Libertos da necessidade de originalidade, que preocupa, por se sentirem votados ao anonimato, muita gente dos nossos dias, grande parte dos educadores, que ensinaram a minha geração eram pródigos no recurso a provérbios e citação de máximas da sabedoria popular.
Das muitas máximas e provérbios que ficaram na minha memória, existem duas citações, que aprendi na minha juventude, nomeadamente com o meu pai, que utilizo com alguma frequência: “Usa e serás mestre” e “Fraco é o discípulo que não excede o mestre”.
Passado mais de um quarto de século sobre a morte do meu tio por afinidade, (a minha tia Lídia Lemos, também professora de educação física, é irmã da minha mãe), contínuo frequentemente a reflectir sobre os ensinamentos, com que o Prof. Mário Lemos moldou o meu gosto por ensinar.
Procurar caracterizar os aspectos mais marcantes da sua postura como educador não é tarefa fácil. Mas pegando nas citações mencionadas poderei dizer, que uma das grandes lições que aprendi com Mário Lemos, foi a de reflectir sobre o que ia fazendo nas aulas, treinos e jogos, enriquecendo o “usa e serás mestre”, transmitido pelo meu pai. Costumo dizer que o meu “habitar natural” onde me sinto confortável é no campo a dar aulas ou treinos, mas com o meu tio aprendi a ser o que se pode chamar um “prático reflexivo”.
Quanto à outra máxima, “fraco é o discípulo que não excede o mestre” há situações em que sou obrigado a discordar com tal máxima. Os mestres mais importantes são os que criam doutrina, e Mário Lemos criou doutrina, eu como seu discípulo limito-me a recriar a sua doutrina e divulgar muito das suas ideias.
O “culpado” do meu gosto pela formação e pelo basquetebol tem um nome que é importante não ser esquecido: Mário Lemos o meu mestre.
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