Ensinar e treinar jovens (1)
 
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Ensinar e treinar jovens (1)

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Ensinar e treinar jovens (1)Segundo Luis Umbelino, Faculdade de Letras de Coimbra, a realidade que nos envolve “apenas se desvenda quando vivida”. O que naturalmente se apresenta como algo de incontornável sempre que pretendemos ensinar e treinar jovens.

Cito, “veja-se para tanto o exemplo do jogador de futebol em ação: durante uma partida, o terreno de jogo não é para ele um “objeto” idealmente representado, mas uma “realidade” povoada por “linhas de força”, (os flancos, os corredores), por “sectores”, (o ataque, a defesa, o meio campo), por áreas, por “posições” (em losango, em quadrado), que reclamam de cada jogador um determinado modo de ação em cada momento e em cada oscilação desse jogo de intensidades espaciais.

Para o jogador, o terreno não é um dado, mas “uma realidade presente como o termo imanente das suas intenções práticas, o jogador faz corpo com ele” e sente cada direção, cada linha de força, cada setor do espaço como direção, linha de força ou sector expressivo do seu próprio corpo. Cada manobra desse corpo ativo modifica, por seu turno, o terreno de jogo, nele introduzindo novas linhas de força com renovados equilíbrios e desequilíbrios, novas cartografias de áreas recompostas pelas quais a ação se realizará e o “campo fenomenal” será de novo jogado. Acrescentando, “perceber depende do pacto secreto que as disposições percetivo-motoras do corpo mantêm com um espaço cuja realidade fundamental apenas se desvenda quando vivida”.

No fundo o que o Luís Umbelino nos está a dizer é que ao contrário do que nós treinadores pensámos e tentámos aplicar durante muito tempo, se pretendemos formar e treinar jovens capazes de interpretar o jogo conforme este os solicita, são esses jovens que têm de ir incorporando o que fazer e como fazer em cada momento em que são solicitados. Mais ainda, conforme eles vão atuando e intervindo na realidade do jogo, de imediato cada situação de jogo se vai alterando com a dialética continuada entre defesa e ataque. O que significa que todo o registo e incorporação anterior de gestos e espaços passa a ter de ser diferente e só o jogador é que sente tudo isto no momento preciso, não o treinador.


Jorge Araújo
Presidente da Team Work Consultores

 

 


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