Depois de duas semanas fora de casa, por causa da Festa do Minibásquete em Paços de Ferreira e do Jamboree de Paredes de Coura, tenho passado dias difíceis.

Passei uma semana profundamente dividido entre a vontade de ir a Matosinhos e a obrigação moral de não sobrecarregar as minhas irmãs com as minhas ausências e acompanhar os meus pais, cada vez mais a necessitarem do apoio e carinho dos filhos.

Ir a Matosinhos era "experienciar" uma vivência, que pelos ecos que ressoaram dos mais diferentes lados foi verdadeiramente fantástica e a provar que o basquetebol, embora tenha muita coisa a corrigir, ao contrário do que alguns arautos da desgraça apregoam, está entre a nossa juventude, vivo e bem vivo.

Ficar a dar apoio aos meus pais era respeitar valores de solidariedade que defendo e em que acredito. Se apregoamos a solidariedade, comecemos pelos que nos são mais próximos. Em Paços de Ferreira e Paredes de Coura, eventos em que gosto muito de participar, para além do gosto, estive presente por compromisso e a obrigação, em Matosinhos seria apenas o prazer que me movia.

Nesta luta interna de emoções venceram os valores de solidariedade e não fui a Matosinhos.

Como habitualmente em Agosto, vou descansar e como tal interrompo a minha colaboração semanal de terças-feiras no Planetabasket. Contudo à semelhança do que se passou em Matosinhos não deixarei de estar atento ao que se passa no universo do basquetebol, pois tudo indica que este vai ser um verão quente. Para além das múltiplas participações das nossas selecções nas diversas provas europeias, em Setembro vamos ter eleições, que por imperativos legislativos vão implicar o surgimento de um novo presidente, de um novo executivo. Não vou fazer um balanço global dos sucessivos mandatos de Mário Saldanha, penso que, melhor do que ninguém a história, e Mário Saldanha faz parte da história do basquetebol, e o tempo se encarregarão de o fazer com maior objectividade.

Não fui a Matosinhos, mas pude ver imagens da Fiba-Europa em que apareciam sempre imagens de minis envolvidos nos jogos. Este envolvimento dos minis, nos momentos altos da modalidade, há muito tempo defendido pelo  CNMB, começa a ser uma imagem de marca do nosso basquetebol, com reconhecimento internacional.

Pelo que sei, e não estranho, pois conheço bem as capacidades e competência do Paulo Neta, a organização foi fantástica e as muitas referências elogiosas da Fiba-Europa são bem o testemunho dessa qualidade. Há gente muito capaz no nosso basquetebol, e saber interpretar e potenciar os sinais positivos é saber olhar para o futuro. Se não há dúvidas, que há muita coisa que não está bem no basquetebol, também há sinais positivos como já referi em diversas ocasiões, nomeadamente no meu artigo de 11 de Setembro de 2012 “Sinais contraditórios”.

Em Setembro deste ano há eleições, e não sei quais vão ser as orientações do novo executivo, e como tal, não sei se vou continuar a colaborar com a federação e nem se quer sei se isso é importante. Não há nem nunca houve insubstituíveis. O que é verdadeiramente importante e decisivo, seja qual for o executivo, é apostar claramente no minibásquete, pois salvo melhor opinião, muito do que se passou em Matosinhos começou e passa pelo crescimento e desenvolvimento verificado no minibásquete nesta última década.

Finalmente, não poderia terminar o meu artigo, sem desejar votos de boas férias para todos e sem deixar um beijinho de parabéns à Mariyana extensivo a toda a sua equipa, onde pontificam muitas jovens que conheci em minis, em treinos, em jamborees, em memoriais Mário Lemos, etc como a Beatriz, a Carolina, a Chelsea, a Emília, a Maria, a Simone, etc.

O tempo passa, elas crescem e em muito breve, face à sua qualidade, estarão a bater à porta da selecção nacional de seniores.

Boas férias a todos