A 1ª pedra, o compromisso e a valorização

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Humberto GomesHavíamos anunciado que para hoje teríamos como tema : "Ofereço-me, como voluntário". De alguma maneira é disso que se trata, porquanto,

ao me oferecer, estou a manifestar a minha disponibilidade - qualquer que seja a temática a abordar - e ao ser voluntário significa vontade em colaborar, em participar, em "ir a jogo", porque voluntariamente.
Hoje, em concreto : "A 1ª pedra, o compromisso e a valorização".

A 1ª pedra que advém do documento do Departamento Técnico, da ETN da FPB, intitulado "Formação de jogadores-Orientações Nacionais".

Considerando que a formação de jogadores/as constitui para a Direção Técnica Nacional, o mais importante assunto/problema do nosso Basquetebol, sobre o qual é urgente intervir, de forma organizada e coordenadamente, razão pela qual é considerada uma tarefa prioritária.

Caracterizando a situação de que existe "escassez de recursos humanos no Departamento Técnico da FPB, porque os treinadores que integram a ETN, não estão vinculados a "tempo inteiro à FPB e têm (e ainda bem que assim é) vidas profissionais muitíssimo ocupadas, nomeadamente os que são responsáveis pelas seleções nacionais de jovens".

Se a esta semi-indisponibilidade, acrescentarmos o facto de que, "por motivos que são do conhecimento de todos"- refere-se no documento -, não pôde ser aprovado pela Direção da FPB, integrar uma parte específica sobre "Preparação Físico-Atlética", reforçando a ETN com um especialista que, além de elaborar um plano de intervenção nesta área, iria trabalhar junto das seleções de jovens, nacionais e regionais; constata-se, afinal, que os meios de que dispomos são, de facto, reduzidos para operacionalizar um conjunto de tarefas que poderiam, só assim, dar corpo e alma ao manifesto/proposta de há muito anunciada:

"O propósito da DT Nacional é o de que não deve situar-se nos gabinetes e estar envolvida em papeis, mas antes interessada e empenhada em chegar ao treino e ao jogo" e na mesma linha, nas devidas proporções, de qual "a conceção do que deverá ser o papel do diretor técnico regional".

Mas, não obstante a nossa realidade concreta, face à exiguidade de recursos, já algo está em marcha - referimo-nos ao Plano de Trabalho com os DTR e os selecionadores regionais -, que a seu tempo, esperamos, deverá ser tornado público.

Voltaremos, naturalmente a esta temática, mas registe-se desde já que as "Orientações Nacionais" se traduzem em 3 partes, a saber:

Sublinhemos, em síntese, para aguçar o apetite, de cada uma delas:

Caracteriza os objetivos e indicações metodológicas para a construção do Treino, para cada etapa de treino, do Minibasket - etapa de fidelização -, aos sub-14 - etapa da iniciação -, aos sub-16 - etapa da orientação - e aos sub-18 - etapa da especialização -, com a colocação de questões prévias para a definição de um modelo de jogo.

Registámos ainda que o processo de formação tem de permitir a existência das três fases de desenvolvimento de competências motoras : Aprender, Aperfeiçoar e Automatizar.

No documento estão definidos um conjunto variado de objetivos técnico-táticos para cada uma das etapas. Planear, dirigir e avaliar o treino em função da concretização de objetivos deverá ser uma preocupação permanente se quisermos uma aposta muito clara no processo de formação de jogadores.

"Só sabendo para onde queremos ir, perceberemos se realmente para lá vamos", surge como orientação forte, na linha do secular e célebre provérbio irlandês :"Antes de sabermos para onde vamos, temos primeiro de saber onde é que estamos".

São 112 páginas de consulta de todo recomendável. "Tendências de Evolução do Jogo-Princípios, conceitos":

Da generalidade sobre a defesa e a importância da defesa no basquetebol atual:

Contra-Ataque:

Ataque de transição:

Ataque de posição:

Transição defensiva:

Algumas linhas de força, bem a propósito face aos tempos que correm:

São 127 páginas com conteúdos manifestamente apetecíveis.

O Compromisso

Salientada a importância destes trabalhos : "Formação de Jogadores-Orientações Nacionais", será hora de se "fazer o que tem de ser feito", mas também de "dizer o que tem de ser dito", na anunciada linha de conduta de que : " só encontraremos algum caminho com uma base de compromisso".

E para que fique registado, a FPB deverá de resolver as situações que se vão arrastando de "pro bono", em que companheiros nossos - onde me incluo - adiantam verbas - estão a subsidiar... - para se deslocarem e quanto a respeitar compromissos.

Por outro lado, se é bem verdade que as barreiras mentais são as mais difíceis de combater, decisivo será também que se estabeleça uma cultura de trabalho assente na "franqueza" e não num clima de "cortar à faca". Todos nos devemos envolver e comprometer para o desenvolvimento do basquetebol que, reconheçamos, atravessa um momento particularmente difícil.

A Valorização

Saibamos aproveitar estas ferramentas, agora disponibilizadas, acrescentando em defesa da minha "dama", instituindo - com os incentivos possíveis a criar no seio da FPB - a função de coordenador técnico - reconhecidamente competente e qualificado - em cada um dos clubes que se viessem a mostrar interessados.

Cremos constituir a via mais segura e que melhores garantias poderia oferecer, face aos propósitos agora enunciados, no sentido de assegurar, numa primeira rampa de lançamento - outras naturalmente mais exigentes se  poderão seguir (seleções regionais e nacionais, centros de especialização) - o modelo de crescimento e de desenvolvimento do praticante e da consequente  subida de nível da qualidade da prática do jogo.

Valerá recordar, porque a propósito, o célebre e milenar pensamento chinês : "Podemos escolher o que semear, mas iremos certamente colher o que plantarmos".

Voltaremos a 19 de Novembro, e continuaremos a "ir a jogo".

Até lá, e bom Basket!