Saber identificar o que está mal
 
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Saber identificar o que está mal

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San Payo AraújoMuitas são as solicitações que me têm efectuado para abordar vários temas. Infelizmente uma das mais recorrentes são os comportamentos durante os jogos de alguns pais,

e não dos pais, como geralmente oiço.

Nunca gostei de tomar a parte pelo todo, sempre considerei as generalizações perigosas e redutoras e sempre pensei que era importante distinguir o trigo do joio.

Face às diversas solicitações este será um tema que falarei na próxima semana. Hoje vou terminar o tema, que tenho vindo a tratar nas últimas semanas, sobre o valor do minibásquete e quando é que as crianças devem iniciar a aprendizagem do jogo.

No meu texto “Real Bodies” mencionei, referindo-me ao artigo “Uma criança não é um cifrão”, que relativamente a este tema havia pelo menos quatro perspectivas. A perspectiva dos pais, a perspectiva do treinador a perspectiva do dirigente e das crianças.

Após ter abordado as perspectivas dos pais e do interesse das crianças, hoje vou falar sobre as perspectivas do treinador e do dirigente.

Quando o João Machado me convidou para ir coordenar e treinar o minibásquete do Belenenses, não perguntei quanto me pagavam, a única pergunta que fiz, foi que condições me eram proporcionadas para trabalhar. Nesta fase da minha vida o que eu quero é poder potenciar os meus conhecimentos e para isso necessito de condições, espaços, horários e bolas. Já não tenho muita vontade de tentar potenciar as condições existentes. Isto faz toda a diferença.

Há muitos treinadores e não só que estão sempre prontos a criticar o trabalho dos outros, mas a grande maioria das vezes, não sabem em que condições os treinadores criticados estão a trabalhar. Infelizmente digo-vos, que por um conjunto de motivos e dificuldades, que já tenho referido nos meus artigos, a começar pelos horários escolares, não são muitos os clubes que oferecem boas condições para ensinar e treinar minibásquete.

Numa longa conversa que tive com um jogador que muito admiro, como o Miguel Miranda, quando ele estava a tirar o Grau 1 de treinador em Góis, veio à baila o ensino do minibásquete. Dizia o Miguel: O minibásquete não podem ser só “caçadinhas”, como eu vejo no meu clube. Na sequência dessa afirmação e sabendo eu quantos minis estavam inscritos no clube a que ele se referia, e eram muitos, eu perguntei-lhe três coisas, quem é que estava a treinar esses minis e em que espaço e quantas crianças estavam no treino. A resposta que obtive foi a seguinte: É um jovem sem grande experiência e estava a treinar num campo atravessado com duas tabelas e quase três dezenas de crianças.

Face a esta resposta eu dei-lhe a minha opinião, temos de saber identificar o que está mal. E o que está mal não é o que o treinador está a fazer, o que está mal são as condições que lhe são proporcionadas. Nessas condições, ainda bem que ele está a fazer as “caçadinhas” e não está a colocar as crianças em longas filas à espera de executarem uma ou duas vezes durante o treino o lançamento na passada. Nessas circunstâncias ainda bem que o treinador privilegia as ditas “caçadinhas”, ao menos se cada criança tiver uma bola, todos se mexem, aprendem a driblar e ao divertirem-se com os amigos querem voltar aos treinos. Não são, seguramente, circunstâncias facilitadoras das aprendizagens, mas ao menos é um momento de captação e eventual fidelização de praticantes.

Se queremos verdadeiramente ensinar então temos que dar condições aos jovens treinadores. Um campo com duas tabelas, uma bola para cada praticante e grupos no máximo até 16 crianças, de preferência com alguma homogeneidade do ponto de vista motor. Com essas condições podemos ensinar, mas mesmo assim, como as crianças de hoje não tem rua, e chegam aos trinos depois de um longo dia em que já foram na escola “massacrados” com aprendizagens, sinto que é necessário dar-lhes algum espaço para através de exercícios e jogos divertidos aprenderem fundamentos e o jogo. Não é tarefa fácil, mas é possível.

Quanto aos dirigentes, não é muito difícil compreender o que penso. A sustentabilidade que qualquer projecto é decisiva, mas quando uma criança deixa de ser uma criança e passa a ser encarada como um cifrão há qualquer coisa que está, para ser suave, errada. Antes de sermos lestos a criticar é importante saber verdadeiramente identificar o que está mal.

 

Comentários 

 
+1 #3 San Payo 04-03-2016 12:16
Caro Pedro Martins

Na realidade é através de bons exemplos e boas práticas que melhor educamos. Curiosamente o seu comentário vem na linha do meu próximo artigo. Parabéns pela sua iniciativa. Deveria ser seguida por mais pais.
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0 #2 Leonel António 03-03-2016 14:12
No comento.
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+1 #1 Pedro Martins 01-03-2016 12:10
Criticar é sempre o mais fácil. Casos de pais que na bancada críticam tudo mas quando são convidados para serem dirigentes, ou não aceitam, ou passam a ter uma atitude diferente.
Ou o caso da minha filha: Começava a irritar-me as criticas dela ao trabalho dos árbitros, que sempre a prejudicavam. Como não a podia por a arbitrar, fui com ela ver um jogo de formação daqueles que eu sabia serem quentes. Na primeira parte vimos o jogo junto à uma claque. Protestos e mais protestos ao trabalho do árbitro. Na 2 parte, disse lhe, agora vamos ver juntos ao lado da outra claque. O mesmo cenário. A minha filha então percebeu, que se todos críticam é porque o trabalho não deve ser fácil. E isto é transversal a todos os agentes desportivos.
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