Ser Treinador não é fácil
 
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Ser Treinador não é fácil

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altSer Treinador de Basquetebol em Portugal não é de todo tarefa fácil. Estejamos a falar de um treinador de formação ou de um treinador de equipas seniores,

nos diferentes níveis de competição do nosso país, ambicionar a ser treinador é, em primeiro lugar um acto de coragem.

Despertados na formação inicial para um conjunto de valores e código de conduta, o candidato a treinador inicia o seu percurso, após estágio, com expetativa, ilusão e insegurança. Sabendo de antemão que em muitos casos o seu trabalho pouco vai ser falado, sendo apenas valorizado se a vitória o acompanhar muitas vezes.

O tecto baixo que impede almejar um cenário onde o Treinador de Jovens é reconhecido por mais coisas do que simplesmente a vitória ou a taça alcançada, é algo que atrofia completamente qualquer jovem principiante na arte de treinar. A nossa cultura desportiva, ou “provincianismo competitivo”, como designou João Oliveira no seu livro o Puzzle do Seleccionador, é algo que neste momento exerce enorme influência na forma como os treinadores desempenham as suas funções.

Nos órgãos de decisão política as preocupações estão e sempre estiveram longe de poderem centrar-se naquilo que o Desporto e a Educação Fìsica, nas suas mais diversas vertentes, poderão contribuir para um País diferente. Existem coisas boas no nosso Desporto, mas parece-me não existir uma identidade perfeitamente clara do papel que o mesmo exerce na melhoria da nossa sociedade. Daí que, no pouco espaço que é deixado aos diferentes agentes para fazer andar a máquina do Desporto, flutuam conceitos pouco esclarecidos, ideias boas e menos boas, interesses puros e interesses menos claros, conduta coerente e conduta imprópria, treinadores esclarecidos e coerentes e outros tantos impedidos de revelarem a suas reais qualidades devido a uma neblina temperamental que chega a cegá-los dentro de campo.

O Treinador, seja em que contexto desportivo for, continua a ter sobre si a responsabilidade de constituir um bom exemplo de conduta, uma referência para todos os parceiros que consigo dão vida a um projeto de clube. E se estivermos a falar de um treinador e jovens a responsabilidade aumenta. Nessa medida, a sua atuação sobre as arbitragens, grande parte delas frágeis e em formação, é talvez o sinal exterior que mais contagia quem assiste a um jogo desportivo coletivo. Um simples esbracejar poderá ser o gatilho para dez minutos de insultos por parte de um qualquer ser humano menos controlado nas emoções. Seja com conteúdo técnico tático ou simplesmente com as palavras de ordem, o protesto, a contestação, o insulto emerge num efeito bola de neve tal que quando damos por ela nem sabemos bem a origem do protesto e já se desperdiçaram outras tantas oportunidades de consolidar a contestação.

É com cenários destes que parece ser temperado o ambiente dos jogos de formação em alguns locais do nosso país. O Futebol não escapa a esta apreciação, mas o Basquetebol, nomeadamente nos escalões de formação, onde mesmo perdendo ganhar parece ser tudo, não escapa a esta onda nada formativa, mas que não deixará de formar jovens, certamente para dar continuidade comportamental  a esta tendência.

Que me desculpem não referir os pavilhões onde se aplaudem boas jogadas, onde sem malícia até sai do público uma “boca” bem humorada, seguida de um segundo de euforia por mais um cesto ou golo marcado. Todavia, creio que o espaço sufocante onde o desporto vai exercendo a sua acção está a proporcionar o esmagamento do seu real valor. Ambientes vibrantes? Escasseiam pois é claro. De dez segundos vibrantes, sai mais um apontamento insultuoso capaz de escapar aos ouvidos da segurança ou da segurança se escapar por entre os insultos.

E parece incrível como também o minibasquete não escapa, parecendo haver um denominador comum – a presença do Adulto, ferido emocionalmente, atento à mínima possibilidade de conflito, mas reivindicando que é contra conflitos e que o mais importante é a criança. Talvez seja certamente, mas o mais importante é tirar a criança de um ambiente onde poucos se interessem pelas suas reias necessidades.

Neste cenário, repleto de matéria para a sociologia do desporto estudar e tentar compreender, ou não, atua o treinador. Se de desporto juvenil estivermos a falar, parece-nos evidente que o cinco inicial, composto pelo ensinar, aprender, treinar, evoluir e competir não se irá entrosar e conseguir render. Consequência? Espectáculo pobre.

O Treinador, preso e influenciado por este ambiente, ou influenciador do mesmo, tem a sua  tarefa pedagógica altamente dificultada. Os seus atletas, quer queiram quer não, serão perturbados pelas inquietações dos adultos, a informação do treinador para os jogadores irá chegar cheia de interferência emocional e rapidamente todos se dispersarão do essencial. A frustração será grande porque certamente nos treinos da semana as preocupações não foram os erros dos árbitros, mas a melhoria das competências dos jogadores.
Assim, mesmo com erros de arbitragem, só há uma forma de efectivamente conseguirmos exercer influência em proveito próprio da nossa equipa – Ajudar os jogadores. Ainda está para se realizar um estudo que nos diga que vale a pena pressionar sempre a arbitragem, dentro e fora do campo, porque o medo fará cair as decisões a favor de quem intimida ou contesta. Até lá, para bem dos jogadores, que não haja ilusões, ambiente e clima positivo nos recintos desportivos vão manter atletas fidelizados à modalidade que gostam de praticar. Outro cenário fá-los-á abandonar, mais tarde ou mais cedo, levando com eles os treinadores e pais fartos de ambientes hostis onde pouco se vibra e muito se grita com o que ali acontece.

 

Comentários 

 
+3 #1 Ana Pinto 08-03-2015 17:01
João, excelente artigo.
Ano novo e desafio novo, revejo-me neste artigo!
Bjs
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