De costas voltadas…
 
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San Payo AraújoContinuar a divulgar o projecto inovador do MCBA promovido pela Associação Higplay, com o apoio do sector da educação da camara municipal de Gaia e a colaboração de vários clubes

do concelho é dar a conhecer um projecto inovador, que se tiver capacidade de singrar, pode ser uma verdadeira pedrada no charco. Em Portugal temos dois sistemas desportivos o federado e o escolar. Não somos um país rico, mas mesmo assim conseguimos despender recursos em dois sistemas para nenhum verdadeiramente funcionar. Bem sei que a pouca formação desportiva que se vai fazendo, apesar de tudo e com grandes custos para as famílias, acaba por estar nas mãos dos clubes e como tal no sistema federativo.

Os números oficiais de praticantes do desporto escolar são enormes, mas como a prática é muito reduzida e na maioria das modalidades a competição é praticamente nula ou não existe, não serve de muito apresentar, em números oficiais, um ror de praticantes. Ter muitas crianças e jovens inscritos no desporto escolar, com reduzida prática de treino e competição quase inexistente é gastar recursos, que pouco mais servem do que para fins estatísticos.

Curiosamente, ou não, o estado para a prática desportiva escolar não exige declaração médica, que é outra das contradições que tenho dificuldade em compreender. Como é que uma criança, muitas das vezes sem um mínimo de preparação pode participar por exemplo num corta-mato escolar, sem apresentar a declaração médica e para fazer um jogo de minibásquete no clube tem que ter a dita declaração médica.

No entanto este problema da diminuta prática de jogos também é extensiva ao desporto federado, nomeadamente no interior e nas Associações mais pequenas. Desgastamo-nos a discutir quadros competitivos, como é que vamos encontrar os campeões regionais e nacionais, mas não falamos como é que uma criança que pratica basquete no Alentejo, em Bragança, Guarda, Vila Real ou Viseu pode durante a época realizar no mínimo 20 a 25 jogos. Se para termos expressão social, queremos a expansão do basquetebol, este é um problema sobre o qual devíamos reflectir antes de nos debruçarmos sobre a forma como vamos encontrar os campeões. A primeira necessidade dos jovens e das crianças é jogarem, muitas vezes durante o ano e não apenas pontualmente.

Uma das coisas que muito me agrada, entre outras que abordarei noutros artigos, no projecto do MCBA da Associação Highplay é o seguinte: Tanto quanto me foi dado a perceber, a pergunta mais frequente que os professores ouviram nas aulas/treinos em que preparavam as suas equipas escolares para esta competição era, quando é que temos novamente jogos. É no mínimo curioso que esta iniciativa nasça fora dos sistema desportivo escolar e federativo, mas pelo que me foi dado a perceber vai conseguindo envolver dois universos que normalmente estão de costas voltadas.

 

 


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