“Viva. Podes reforçar que os 4 kotas (Rangel, Alípio, Guita e Timóteo) representam mais de 200 anos de basquetebol (palavras de Álvaro Rangel). Grande abraço”.
Esta foi a mensagem que recebi do amigo Timóteo a quem eu disse que queria escrever um artigo, para homenagear quatro amigos, que se dispuseram a fazer benevolamente por outros aquilo que alguém já tinha feito por eles há muitos anos. Este é um exemplo de dimensão humana e social enorme, um sentimento de gratidão tão necessário nestes tempos marcados por grandes tendências de egoísmo social e individualismo. E de que é que eu estou a falar? Estes quatro amigos, todos reformados e amantes da modalidade, resolveram apoiar o BSA e estão a ir às escolas primárias no âmbito do programa “Minibásquete 3x3 nas escolas.”
E quem são os quatro amigos e o seu passado no basquetebol. Dois começaram em Moçambique, o Álvaro Rangel na Beira e o Timóteo Pfumo em Lourenço Marques (atual Maputo) e a sua paixão na modalidade nasceu nos famosos Torneios da Coca-Cola. Um, o Alípio Branco, iniciou a sua prática tardiamente no Belenenses de Luanda, mas quem mais o marcou e fez crescer a paixão pela modalidade foi o Prof. Mário Palma no Benfica de Luanda.
Finalmente o António Guita começou a jogar basquetebol no CDUL e fez todo o seu percurso ao contrário dos outros apenas em clubes da Associação de Basquetebol de Lisboa, dos quais apenas o Clube Atlético de Queluz ainda está ligado à modalidade. Os outros, como o Ateneu e o Estrelas de Alvalade já se extinguiram ou deixaram de ter a modalidade. Este é mais um exemplo que o melhor que o basquetebol nos dá são as amizades e parafraseando José Saramago. “As amizades não são mais nem menos fortes conforme as idades, as amizades são uma possibilidade da vida inteira, e se acontecem, há que recebê-las."
Parabéns pelo vosso magnífico exemplo e em anexo podem ler um breve curriculum no basquetebol dos quatro amigos onde certamente se cruzaram com muitos outros praticantes que são hoje em dia vossos amigos.