a transição do minibásquete para o escalão de Sub-14 é frequentemente difícil e representa em muitos casos, um passo maior do que a perna. A transição dos Mini-12 (Sub-12) para o escalão seguinte pode ser difícil por um conjunto de situações que vamos enumerar. Estas diferenças são de ordem diversa e podem ser caracterizadas, entre outros factores, a nível das dimensões e tamanho dos campos e material, da organização desportiva, do tempo de utilização do praticante e finalmente, se calhar e para mim o factor mais importante, a diferença de maturação biológica.

Dimensões e tamanho: a nível das dimensões e tamanho, para além do aumento da dimensão do campo, a altura do cesto passa de 2.60 m para 3.05 m e a bola deixa de ser a número cinco para ser a número seis.

Organização competitiva:  a nível da organização competitiva temos várias alterações. Os árbitros deixam de ser os “amigos” para serem árbitros oficiais. Os jogos deixam de ser convívios e jornadas concentradas com jogos em simultâneo e passam a ser jogados em “casa” e fora, em campo único com a atenção dos espectadores centrada num só jogo. Já não está em causa apenas o resultado do jogo. Este passa a contar para uma classificação, para o apuramento de títulos regionais, apuramento para provas nacionais etc.;

Tempo de jogo e utilização dos jogadores:  por força da organização competitiva e dos regulamentos, o peso das convocações passa a ser maior. Se nalguns casos isso não se verifica, em muitas situações os jogos passam a ser menos por época, um por semana. Este facto implica que, quando uma criança no primeiro ano do escalão (Sub-13) não é convocada, vai ficar duas ou mais semanas sem jogar. Noutras situações treina para ter a possibilidade, quando convocado, de estar 10 minutos em campo. O quadro que se verifica nas Associações maiores é que os praticantes de primeiro ano do escalão de Sub-14, salvo raras excepções ou vão parar à equipa B onde estão os todos os praticantes de primeiro ano ou eventualmente jogadores Sub-14 de segundo ano que estão a iniciar a prática, ou são os menos utilizados por serem fisicamente mais frágeis. Também sabemos, que normalmente as equipas B são aquelas que, por terem menos hipóteses competitivas, são entregues a treinadores mais inexperientes, tem as piores condições de treino e nos jogos raramente, face à escassez de árbitros, tem arbitragens oficiais.

Esta é a uma verdadeira porta das traseiras que nós oferecemos à grande maioria dos jovens que transitam do minibásquete para o basquetebol, as piores condições de treino, num ano que corresponde normalmente a uma grande maturação biológica.

Maturação: O problema do salto da puberdade e maturação é talvez aquele que mais nos preocupa. Em casos limite do mês do nascimento, podermos reunir em campo, jovens com praticamente dois anos de diferença, numa fase de desenvolvimento em que as diferenças de maturação são enormes. Por exemplo a partir de Janeiro de cada época é frequente juntarmos em campo um jovem Sub-14, que faz nesse mês 14 anos com um jovem vindo dos Mini-12 que se fizer anos em Dezembro, na mesma altura acabou de fazer 12 anos. Embora ambos sejam do mesmo escalão, como em termos de anos de nascimento só fazem um ano de diferença, na prática têm dois anos de diferença numa fase em que o crescimento dos jovens é enorme e no entanto, estão a jogar no mesmo escalão. Por outras palavras, enquanto um já é um rapaz em plena maturação da puberdade, com os ganhos de crescimento e força que daí advêm, o outro é muitas vezes ainda um menino, que começa a despontar para a puberdade.

Como as raparigas normalmente maturam mais cedo este problema tem maior peso nos rapazes, e diz-me a também experiência e muitos anos de observação que, normalmente, o escalão de Sub-13, e posteriormente um escalão de Sub-15) envolvendo 2 anos de nascimento apresentam menores discrepâncias de maturação, pelo que, o argumento, que só estamos a adiar o problema dos praticantes de primeiro ano dentro de um escalão me parece, para além de todos os outras alterações já mencionadas bem menos problemática.

Apesar da fidelização, ao contrário do que chegámos a pensar não ser um problema, acreditamos, pelos motivos já evocados e outros que apresentaremos para a semana que vem, que esta alteração seria benéfica para a modalidade. No entanto termino com uma ideia já diversas vezes exposta, não há apenas um caminho, existem vários. “Quando pensamos que encontrámos todas as soluções, surge sempre mais uma hipótese, pelo que todas as opções e caminhos são legítimos desde que tenham consistência, coerência interna e apresentem resultados". E por mais voltas que dermos, por mais soluções que encontremos, por mais atalhos que pensamos que descobrimos, para nos aproximarmos dos valor competitivo de outros países, dificilmente daremos um grande salto qualitativo no basquetebol, enquanto não arranjarmos formas de alargar a base e encontramos soluções para fidelizar os praticantes ao basquetebol.

 

Comentários 

 
+11 #1 Pedro Garcia 03-05-2011 11:23
Constata-se que o escalão que abraça maior número de atletas inscritos é o de Sub 14, a verdade é que aquele que recebe uma "primeira leva" de atletas, relativamente ao escalão anterior, é o de Sub 10, que comparativament e ao de Sub 8, tem quase o dobro de inscritos.
Olhando apenas os números, notamos que de Sub 10 a Sub 14, entram mais cerca de 500 novos atletas... e que de Sub 14 para Sub 16, saem cerca de 500. Esta análise, muito subjectiva, parece indicar provável que uma % elevada dessas desistencias se possa dever, tambem à tal questão da "fidelização". Ou seja, quanto mais cedo entrarem, mais "fiéis" e mais capazes vão estar e os que entram mais tarde (concretamente já em Sub 14) terão naturalmente mais dificuldades em adaptar-se ao jogo desse mesmo escalão, dificuldades que se agudizam em Sub 16.
O escalão de Sub 14, apesar de poder e dever ser um escalão de "Captação", o de Sub 16 já não tem essa vertente... e talvez nem o deva ter, de modo geral (salvo excepções...)
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