
Ao longo destes meses desde que me prontifiquei a fazer a história do minibásquete muitas dúvidas e hesitações bailaram na minha mente. Com maior ou menor dificuldade fui reunindo alguns dados, acontecimentos e datas mais significativas da história do minibásquete em Portugal.
Por ter estado por dentro do processo seria para mim relativamente fácil apresentar dados, eventos e datas do que foi o minibásquete a partir da criação do Comité Nacional de Minibásquete em Março de 2000, contudo penso ser bem mais esclarecedor narrar a lógica e as opções que contribuíram, para depois de uma fase de letargia durante a década de 90, para o crescimento e desenvolvimento do minibásquete no nosso país.
Como em agosto interrompo a minha colaboração no Planeta Basket, decidi deixar para setembro, o início da história do minibásquete entre março de 2000 e julho de 2016, data em que tomei a decisão de deixar o cargo de diretor nacional de minibásquete. Em março de 2000 pela primeira vez surgiu o cargo de Diretor Técnico Nacional do Minibásquete. Como o minibásquete estava integrado, e continuou a estar na área de captação e fomento da federação, anteriormente houve na estrutura da federação o cargo com funções relativamente vagas e difusas, e poucos resultados palpáveis, de responsável pela área da captação e fomento.
Se não vou já narrar, para já o que passou a ser feito a partir de março de 2000, vou apresentar desde já um conjunto de ideias sempre me guiaram.
1. Se o minibásquete está inserido na captação e fomento temos que ter a perceção que no minibásquete o mais importante são as crianças, todas as crianças.
2. Se o minibásquete está inserido na captação e fomento o principal papel do minibásquete no universo do basquetebol é a massificação da modalidade, esta massificação não passa apenas pelo aumento de praticantes, passa pela mobilização de muita como treinadores, árbitros e dirigentes. Seria interessante fazer um estudo sociológico de quantos dirigentes iniciaram as suas funções por serem pais de minis.
3. A massificação é importante, mas não é suficiente, sem formação e prática regular dificilmente haverá evolução.
4. Na formação desportiva o problema nunca são as crianças, o problema reside no comportamento de alguns, e reforço alguns, adultos, treinadores, dirigentes e familiares.
5. O minibásquete tem de ser encarado como um espaço de aprendizagem, de tolerância e educação para todos, praticantes, treinadores, dirigentes e pais.
6. Face à idade dos praticantes temos que compreender que mais, do que para um melhor basquete, poucos chegarão a profissionais, devemos estar a trabalhar para uma melhor sociedade.
7. Deteção de talentos, nada nos garante que mais praticantes, surgem de imediato melhores jogadores, mas a probabilidade e certamente muito maior.
8. Competir faz parte da natureza humana, classificar é uma necessidade dos adultos.
9. Sem investimento não há desenvolvimento.
Com o andar dos tempos aprendi mais algumas ideias que me nortearam:
10. Se fazes e não te viram não fizeste.
11. Esta aprendi com o amigo Dimas Pinto, temos sempre que pensar se temos dez anos de experiência o um ano de experiência repetido dez vezes.
12. Finalmente, ninguém faz nada sozinho. No decorrer da história do minibásquete entre 2000 e 2016, os artigos que se seguem a partir de setembro irão ser a minha forma de agradecimento às muitas pessoas que voluntariamente me acompanharam na aventura de fazer crescer e desenvolver o minibásquete em Portugal.