Tempo de homenagear

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altFoi um telefonema do Ivan, que me alertou para a triste notícia do falecimento do Abílio Lopes. Desconhecendo eu o seu estado de saúde o choque ainda foi maior, nem queria acreditar.

Logo nesse momento falámos em publicar a notícia no Planetabasket, contudo fomos informados pelo Fernando Lemos, que a família preferia que houvesse algum recato na divulgação da notícia, facto que respeitámos. Pensei então em escrever um texto na minha habitual colaboração de terça-feira. Contudo, no labirinto de emoções que estas situações provocam, o amigo João Ribeiro foi mais célere e já escreveu para o PB, um belo e sentido artigo, pelo que apenas me limito a enviar um forte abraço de sinceras condolências, extensivo a toda a família, ao companheiro e amigo Rui Lopes.

Está quase a fazer um ano que deixei de exercer as funções de responsável pelo minibásquete na federação. Embora tenha referido nos meus artigos que iria fazer um balanço, muito da história do que foram esses dezasseis anos na FPB está por contar.

Penso que a melhor forma, que o universo do basquetebol tem para homenagear quem infelizmente parte para sempre, ou os que simplesmente deixam de exercer funções é pugnar pela melhoria da modalidade. Cada um há sua maneira deu o seu contributo, melhorar o que foi feito é a maior homenagem se pode fazer. Vem este pensamento a propósito, não da minha saída, pois saí da federação mas não abandonei o minibásquete, mas dum artigo que já tinha transmitido ao Cesar Castro que iria escrever.

Muita coisa foi feita nos 16 anos que estive em frente ao minibásquete, mas ninguém faz nada sozinho, só com o envolvimento de muitas pessoas, dirigentes, treinadores, professores, árbitros e encarregados foi possível fazer crescer e desenvolver o minibásquete. Nestes 16 anos contactei e conheci muitos presidentes de Associações. Como faz parte da natureza humana, uns com mais e outros com menos, sensibilidade para o minibásquete.

A razão que me levou a escrever este artigo foi o facto de saber que, dois dos presidentes que maior sensibilidade tiveram para o minibásquete, os presidentes da Associação de Basquetebol de Viana do Castelo e de Santa Maria nos Açores, deixaram recentemente as suas funções nas respectivas Associações. Estou a falar do Manuel Antunes da ex-presidente da AB Viana do Castelo e Armando Soares ex-presidente da AB Santa Maria.

O Manuel Antunes, mais reservado, menos expansivo, mas de enorme sensatez e perspicácia esteve sempre muito atento ao minibásquete. Não foi por acaso a sua Associação foi a que sempre apostou na organização dos jamborees tendo ajudado a organizar quase um terço, 9 em 28 jamborees realizados, e ser a única Associação que neste momento tem minibásquete em praticamente todos os concelhos do seu distrito. Passaram por jamborees, vindos do distrito de Viana, entre outros, e que hoje são figuras grandes do nosso basquetebol a título de exemplo o Miguel Maria Cardoso e a Michelle Brandão.

Armando Soares homem de causas e convicções, pessoa com quem criei fortes laços de amizade, que vão bem para além do minibásquete foi outro Presidente que apostou fortemente no minibásquete. Foi sempre a Associação dos Açores que mais jovens enviou aos jamborees e fruto desse empenho e múltiplas actividades realizadas no minibásquete, como por exemplo ter sido o primeiro a convidar o Mondoni, e também do trabalho desenvolvido pela Livramento Pamplona, que foi possível que uma jovem, nascida para o basquetebol em Santa Maria, que também passou por jamborees, como a Myriam Chermiti ter sido vice-campeã europeia nos de sub-16.

Melhorar e dar continuidade ao trabalho de quem nos deixou é a maior homenagem que lhes podemos fazer.

 

 
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