Não conheço o Afonso Candeias pessoalmente. Contudo, já o vi jogar diversas vezes, nomeadamente quando ainda era Mini-12 nas Festas do Minibásquete em 2014. Não pude estar presente em Albufeira,
mas de tudo o que ouvi e me relataram, há um facto que pela sua elevação e dignidade, me motivou a escrever este artigo. Pelo que me foi relatado por mais do que uma pessoa, já no prolongamento da final de Sub-16 entre Lisboa e Porto, ainda com tudo por decidir, perante uma indecisão dos árbitros a quem pertencia uma bola fora, o Candeias prontamente deu a conhecer que tinha sido o último a tocar na bola e que esta pertencia à selecção do Porto.
Agora que por necessidade dos tempos em que vivemos, tanto se fala em “fair-play” o Afonso Candeias deu uma enorme lição de ética a todos presentes no pavilhão. Ao contrário de outros, que consideram que tudo podem fazer para vencer jogos, como pressionar árbitros a tomarem decisões erradas, simular que foi sem querer, a água derramada para dentro do campo para interromper jogos, apagar luzes do pavilhão, criar climas de intimidação, o que não faltam são histórias destas na modalidade, o jovem Candeias foi um verdadeiro senhor. Os que criticaram a atitude do Candeias, se tiverem um mínimo de coerência nunca poderão, quando perdem, queixar-se dos erros da arbitragem, pois o que queriam era que o árbitro errasse.
O Candeias nunca se deu por vencido, deu dentro do campo, deu verdadeiramente tudo de si para vencer, mas nunca o quis fazer com vantagens ilícitas. São para Candeias as minhas palavras finais: Outros até poderão ter dado tanto como tu, mas certamente ninguém se pode gabar ter dado mais ou ter sofrido mais com a derrota. Nunca te arrependas do que fizeste. As lágrimas amargas, que choraste no final do jogo; tenho a certeza, que rapidamente se transformaram em lágrimas de um imenso orgulho, que toda a tua família e teus amigos têm por seres quem és. Quem como tu pratica com tanta ética, a modalidade da sua paixão, pelo exemplo que deste, ganha mesmo quando perde.
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