Timeout com Gonçalo Farias
 
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Timeout com Gonçalo Farias

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altGonçalo Farias é um jovem arbitro de 18 anos da Covilhã.

Ligado ao Basquetebol há alguns anos sempre na Associação de Basquetebol de Castelo Branco, depois de representar o CDC e a ABC, ambos clubes da sua cidade e as selecções distritais, decidiu por fim à sua carreira de jogador e dedicar-se exclusivamente à arbitragem. Apurou-se há poucas semanas para a fase final do programa dos Potenciais Talentos. Uma fantástica época espera o Gonçalo. Felicidades para ele!


Estiveste ligado de alguma outra forma à modalidade antes de te dedicares à arbitragem? Jogaste basquetebol e onde?
Sim estive, desde pequeno que o basquetebol faz parte da minha vida. Com 5 anos entrei para o Minibasquete e divertia-me durante as manhãs de Sábado. Ao fim de dois anos, infelizmente, tive de deixar o basquetebol por incompatibilidade de horários e só aos 13 anos pude regressar, onde joguei época após época desde o 2º ano do escalão de Sub-14 até ao escalão de Sub-18 (inclusive). Tanto o minibasquete como os 4 primeiros anos de competição “a sério” (até ao 1º ano de Sub-18, inclusive) joguei num clube da minha cidade e da minha rua, o C.D.C (Clube Desportivo da Covilhã) e o último ano joguei no A.B.Covilhã (Amigos do Básquete da Covilhã). Actualmente dedico-me apenas e inteiramente à arbitragem.

Porque te decidiste tornar arbitro? Quais foram os principais motivos?
Sempre me interessei muito pela modalidade e achei que aprender um pouco mais nunca fez mal a ninguém. Assim, quando surgiu a oportunidade, fiz o curso de arbitragem no CAD de Castelo Branco na esperança que pudesse evoluir um pouco mais a minha forma de jogar baseado no que os árbitros analisavam durante cada jogada. Foi também com a intenção de ter um “hobby” relacionado com o basket que tomei a iniciativa em ser árbitro.

Alguém te influenciou a enfrentares este desafio da arbitragem?
Não creio que alguém me tenha influenciado, foi mais apoiar. O meu primo era árbitro e propôs-me essa situação. Os meus pais desde sempre me apoiaram durante todo o percurso até aos dias de hoje.

Para ti, quais são as qualidades que um jovem arbitro deve ter para ser bem sucedido?
Um jovem árbitro, a meu ver, deve ter antes de mais, gosto e prazer no que faz, na própria arbitragem. Só isso é meio caminho andado para alcançar a chave do sucesso. Além disso espera-se sempre que tenha todas as qualidades técnicas num bom nível. Deve ainda saber separar as emoções e ter confiança no seu apito.

Quais são os teus objectivos para esta “profissão” a longo prazo?
A longo prazo gostaria de poder ascender à categoria de árbitro nacional e depois mais tarde pensaria no próximo objectivo. Tudo isso sem deixar de parte o meu objectivo inicial, divertir-me.

Fazes algum tipo de análise após os jogos que apitas?
Sim faço. Antes de cada jogo deve-se fazer um scouting das equipas e um pré-game assim como no fim, que é quando deve ser feito o pós-game. Geralmente discuto uma ou duas jogadas imediatamente após o fim do jogo quando chego ao balneário, no entanto, o verdadeiro pós-game realizo-o em casa, longe de tudo o que me liga ao jogo e ao basquetebol. É lá que encontro a calma e concentração para analisar o jogo todo quando já não estou de “cabeça quente”.
 
As tuas simpatias ou antipatias com pessoas que estão em campo, influenciam o teu trabalho?
É certo que não e, como é óbvio, não devem influenciar. Um árbitro tem de ir para o campo livre de todos os problemas e situações que giram em torno dele. Ir de cabeça limpa para um jogo é meio caminho andado para se conseguir uma boa arbitragem. Dentro de campo não existem amigos, inimigos, namorados, etc., existem sim juízes, jogadores e treinadores.

O momento da tomada de decisão é instantâneo. Alguma vez sentiste que erraste, logo após ter apitado?
Sim, mais do que uma vez até. Errar é humano e quem somos nós, árbitros, para não errarmos? Temos é o dever de errar o menos possível, mas surgem sempre situações em que se comete um pequeno erro (por vezes não são assim tão pequenos). De qualquer forma esse erro não deve influenciar, de modo algum, o resto da nossa arbitragem. Assim se vê um grande aspecto de um bom árbitro: errar e superar o erro.

Como se sente um árbitro perante uma situação de dúvida, sobre um eventual erro que tenha cometido?
Falando por experiência própria, nos primeiros erros que se comete fica-se um pouco atrapalhado, é verdade. Mas com a experiência de jogo após jogo, além de os erros serem cada vez menores são cada vez melhor ultrapassados.

Como lidas com situações de pais ou adeptos malcriados?
Como se costuma dizer, entra por um ouvido e sai pelo outro. Pessoalmente eu ignoro todos os barulhos, todos os insultos, o que quer que seja, vindo das bancadas, desde que isso não interfira com o desenrolar do jogo e/ou ponha em causa a segurança de todos os intervenientes do mesmo.

Qual foi o jogo mais difícil que apitaste?
Cada jogo tem a sua dificuldade. Não consigo escolher um jogo para ser considerado o mais difícil que arbitrei até hoje. Por vezes, um “simples” jogo do escalão de Sub-14 torna-se extremamente complicado quando menos se espera. Por isso, é que se deve dar o máximo a cada jogo novo.

Qual foi até hoje, o momento mais feliz da tua carreira, enquanto arbitro? E o mais infeliz?
Se me é permitido dizer, não possuo apenas um momento mais feliz da minha carreira, mas sim 3. O primeiro (e por ordem de acontecimentos) foi poder estar presente na Festa do Basquetebol Juvenil em Portimão na edição de 2009. Foi lá que fiz novos conhecimentos sobre a arbitragem e que fiz novas amizades dispersas por todo o país (tu, amigo Bino, foste um deles).

O segundo momento mais feliz foi poder repetir a experiência do primeiro, mas no ano de 2010. Ao chegar ao festival fiquei muito contente por muitas pessoas que havia conhecido, ainda se lembrarem de mim (nem que fosse como o rapazinho de Castelo Branco).

O terceiro e último momento (por agora), foi ter conseguido qualificar-me para o Programa Potenciais Talentos, objectivo que já aspirava há algum tempo.

Para ti onde está o potencial de um árbitro?
Para mim, o potencial de cada árbitro está naquilo a que chamamos de inteligência. Não apenas na teórica mas na prática também. É saber arbitrar de forma correcta, reagir positivamente nos momentos mais complicados e saber assumir quando se erra.

Qual a importância dos oficiais de mesa?
Como qualquer outro membro da equipa de arbitragem, um oficial de mesa é indispensável. Muitas vezes os árbitros recorrem aos oficiais de mesa para clarificar e tentar desmistificar alguma dúvida que lhes possa ter ocorrido no momento na jogada em questão. Além disso, vejamos pelo mais simples: quem contaria os pontos marcados, quem controlava o tempo de jogo se não houvesse oficiais de mesa?

Na tua opinião, qual é o nível do arbitragem portuguesa?
Creio que está muito bom de há uns anos para cá. Tem vindo a evoluir cada vez mais e tem sido reconhecida no estrangeiro. Veja-se recentemente o caso do nosso colega Fernando Rocha que teve a oportunidade de participar num grande evento como o Campeonato do Mundo de Basquetebol realizado na Turquia.

Os árbitros também "jogam" em equipa. Há algum colega com quem tenhas particular apreço em fazer dupla?
De todos os meus colegas com quem já tive o prazer de arbitrar, gostei imenso de poder fazer dupla com um grande amigo meu e ex-companheiro de equipa, também do CAD de Castelo Branco, João Luís Tourais (um abraço para ti amigo). Gostei inclusive de arbitrar com o árbitro Davide Silva, do CAD de Santarém, nos dois Festivais do Basquetebol em Portimão em que estive presente (um abraço também para ti Davide).

Quais são os teus ídolos portugueses?
Sem dúvida Fernando Rocha, Luís Lopes, Sérgio Silva e todos os restantes árbitros que fazem desta modalidade algo grande, algo melhor, uma vida.

Tens alguma referência a nível da arbitragem estrangeira?
Para ser sincero nem por isso. Vejo algum basquetebol estrangeiro mas não conheço nenhum árbitro em específico.

O que é que pensas do site Planeta Basket?
Há já alguns anos que sou visitante habitual do site e, se sou visitante regular, é porque gosto do que vejo. Mantém-nos a todos sempre actualizados das notícias nacionais e estrangeiras relacionadas com o basquetebol. Sem dúvida, dos melhores e se não o melhor!

O que pode ser melhorado na página dos árbitros?
Creio que a página referente à arbitragem está bastante agradável de se ver. Uns vídeos sobre técnica de arbitragem, jogadas, etc., seriam um bom contributo para a mesma. Aproveito desde já para agradecer a oportunidade que me foi concedida em poder participar convosco e continuação dum óptimo trabalho. Dada ser a época ideal, desejo-vos a todos vós e a todas as pessoas que lerem isto um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo!

 

Comentários 

 
0 #5 João Luís Tourais 09-02-2011 17:59
Boa entrevista.
Continua a realizar o excelente trabalho que tens feito até aqui e de certeza que vais ser recompensado.
Não desistas dos teus objectivos e procura sempre evoluir mais, só assim te tornarás num melhor árbitro.

Parabéns e boa sorte para o futuro

Abraço.
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+2 #4 césar fernandes 30-12-2010 09:55
Parabéns pela entrevista, achei que estavas seguro daquilo que dizias e ser humilde não faz mal a ninguém, sou teu colega de Aveiro conheci-te a fazer o teste prático e tivestes personalidade, um abraço e votos de um ano novo melhor para os teus jogos.
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+5 #3 Amilcar Roseta 26-12-2010 02:47
Parabéns pela entrevista e por teres conseguido participares nos jovens talentos que é aquilo que tu és. Continua com essa vontade que vais longe pois tens qualidades para isso
Um grande abraço
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+5 #2 Andreia Carriço 25-12-2010 20:44
Boa Gonçalo :)
O destaque deve ser dado a quem o merece. Continua o bom trabalho.

Beijinho
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+7 #1 Diogo Martins 21-12-2010 12:29
Tens de apostar o máximo este ano ;)
Grande entrevista ;)

Abraço ;)
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