Deixemo-nos de sonhar…
 
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Deixemo-nos de sonhar…

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San Payo Araujo Foi com muito orgulho, pela forma empenhada e digna como se bateram, que eu acompanhei pela televisão os jogos de Portugal no Europeu.

Seria possível, mas não era fácil, sairmos de lá com uma vitória ou mais vitórias, seria sempre em superação, seria num dia em que conseguíssemos uma boa percentagem de lançamentos de campo, nomeadamente de triplos, a par duma extraordinária percentagem de lances livres, como a conseguida no jogo com a Grã-Bretanha, pois em termos defensivos, de uma forma geral estivemos muito bem. Os meus sinceros parabéns a todos os jogadores e à sua equipa técnica Mário Palma, Mário Gomes e Ivan Kosturkov.

A minha ida a Espanha a Santa Maria del Collell em final do mês de Julho, veio abrir horizontes, que serão alvo dos meus próximos artigos e reforçar as minhas convicções. Em Collell tive o privilégio de poder contactar entre outros com Josep Bordas, pessoa que me ajudou a tomar consciência de outras perspectivas de abordagem das aprendizagens e me deslumbrou como há muito que não acontecia, um verdadeiro compêndio de sabedoria e experiência. Numa alongada e fascinante conversa, em determinado momento do nosso diálogo Josep Bordas perguntou-me, quantas crianças existiam em Portugal  dos seis aos doze e quantos praticantes de minibásquete tínhamos? Informei-o que ainda não sabia os números do último censo, mas que num levantamento que tinha feito há cerca de 10 anos atrás em Portugal viviam cerca de 900.000 crianças nessa faixa etária e que actualmente havia 9 mil crianças a praticar minibásquete. A resposta de Josep Bordas foi incisiva e fez-me lembrar um sonho do Prof. Mário Lemos expresso numa grande entrevista conduzida pelo Jorge Schnitzer para o jornal a Bola. O título dessa grande entrevista publicada em 25.05.72. em que se falava de minibásquete era “ A ESCOLA NA RUA À PROCURA DE 40.000 CRIANÇAS.” Esse era o sonho do Mário Lemos. A resposta de Josep Bordas à minha informação, foi curiosamente ou não, a seguinte: “Enquanto vocês em Portugal não tiverem no mínimo 5% da vossa população infantil, (ou seja 45.000 crianças a jogar minibásquete), deixem-se de sonhar com resultados internacionais.

 

Comentários 

 
+4 #5 João Ribeiro 07-09-2011 13:38
Caro San Payo, o sentimento em torno da nossa Selecção foi semelhança ao seu. Pela admiração que tenho desde sempre para a equipa técnica nacional, desejava a todo o custo que ganhássemos um jogo. Este foi o verão das equipas com mais sentido de equipa do que talento (ex: selecção sub-20 Futebol). Mas este continua a ser o Verão em que os nossos dirigentes continuam a utilizar esta mística para continuar a sonhar com eventos grandiosos e projecção exagerada dos nossos desportistas. A frase e a lição está dada e remetida para todas as associações: associação que não tenha proporcionado a 5% das crianças do seu distrito experienciarem o Minibasquete não pode sonhar com resultados desportivos. Seja no basquetebol seja noutra modalidade.
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0 #4 Kyres Dan 07-09-2011 01:37
Concordo com a ideia de uniformizar os campeonatos. Porque é que só os clubes podem participar. Existem muitos clubes que nem sequer estão a formar bem preocupando-se só com as receitas que a formação dá para tapar buracos nas suas equipas sénior. A FPB deveria deixar que qualquer escola pudesse participar nos campeonatos permitindo que o universo de atletas se ampliasse e assim houvesse possibilidade de surgirem novos valores. Aliás na minha óptica devia rever-se o modelo de formação pelos clubes e a política de desenvolvimento da modalidade da federação. Não compreendo porque o basquetebol português continua a definhar e porqué não aparecem tabelas nas ruas para as crianças e os jovens practicarem o jogo, por exemplo......
Saudações desportivas
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+5 #3 Rui Costa 07-09-2011 00:26
Concordo e é tal qual uma frase que vi no outro dia:
"a melhor maneira de tornares os teus sonhos realidade é acordar".

No caso do basquetebol português, temos de acordar para a realidade e perceber que, hoje, estamos longe do nível do basquetebol disputado neste europeu. A equipa das quinas que representou (e bem) o nosso país é composta por jogadores que fizeram o "basquetebol português de ontem", mas que, com todo o respeito, já não deviam fazer o de hoje. Esta geração de jogadores em final de carreira (ainda é, mas) já não devia ser a melhor do basquetebol português actualmente, e se é verdade que estes jogadores têm muito mérito pelo sua ética de trabalho ao longo de tantos anos, também é verdade que só o é, porque nos últimos 20 anos o basquetebol português deixou de formar jogadores e de lhes dar um espaço suficientemente aliciante para crescer e jogar.
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0 #2 Paulo Coelho 06-09-2011 14:31
Subscrevo
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+1 #1 José do Centro 06-09-2011 10:29
Mas para atingirmos esses 5% de basquetebolista s dos 6 aos 12 anos a federação tem de trabalhar directamente com o local onde as crianças estão - A ESCOLA. Não é andarem a fazer projectos como o Compal Air em que só serve para encher os bolsos a um grupo de gulosos que têm o pomposo nome de Coordenadores Distritais do Compal Air. Têm sim de acabar com esta estupidez de ter dois "basquetebois" o federado e o escolar onde participam os mesmos miudos. Existia isso sim um só Campeonato, primeiro distrital e depois nacional onde se inscreviam todas as equipas que existiam fossem elas de escolas ou de clubes. Não é como aqui no Médio Tejo a Escola que tem ganho nos últimos anos o Desporto Escolar nem treinos faz porque as atletas já vêm treinadas do Clube, é só pôr a jogar e ganhar e depois ainda ficam muito chateados quando elas têm compromissos com o clube e não podem representar a Escola, só para referir que o professor responsável dessa escola acumula tb o cargo do Compal Air. LOL.
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