Projectos ou a falta deles
 
Faixa publicitária
Localização: HOME BASKET CLINIC DIRIGENTES ARTIGOS DIVERSOS Projectos ou a falta deles

Projectos ou a falta deles

Enviar por E-mail Versão para impressão PDF
Avaliação: / 6
FracoBom 

Nuno TavaresTal como qualquer empresa, um clube deverá ser gerido com os mesmos pressupostos, sendo que se não o fizer, arrisca-se a estar sempre em falência.

Já vou no meu quarto pais a trabalhar em basquetebol, de todos, só Portugal apresenta, na generalidade, uma falta de estrutura em (quase) todos os sectores de um clube.

Olhando para os clubes no geral, é raro vermos estruturas pensadas para ter rentabilidade a médio/longo prazo. Os clubes viveram anos e anos na dependência de organismos públicos, que distribuíam dinheiro em troca de números (por vezes irreais) de atletas, com transportes gratuitos e sem procurar alguma independência financeira através de receitas próprias ou do apoio do sector privado. Quando o sector privado entrava na vida dos clubes, era sempre para beneficiar fiscalmente, através de facturas com valores diferentes do valor monetário que entravam nas contas dos mesmos. Acrescentamos a isto o facto de, o atleta nunca ter pago mensalidade, o que criava um número muito acima do que se verifica agora.

Mas a questão ainda é mais complexa, quando o aspecto financeira se cruza com uma parte do contexto desportivo extremamente importante, a arbitragem. Para muitos clubes, especialmente das maiores associações, reclamam, e com razão, a falta de arbitragens em praticamente todos os escalões, mas estes mesmos clubes tem a noção que, caso houvesse arbitragens em todos os jogos, em todos os escalões, muitos deles teriam graves problemas em manter as suas contas equilibradas.
Então a pergunta coloca-se: que projectos?

Um clube tem que ter a capacidade de criar as suas próprias receitas, mas como pode fazer? A primeira opção é a que todos os clubes fazem, especialmente após 2006, cobrar uma mensalidade a cada atleta, sendo que começaram a desenvolver o minibasquete de tal forma, que tornou-se um escalão de grande rendimento, pois tem os seguros gratuitos e não possui qualquer encargo de arbitragem.

Mas as mensalidades não são a resposta, pois estas acabam por ser um rendimento de gasto imediato. Os clubes têm que, entre outras receitas, ter a capacidade de criar o seu próprio rendimento através de merchadising, publicidade e atrair público nas bancadas (falando de escalões de competição).

Mas os três estão interligados, porque sem público nas bancadas, nenhum investidor patrocina, sem patrocínios não temos entrada de dinheiro e, novamente, sem público não podemos vender marchandising.

Juntamos a isto a falta de hábito de se cobrar bilhete, algo que devia existir, estar regulado de modo a beneficiar os clubes. Sem cobrar o bilhete, já temos poucas pessoas, se cobrarmos iremos ter ainda menos? Não penso que seja esse o caminho, pois quem realmente gosta, não será por 5 euros que não vai. O problema está na falta de cultura desportiva que cada vez mais afasta as pessoas dos pavilhões, as pessoas não se interessam pelo desporto no geral, infelizmente menos ainda pelo basquetebol. Embora o desporto de formação terá sempre uma actividade alta, os seniores, os ídolos, aqueles que nos fazem sonhar, as equipas que conquistam o impossível, são sempre aquelas que fazem a roda girar a alta velocidade.

Por último, qual o interesse de uma empresa em apoiar um clube, a não ser o facto de ajudar porque existe um conhecido, parente ou pai? Não existe nenhum interesse, pois uma empresa deseja ter algo em retorno, normalmente visibilidade ou que o que vende seja adquirido ainda mais após a tal visibilidade. Mas se não temos público nos pavilhões onde está essa visibilidade?

Em Itália o estado nunca subsidiou muito o desporto, sendo que a sua maior força sempre veio do sector privado, temos o exemplo do “Kinder” Bolonha, do “Armani” Milão, “Scavolini” Pesaro, clubes com patrocinadores fortes, patrocinadores que sabem que, todos os domingos, estão 10 mil pessoas com os olhos postos nas suas marcas, transmissões televisivas, clubes que de quarta divisão, com mais de 1000 pessoas a verem os seus jogos. A partir daqui, tudo se torna mais fácil.

Se um clube português fosse uma empresa, arriscaria a dizer que estaria sempre em falência, quem diz clube diz associação, quem diz associação diz federação.

É urgente pensar o basquetebol português como uma empresa, é urgente pensar que, o seu maior activo, são os milhares de atletas que todos os dias praticam, é preciso protegê-los, focar neste activo e dar-lhes todas as condições para que eles possam duplicar e triplicar.

Em Itália, a “visão ao fundo do túnel” para um jovem jogador é de ser profissional, ganhar um ordenado, ser reconhecido e, com muito trabalho e alguma sorte, tornar-se milionário.

Qual a “visão ao fundo do túnel” para um jovem atleta português?

Nuno Tavares
+39 347 339 8969
Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar
ISY

 

 


Facebook Fronte Page

Buscas no Planeta Basket

Wilson Basketball

  • Treinadores

  • Lendas

  • Resultados

Sample image Canto do Treinador Exercicios, comentários, artigos, etc...ver artigos...

Sample image Lendas de Basquetebol Quem foram as personagens marcantes da modalidade. ver artigos...

Sample image Resultadoos e Classificações Todos os resultados na hora... Ler mais...

Facebook Side Panel

 
Faixa publicitária
Faixa publicitária
Faixa publicitária
Faixa publicitária