Melhor cultura basquetebolística, é o que nos apetece desejar para o novo ano que ora desponta. Acreditamos que possível de alcançar,
no sentido de se vir a recolocar a nossa modalidade no patamar a que já teve direito: a 1ª modalidade de pavilhão do nosso País.
Melhor cultura basquetebolística para todos: praticantes, treinadores, dirigentes, árbitros e adeptos, face a uma modalidade por muitos considerada o mais completo desporto de equipa!
Para tanto, haverá que "fazer o que tem de ser feito". E nessa linha de rumo, ancoramos esta nossa análise no facto de, à partida, reconhecermos que há necessidades que são comuns em todas as pessoas, variando de satisfação de pessoa para pessoa e de cultura para cultura.
Se é verdade que há pessoas que desde o berço são desprovidas de valores éticos, não menos é considerar-se que, à pessoa, não basta nascer, necessário se torna crescer e aprender, adquirindo as referências, os valores para o bem e para o mal.
Recordar, porque a propósito, o célebre psicólogo norte-americano que foi Abraham Maslow que, na sua famosa teoria humanista sobre as necessidades humanas, estabeleceu o conceito de que cada pessoa procura, regra geral, satisfazer as motivações mais básicas, antes de passar às do nível superior.
Começando pelas necessidades biológicas, a que se seguem as de segurança, as de afeto, as de estima e, no topo da pirâmide, as de autorrealização. A que mais tarde, Maslow, acrescentou as de satisfação estética e as de conhecer e compreender o mundo à sua volta.
Reforçando este conceito, somos transportados a assumir a escolha do caminho de que, compreender e ser compreendido, é a base das relações humanas, que tende a gerar confiança e a aproximar as pessoas. Aproximar tanto mais, quanto mais e melhor puderem ser, em convergência, as referências para, então, se conseguir mais e melhor basquetebol!
O contrário disto, quando é indispensável programar, não se programando ou programando mal, corresponderá, inevitavelmente, a programar o.. fracasso!
Visando a valorização do praticante e do nível da prática, e centrando esta nossa abordagem em dois eixos-chave, analisaremos, sumariamente, o papel a desempenhar pelos Treinadores e pelas Associações Regionais onde estão inseridos; colocando, a montante, a intervenção dos pais/encarregados de educação, quando direcionam os seus filhos para a prática da modalidade. Deverão ter o cuidado na escolha do local (clube) idóneo onde colocá-los, aperceberem-se se o treinador possui sólido conhecimento do jogo, se tem perfil adequado e se é possuidor de conduta pedagógica e ética exemplar, e, por último, o que será o ideal, se o mesmo integra uma equipa técnica liderada por um qualificado e competente coordenador técnico.
Cumprido este primeiro desiderato, vamos, então "a jogo". Assumirá, então, o Treinador a comprometedora responsabilidade de vir a proporcionar aos jovens praticantes: bem estar, desenvolvimento psicossomático, divertimento e reconhecimento deles próprios, estimulando a sua criatividade e criando incentivos e premiando o espírito de grupo.
É tão importante a tarefa do Treinador, que ele se constituirá no principal motor do crescimento e desenvolvimento dos seus atletas. E apenas para criar maior incentivo, no arranque dos trabalhos, não ficará mal a cada um de nós, Treinadores, recordar o conteúdo de duas das obras legadas por esse "monstro" - porque carinhosamente! -, que foi mestre prof. Teotónio Lima, a quem, ao evocá-lo, outro grande mestre prof. Hermínio Barreto, se referiu assim: "Foi o maior de todos nós, treinadores". Duas enormes referências.
Recordemos os títulos das obras: "Com que então quer ser treinador" e "Saber treinar, aprende-se".
No outro eixo-chave colocamos as Associações Regionais que, na sua legítima preocupação de aumentar a massa crítica - maior numero de praticantes -, e porque também com os olhos postos no desenvolvimento da modalidade e do nível técnico da mesma e da eventual espetacularidade, que melhor atuação do que focar a sua cuidada atenção na valorização do praticante e do nível da prática do jogo?!
Daqui resultando, como linha programática, porque no seu raio de intervenção, uma escolha criteriosa dos selecionadores regionais, e respetivos adjuntos (porque não dois, em cada escalão etário), otimizando os recursos técnicos disponíveis, aferindo a capacidade de resposta, das diversas seleções, tendo como "barómetro" a Festa do Basquetebol - situação concreta e esclarecedora.
Também no raios de ação de cada uma das Associações Regionais, haverá que revitalizar os (vários)) quase moribundos Corpos Regionais de Formadores, os quais em articulação com a ENB/DTN, da FPB, poderão e deverão ter um papel extremamente importante na definição dos critérios, por exemplo, de escolha dos selecionadores regionais, na escolha consensual do modelo de jogo a implementar, atendendo, inclusive, às recentes orientações da DT Nacional, para além, naturalmente, das ações de formação a treinadores que, desde sempre, lhes está cometida.
Igualmente, porque com "pernas para andar", aproveitar as seleções para, em conjunto som os diversos clubes/treinadores, desenvolver iniciativas orientadas para o trabalho no terreno, visando, por exemplo: a otimização de jogadores bases, extremos e com movimentações interiores; incrementar com periodicidade regular "operações altura", "ciclos de defesa", "ciclos/torneios de lançamento", formas reduzidas de jogar: "3x3 FIBA" - que não na forma atual, vulgarmente praticado nas nossas escolas - preferindo antes, e puxando um pouco a brasa... o "nosso" "3x3 FIBA/ms-hg", em desenvolvimento, porque a ser experimentado, e a ter de se recorrer à indispensável maturação; a seu tempo...
Para tanto, por um lado, os clubes teriam de ser "obrigados" a ceder um dia - à 2ª feira, por exemplo - para os trabalhos com as seleções; trabalho devidamente orientado e coordenado.
E por outro, porque no modelo atual, que dificilmente seria compatível, por dificuldades de espaço e de tempo (facilmente constatáveis) por parte dos diretores técnicos regionais, teriam os mesmos, ainda por cima absorvidos com várias tarefas puramente do fôro administrativo, de "ceder" para dar lugar a esta nova linha de orientação.
Temos presente a reunião de início de época, com o atual diretor técnico nacional, prof. Mário Gomes: "Só chegaremos a algum lado com uma linha de compromisso" e que haverá que: "Fazer o que tem de ser feito".
Poderá ser "isto", que servirá para algo, ou de maneira diferente?
Pela nossa parte, "fomos a jogo".
Do que nós precisamos, diz-nos a nossa experiência e já algum traquejo nestas andanças, disso temos a convicção plena: Melhor cultura basquetebolística!
Voltaremos em 14 de Janeiro, com o tema: "O valor das referências".
Até lá, e bom Basket!
Um Bom Ano de 2016 para todos.