O antigo árbitro da NBA Tim Donaghy, colocado recentemente em liberdade após cumprir 15 meses de prisão por ter recebido subornos ligados a apostas, disse ao "60 Minutes",  ter recebido ameaças de morte por parte de crime organizado.

Na entrevista concedida ao programa televisivo da CBS, Donaghy falou também de ter "atirado para a rua" a sua carreira de árbitro a troco de 100 mil dólares (cerca de 67 mil euros) em lucros resultantes das apostas, do joelho que diz ter sido fracturado num ataque de uma organização criminosa enquanto esteve detido e do esquema de apostas de resultados em que esteve envolvido durante 4 anos.

"Eles [a máfia] disseram-me que eu tinha de dar os meus palpites e que, se eu não lhes dissesse em quem apostar, alguém poderia fazer uma visita a minha mulher e os meus filhos na Florida", disse Donaghy, sobre as ameaças à sua família, negando, porém, ter alguma vez manipulado resultados. "Não precisava de o fazer. Sabia qual a equipa que iria vencer, consoante os árbitros nomeados para cada jogo", afirma, salientando que acertava cerca de de 75% das suas apostas.

"Eu sabia que havia certas relações entre árbitros, jogadores, treinadores e proprietários, e isso tinha influência nos resultados dos jogos", conta.

A ligação de Donaghy às apostas foi descoberta pelo FBI através de escutas telefónicas. O ex-árbitro aceitou então cooperar na investigação, a troco de uma pena menos severa, o que provocou a ira dos seus contactos ligados ao crime organizado. "Recebi ameaças através do telemóvel... ameaças de morte. Disseram que me iam matar", diz.