Cabelos brancos ainda podem ajudar
 
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Cabelos brancos ainda podem ajudar

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Cabelos brancos ainda podem ajudarO distrito de Aveiro é talvez a região do país onde o basquetebol tem a maior implantação. A importância social da modalidade neste distrito manifesta-se não apenas pelo número de clubes que militam nas ligas Betclic,

mas também pelo número de concelhos onde a modalidade tem grande expressão. Sendo uma região de basquetebol é com naturalidade que também tem figuras de referência. Pelo quando pensamos em Aveiro somos obrigados a pensar em Carlos Bio, motivo pelo qual o fomos entrevistar. Nas minhas entrevistas tenho tido a preocupação em entrevistar jovens, mas ouvir quem já deu e continua a dar muito à modalidade representa uma simbiose, que certamente valoriza a modalidade, valoriza o basquetebol.


1. Como nasceu a tua ligação à modalidade e quem foram as pessoas que mais te influenciaram no teu longo percurso como treinador?
A minha ligação à modalidade nasceu muito cedo, tinha 7/8 anos, pela mão do meu Pai, um grande apaixonado pelo basquetebol, acompanhando-o a ver os jogos do Clube dos Galitos o seu clube do coração. Com ele vi jogos ao ar livre em terra batida e com marcações a cal e bola de couro tipo futebol. 

Com 13 anos, devido ao falecimento da minha mãe, fui estudar para o Porto para casa de uns tios e aí tive o privilégio de ter como professor de Educação Física, Prof. João Coutinho, na altura treinador de basquetebol do Futebol Clube do Porto que me levou a ir treinar ao velhinho campo da Constituição, onde nunca joguei oficialmente, só treinei.

2. Para narrar toda a tua vida no basquetebol seria necessário um livro e não uma entrevista pelo que te peço, para que nomeadamente para os mais novos saibam um pouco do teu percurso, que nos relates os teus momentos mais significativos na modalidade?
Quando regressei Aveiro comecei a jogar no Clube dos Galitos até aos 19 anos, na categoria de seniores. Como na altura era trabalhador-estudante, era no final das aulas que ia treinar, comendo depois do final de treino. 

Como poucas vezes era utilizado, tive uma conversa com o treinador da altura, José Nogueira, a quem manifestei a minha intenção de abandonar o basquetebol. Ele não aceitou e deu-me uma equipa de Infantis para treinar, iniciando assim a minha carreira de treinador, onde treinei todos os escalões masculinos e femininos. 

Treinei e fui, igualmente, Coordenador Técnico, vários clubes da região (Galitos, Illiabum, Beira-Mar, Esgueira, Gafanha e GICA)
Exerci também funções de Formador do Curso de Treinadores de Nível-I e Coordenador de Estágios de Treinadores de Nível-I durante 9 anos, na Escola Nacional de Basquetebol.

3. Era inevitável que eu abordasse o minibásquete, será que poderás em traços gerais nos contar o que tem sido o minibásquete desde a sua origem no final dos anos sessenta até aos dias de hoje na região de Aveiro?
O Minibasquete aparece por influência do Prof. Mário Lemos, na altura jogando-se 5x5 e passando por diversas fases, como 3X3, passando para 4x4. Lembro que, na altura, não eram chamadas de Sub-8, Sub-10 e Sub-12, mas sim de Minis-A, Minis-B. Recordo que na altura na nossa Associação existiam os Escalões de Minis-A-1 dos 8 aos 9 anos, Minis-A-2 do 9 aos 10 anos e Minis-B dos 11 aos 12 anos, de forma a tornar os jogos mais equilibrados. Atualmente tem tido uma divulgação e participação muito grande por todos os clubes da região.

4. A formação foi sempre uma das tuas paixões, facto que te levou a elaborar documentos sobre o ensino do minibásquete publicados aqui no Planetabasket. Qual é a tua perspetiva sobre a evolução das metodologias de ensino do jogo, nomeadamente do minibásquete?
A minha paixão por o Minibasquete surge aquando Coordenador de Estágio de Treinadores de Nível-I, quando verifiquei que os treinadores de nível-I efetuavam treinos mais aconselháveis a escalões superiores e não em função da idade e do estado desenvolvimento dos atletas.

Recordo que naquela época a carga horária referente ao Minibasquete nos Cursos de Nível-I era muito reduzida e abordando-se o minibasquete de uma forma geral.

É nesta altura que senti a necessidade de elaborar documentos para melhorar a metodologia do ensino do jogo. Através da aquisição de Revistas, DVDs e livros elaborei um documento que aconselhava sobre o Ensino do Jogo.

5. Agora avanço para uma pergunta difícil, mudando de assunto como olhas para o atual momento da modalidade e como perspetivas para o futuro?
O atual momento da modalidade, comparando-a com a que se praticava há uns anos, está muito melhor, tendo mais visibilidade através do canal da FPBtv.

6. Com toda a tua experiência queres sugerir algumas medidas que pudessem na tua opinião melhorar a modalidade?
Que existisse mais um escalão na formação dos treinadores, criando-se mais um nível (que seria o nível-0, com conteúdos adequados ao Minibasquete) passando a exigir-se este grau a todos aqueles que quiserem treinar este escalão, a exemplo do que já se faz na vizinha Espanha.

7. Há unanimidade que no ensino do minibásquete tem de estar treinadores competentes. Pensas que alguma vez será possível existirem no nosso país, como por exemplo existem, (paralelamente a um grande universo de voluntários e treinadores em part-time na Alemanha, recente campeão da modalidade), treinadores dedicados a tempo inteiro à formação incluindo o minibásquete?
O ideal seria isso, mas no nosso País é difícil de acontecer. Infelizmente o Minibasquete para alguns dos nossos clubes é uma fonte de receita e a colocarem treinadores competentes teriam que ser razoavelmente pagos. Por outro lado, pela mentalidade de alguns dos nossos treinadores não estão vocacionados para o fazerem, não porque (alguns) não tenham formação para o fazer, mas porque não dá visibilidade.

8. Numa vida tão longa dedicada ao basquetebol que momentos marcantes tiveste que te deixaram muita alegria e momentos que te magoaram ou te entristeceram?
Tive de tudo um pouco, os momentos marcantes, os de alegria, foram pelo reconhecimento que sempre me foi dado por os clubes por onde passei, e pela homenagem que me foi feita pela Escola Nacional de Treinadores por serviço prestado durante as funções que exerci como Coordenador de Estágios.

O que mais me entristeceu foi o facto de meu Pai ter falecido e ter deixado de me falar de Basquetebol  por, na fase inicial da minha carreira de treinador, ter deixado o seu clube do  coração (o Clube dos Galitos) e ter ido treinar o Illiabum.

9. Na tua tiveste muito trabalho, tutoria e acompanhamento de treinadores qual era a mensagem fundamental que mais gostavas de transmitir?
Que não copiassem modelos de treinos dos escalões superiores quando treinam minibasquete. Nunca esqueçam que Minibasquetebol não é Basquetebol.

Que se preocupassem em ensinar os fundamentos básicos (o drible, o passe, os lançamentos parados e na passada) e o COMO, o QUANDO, o PORQUÊ e o ONDE, o fundamental para o Ensino do Jogo. E QUE NÃO TENHAM PRESSA. Que ensinem os nossos jovens a jogar.

10. Para finalizar a entrevista, que pergunta gostarias que te fizessem e que resposta darias?
Se achas que ainda fazes falta ao Basquetebol? Eu diria que SIM, que pela minha experiência e conhecimentos poderia apoiar alguns dos nossos jovens treinadores. E não só eu, felizmente o nosso Basquetebol tem muitos cabelos brancos que ainda poderiam ser uteis à modalidade.

 

 


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