Mudar o mundo
 
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Mudar o mundo

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altA minha forte preocupação com os comportamentos dos adultos, que dirigem ou acompanham o fenómeno da formação desportiva, leva-me a ser um tema sobre qual falo e escrevo muitas vezes.

De cada um, dos mais de trinta jamborees de minibásquete, europeus, nacionais e regionais, em que estive envolvido guardo recordações e estórias. Uma das recordações que guardo, do jamboree de Macedo de Cavaleiros foi os preocupantes resultados do trabalho efectuado pelos alunos de enfermagem e de fisioterapia da Escola de Saúde Jean Piaget, que durante o jamboree fizeram uma avaliação individual do índice de massa e das posturas corporais de todos os participantes.

Também desse jamboree, guardo na memória uma estória, que se passou já perto do final do evento. O jamboree de Macedo de Cavaleiros, realizou-se, por iniciativa da Engª Helena Chéu, presidente do Campus Universitário de Trás os Montes do Instituto Piaget. Já perto do final do jamboree a Engª Helena Chéu e o marido, que foi jogador de basquetebol, convidaram-me para um simpático jantar em Mirandela. Se a memória não me atraiçoa, nesse jantar, num agradável restaurante numa varanda com vista sobre o rio Tua, estavam para além do casal mencionado, o presidente e o vice-presidente da Associação de Basquetebol de Bragança e a Ana Maria Freire, então vice-presidente do Comité Nacional de Minibásquete. Como não podia deixar de ser as conversas incidiram sobre o basquetebol e sobre comportamentos. A determinada altura da conversa, sou interpelado pelo vice-presidente da AB de Bragança, que tal vez por ser Major do Exército, formulou a pergunta do seguinte modo: “Mas o senhor comandante acha mesmo que vai mudar o mundo?”

A minha resposta foi pronta: “É evidente que não, apenas tenho a leve esperança de conseguir influenciar algumas pessoas, nada mais do que isso.”

Para explicar a minha leve esperança, aproveitei a ocasião para contar a seguinte metáfora, que não tenho a certeza, mas creio ser do Chico Buarque. Havia um incêndio na selva e um passarinho passa por um rio e apanha uma gota de água para deitar sobre o fogo. O elefante, que com a sua tromba jorrava litros de água sobre o incêndio começa a rir-se, volta-se para o passarinho e pergunta-lhe o que é ele estava a fazer. A resposta do passarinho vem pronta: “Vocês elefantes são poucos, nós passarinhos somos milhões, se cada um fizer a sua parte mais rapidamente apagamos o incêndio. Eu faço a minha parte.”

Com a minha forma de estar na vida eu também tento fazer a minha parte e se conseguir influenciar algumas pessoas, óptimo. Fiquei naturalmente muito satisfeito quando a Engª Helena Chéu no fim da metáfora afirmou: “A mim já me influenciou.”

 

 


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