Formado em Março de 2000 o corpo dirigente do CNMB, fui como já referi convidado pelo General Hugo dos Santos, para exercer a funções de Director Técnico do CNMB. As minhas primeiras preocupações foram,
como mencionado no artigo anterior, perceber quantas crianças eram o meu público-alvo e, por concelhos, onde é que estas habitavam. Depois com base nos Planos de atividade da Federação dos últimos anos da década de 90 perceber qual era a realidade no minibasquete no país. Rapidamente compreendi, que não havia nos últimos Planos de Actividades da FPB, actividades, passe a redundância para o minibásquete e que o número de inscrições por Associação não correspondiam à realidade, havia muitas inscrições fictícias ou de crianças inscritas, que nunca tinham pegado numa bola de basquetebol.
Não vou aqui dissecar os motivos de tal facto, mas as minhas estimativas permitem-me afirmar, que em números reais o minibásquete, entre Minis B e Minis A, como então se designavam os dois escalões existentes do Mini (Minis B 10 e 11 anos) Minis A (6, 7, 8 e 9 anos) deveria ser entre 2000 e no máximo 3000 praticantes. Esta era uma situação que urgia ser corrigida.
Foi a entrada do novo sistema informático, proposto pelo António Faria Lopes, que veio em 2003 a ajudar a moralizar esta situação. A partir desse ano a fiabilidade das inscrições passou a ser bem mais fidedigna.
O surgimento do CNMB necessitava de uma imagem de identificação, um logo. Quem se ocupou desse primeiro logo foi o António Carlos que era o Vice-Presidente para a área do marketing.
No entanto, apesar de não vir mencionado no Plano de Actividades da Federação da época 1999/2000 Portugal estava inscrito para participar no Jamboree Europeu de Minibásquete em Itália. Para o evento a decorrer em Julho de 2000 seria necessário escolher dois treinadores e seleccionar 10 minis, 5 rapazes e 5 raparigas. A definição de critérios é sempre um problema, pois estes são sempre bons quando eu fico dentro e maus quando fico de fora, mas uma decisão tinha de ser tomada. Foi me então sugerido que recorresse a treinadores que tinham estado em jamborees europeus anteriores e que atribuísse as vagas às Associações com mais minis inscritos. Contudo discordei das propostas, primeiro porque para mim teria de ir alguém da minha confiança e que estivesse a trabalhar no minibásquete.
Era uma forma de reconhecimento e de premiar quem trabalhava com minibásquete. A minha escolha, embora só possuísse o Grau 1 de treinador, recaiu sobre o Carlos Daniel Nascimento, que estava a fazer um trabalho fantástico na Associação Cultural Moinho da Juventude. A outra treinadora foi indicada pela Associação de Basquetebol do Porto, mas tinha de ser alguém que estivesse a trabalhar no minibásquete e a escolha recaiu sobre a Professora Mariana França Martins que estava a treinar minis no Académico.
Relativamente aos praticantes, tendo consciência que, os números, das inscrições não correspondiam minimamente à verdade, resolvi recorrer a um outro critério. Desde que em Março cheguei à Federação comecei a fazer perguntas e a pedir informações às Associações. Houve Associações que me respondiam e outras que ignoravam os meus pedidos de informação. Face a esta situação resolvi decidir, que o critério passava pelas Associações que se estavam a interessar pelo arranque do CNMB, e que respondiam aos pedidos de informação do tipo em que concelhos têm clubes activos no minibásquete, etc. Foi assim, para o desagrado de quem ficou de fora que foram escolhidas as seguintes Associações, Algarve, Aveiro, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Lisboa, Madeira, Porto, Santarém e Setúbal, que por sua vez tinham pelos seus critérios escolher um jovem.

A escolha recaiu sobre os seguintes minis: Jaqueline Tomé, André Vechina, André Cristiano Silva, José Miguel Lucas, Vanessa Oliveira, André Costa, Carolina Spínola, Ana Filipa Ventura, Mariana Monteiro e Mauro Marques.
Eu também acompanhei a delegação portuguesa e lembro-me que tive a preocupação de saber como é que os outros países presentes selecionavam os participantes. O critério mais curioso, que posteriormente adotei, com alguma parcimônia nos jamborees nacionais nas vagas sobrantes, foi o critério da Hungria. O Laslo Porpazic informou-me que os minis seleccionados pela Hungria eram todos filhos de treinadores de basquetebol. Segundo o Laslo nestas idades era muito difícil ver quem viria ou não a ser jogador e esta era uma forma de recompensar, quer os treinadores de formação, que passam muitas horas nos pavilhões retirando horas à vida familiar, quer as crianças que ou passavam também muitas horas enfiados nos pavilhões muitas vezes acompanhando os seus pais.
Este não foi o critério principal, mas na capacidade sobrante foi um critério que utilizei 28 jamborees que organizei enquanto estive na federação. A título de exemplo este foi o critério pelo qual as três manas Bernardeco Joana, Filipa e Carolina, entre muitos outros que poderia citar, participaram em Jamborees nacionais.
A vivência deste evento, onde lidei de perto entre outras pessoas com o Kenneth Charles, presidente da extinta Fiba Minibasketball, organismo responsável pela organização dos jamborees europeus e com Maurício Mondoni foi decisivo, para com os naturais ajustamentos desenhar o modelo do jamboree que pus em prática nos 16 anos em que estive na federação.












