Compreender a origem dos praticantes da modalidade ajuda a compreender a geografia do basquetebol. Para entender melhor a proveniência, por concelho e por clube, dos jovens selecionados para as seleções regionais/distritais presentes nas Festas do Basquetebol,
dei-me ao trabalho de fazer esse levantamento no meu artigo de 18 de abril, “Festas uma outra perspetiva”.
Este levantamento permite ter uma ideia onde surgem e em que clubes estão a ser formados esses jovens praticantes. Contudo há, desde já que fazer uma ressalva, nomeadamente na origem para a modalidade desses jovens, pois cada vez mais se está a verificar o fenómeno de estes saírem mais cedo das suas terras e dos clubes onde nasceram para a modalidade. Na procura de resultados desportivos imediatos, cada vez mais assistimos ao fenómeno de assédio, dos jovens que dão nas vistas logo nos minis, para mudarem de clube e até mesmo para clubes doutras associações. Sei que é uma ideia impraticável, contudo não deixa de ser um exercício e uma reflexão curiosa. Como seriam os resultados das Festas do Basquetebol, se à semelhança das seleções nacionais, o que contasse era onde os praticantes nasceram, e não em que local estão a jogar?
Quando se tomam essas decisões de transferências, será que os riscos, que são retirar um menor de idade do seu meio familiar estão a ser ponderados? Querer que, numa idade em que devem cimentar laços e divertirem-se com os amigos, estudar e ter uma vida repleta das experiências importantes no seu crescimento é menos importante, que o sonho de serem campeões distritais ou nacionais nos escalões da formação? Será que os pais pensam, que o facto de os seus filhos serem campeões distritais na formação eventualmente lhes abrirá a porta para durante alguns anos poderem ser profissionais da modalidade?
Mas regressemos à geografia teremos sempre de referenciar os 93 concelhos e 142 clubes que alimentaram as diversas seleções distritais. Contudo ao olhar para o levantamento realizado não deixei de reparar em dois aspetos. Pela positiva o surgimento ou consolidação de alguns concelhos que habitualmente não davam jovens para as seleções distritais/regionais e pela negativa concelhos muito populosos ou com tradições no basquetebol, que inclusivamente tiveram este ano clubes na liga e que não estiveram representados nas Festas.
Finalmente e para terminar pela positiva, o concelho que mais me surpreendeu foi o concelho de Famalicão onde durante muitos anos apenas existiu para a modalidade o ATC de Joane e onde atualmente existem mais três clubes que deram às seleções de Braga sete basquetebolistas: Famabasket (4), Famalicense (1) e Ribeirão Basket (2).
Não é uma análise exaustiva, mas estes foram os factos, que mais me chamaram à atenção.
Comentários
Desta feita, certamente por lapso, aparece omissa a Associação de Santarém
, a qual tem vindo a trabalhar com alguma qualidade, e que os resultados da última edição de Paços de Ferreira e de Albufeira demonstram. Fiquei curioso, para aquilatar da evolução.
Parabéns! Um abraço amigo.