Aqueles que treinamos, aprendemos com a experiência a registar em nós e nos jogadores um saber do corpo que nos permite compreender os respetivos gestos e comportamentos de uma forma inicialmente anónima e pré-pessoal.
Estamos assim, enquanto treinadores, em muito melhores condições para cumprirmos com aquilo a que a filosofia nos vai obrigar. Refiro-me ao que Renaud Barbaras define como o sentido de filosofar. “O sentido de filosofar encontra-se hoje profundamente transformado: mais do que saber ou conhecimento, é vigilância.”
Afinal, estarmos vigilantes para que o treino que ministramos consiga estar à altura da filosofia do comportamento de Merleau Ponty. Nomeadamente, porque é uma reconquista do sensível, afinal, uma filosofia da perceção. “A filosofia de Merleau Ponty não é uma conversão ao inteligível mas uma reconquista do sensível. Se entendemos por perceção o que nos relaciona com qualquer coisa, o que nos entrega uma realidade transcendente, a filosofia de Merleau Ponty é seguramente uma filosofia da perceção.”
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