Jorge Lozano foi jogador durante 15 épocas no Sport Algés e Dafundo, treinador das camadas jovens também no Algés e recentemente dirigente ao serviço do Belenenses. Mas apesar de actualmente não estar directamente ligado à modalidade, a sua paixão pelo jogo não diminuiu.

Pai de dois filhos, Pedro e João, este também ligado ao basket, Jorge Lozano é um empresário de sucesso, que não dispensa a sua modalidade favorita no seu dia-a-dia, como se pode constatar pelo seu escritório, onde não faltam referências basquetebolísticas.

A sua empresa, "Jorge Lozano, Lda.", tem o único Centro Nacional de Formação certificado pelo Estado português (DGERT) para Trabalhos em Altura, o qual foi fundado em 21 de Setembro de 2006 e que está situado em Queluz, sendo bem visível, a partir da CREL, uma torre com 24 metros de altura e com o seu símbolo no topo. Além da formação e da certificação de técnicos, a sua empresa faz a venda de equipamentos e a prestação de serviços ligados aos Trabalhos em Altura.

Sr. Lozano, o que é o basquetebol para si? Donde vem esta paixão pelo jogo?

O basquetebol é, de facto, para mim uma verdadeira paixão! Para além de ter feito parte da minha formação como pessoa e como desportista, o basquetebol é daquelas modalidades que encanta não só pela beleza dos seus gestos técnicos, como também pela emoção e incerteza no resultado que os seus jogos normalmente envolvem. Posso mesmo afirmar que o basquetebol é daquelas coisas na minha vida para o qual estou sempre disponível e que me faz esquecer ou alhear de outras coisas.

Quais foram os momentos mais marcantes da sua carreira enquanto jogador?

Houve várias coisas que me marcaram enquanto jogador: a aprendizagem e a vivência salutares no Algés, a boa geração de treinadores com os quais tive o privilégio de trabalhar, a participação nas selecções regionais e nacionais de iniciados e de juvenis dos anos 70, as épocas em que fui treinador estagiário de iniciados e de juvenis do Algés e o facto de que sempre que jogava contra o Carlos Lisboa, o qual considero ter sido o melhor praticante nacional de todos os tempos, de recair sobre a minha pessoa a missão de o defender e de tentar impedir que ele fosse o nosso “carrasco”.

Pode-nos dar alguns nomes de atletas do seu tempo, companheiros e adversários com quem competiu?

A nível nacional não me esqueço óbviamente do Carlos Lisboa, do nosso ídolo e base do Algés que era o José Luis e da geração de ouro dos moçambicanos Augusto Baganha, Rui Pinheiro, Nelson Serra, Quim Neves, entre outros e que jogavam na altura no Sporting. A nível internacional e como atravessei os anos 70 e 80 como jogador, as minhas referências eram o Magic Johnson, o grande Michael Jordan, o Larry Bird, o Karl Malone, o almirante Robinson, o John Stockton, o Clide Drexler, o Charles Barkley, o Pat Ewing e outros que fizeram parte daquilo que considero ter sido o verdadeiro e 1º dream team que participou nos Jogos Olímpicos de Barcelona.

Foi dirigente do CF "Os Belenenses" durante algum tempo e tem um dos seus filhos nas camadas jovens do clube. Como comenta a actual situação da secção de basquetebol sénior do clube?

Enquanto dirigente do CFB nas épocas 2004/2005 e de 2005/2006, vivi uma das melhores experiências no basquetebol, visto termos tido equipas muito competitivas, termos jogado ao mais alto nível e consequentemente de andarmos não só a disputar os primeiros lugares da liga nacional LCB como a participar na liga internacional da ULEB, sempre e devidamente apoiados pela direcção do clube. Actualmente, encontro-me bastante apreensivo pela modalidade, não só pela extinção da liga nacional LCB, como também pela política e decisão recente da nova direcção sobre a lamentável e incompreensível extinção da equipa sénior do CFB. Tendo um filho a praticar esta modalidade no clube e sem referências na equipa sénior, a sua motivação e a progressão técnica naturalmente diminuem, o que me deixa bastante desapontado.

O seu armazém está muito bem arrumado e reflecte uma grande capacidade organizativa. É esse um dos segredos do sucesso da empresa?

O sucesso de uma empresa, de um clube, de uma associação ou de qualquer outro tipo de organização depende única e exclusivamente das pessoas que nela trabalham e das suas competências e isso tem acontecido com a equipa de trabalho que me acompanha e que tem igualmente sabido corresponder às necessidades e exigências do nosso mercado. Organização e disciplina são outros factores que contibuem para o nosso sucesso aos quais juntamos um bom espírito de equipa e em que todos sabem o quê, quando, como e devem fazer.

Qual foi o trabalho mais prestigiante que teve de efectuar?

A formação e a certificação nacional de técnicos para Trabalhos em Altura é uma das tarefas da empresa e que julgo ser a mais prestigiante. Quando contabilizamos actualmente mais de 300 cursos, mais de 3.330 técnicos formados durante mais de 35.000 horas de formação acumuladas, através de formadores devidamente treinados e certificados para o efeito, julgamos estar a dar um forte contributo para a diminuição da sinistralidade laboral e mortal neste tipo de actividade pois, de facto, o que fazemos é ensinar as pessoas a trabalhar de forma segura e a evitar simplesmente que a queda e a consequente morte aconteçam.

A formação de trabalhos em altura é fundamental para a segurança das pessoas que efectuam este tipo de trabalho. Em que consiste?

Pelo que mencionei anteriormente, confirmo que não só é fundamental como é também indispensável, pois Portugal tem elevadas carências ao nível da formação profissional e na actividade dos Trabalhos em Altura somos confrontados com desconhecimento, negligência, falta de prevenção e facilitismo que, óbviamente, são adversários deste tipo de actividade. A formação que conduzimos é teórico-prática, tem como objectivo a aquisição efectiva das respectivas competências profissionais e implica a certificação individual dos técnicos em causa. Os cursos são muito práticos e permitem também progressão profissional, desde o Nível I até ao Nível IV.

Alem da formação, em que outras áreas consiste o trabalho da sua empresa?

A nossa empresa insere-se na área da Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho e é especializada na vertente dos Trabalhos em Altura. Aqui, desenvolvemos um serviço completo ao mercado, seleccionando e vendendo os equipamentos, formando e certificando técnicos e prestando todo o tipo de serviço relacionado com Trabalhos em Altura. Somos representatntes de prestigiadas marcas europeias, como a Heightec, Uniline, HighStep Systems e a Dickies, o que também permite oferecer soluções de qualidade e estar ao nível da formação que minsitramos.

Num período de crise não só no basquetebol, mas também na vida nacional, porque decidiu patrocinar um projecto como o Planeta Basket?

Trabalhamos em Altura e o basquetebol normalmente é praticado por jogadores mais altos, o que implica alguma afinidade nas duas coisas. Para além disso, o facto de estarmos a patrocinar o Planeta Basket estamos também a divulgar a nossa empresa e as nossas soluções a mais pessoas e entidades, assim como pelo gosto que pessoalmente tenho pela modalidade e pelos novos projectos e desafios.

Pensa voltar a estar mais ligado à modalidade no futuro?

Estarei sempre disponível para treinar, ensinar, dirigir ou colaborar desde que o clube, as pessoas envolvidas e o projecto tenha organização, projecto e haja espírito de equipa visto que, tal como já referi anteriormente, são as chaves para o sucesso e sobretudo para que todos nos possamos sentir bem naquilo que fazemos!

Desejo a todos boa sorte e sucesso para o PLANETA BASKET.