No renascimento do basquetebol em Setúbal qual é a importância do minibásquete na dinâmica do Scalipus?
O MB é fundamental e foi a nossa grande aposta para o renascimento do basquete em Setúbal.
Vai continuar a ser em 2009-2010 a aposta principal do projecto com a ambição de chegar aos 80-100 minis.
Sempre nos preocupámos, com o desenvolvimento das próprias crianças quer a níveis físicos e mentais, quer de todo um conjunto de valores, que pensamos serem essenciais para o crescimento como adultos. Também a vertente escolar, à qual damos a máxima importância em todos os escalões, é algo em que nos preocupamos diariamente.
O minibásquete é portanto a base do clube, ao qual damos toda a prioridade, é essencial e foi o ponto de partida para o renascimento do Scalipus e do Basquetebol em Setúbal, sem o mini, tenho a certeza que não haveria a modalidade na cidade, e não estávamos aqui hoje.
O vosso plano de actividades para o MB na época passada foi de uma grande densidade e terminou com a deslocação ao Minicesto da Madeira com duas equipas. Como perspectivas a próxima época e qual a importância dos pais na dinâmica revelada no clube?
A época passada, conseguimos participar com o mini em cerca de uma dúzia de torneios particulares, em todas as concentrações distritais, e ainda conseguimos organizar 3 ou 4 eventos relacionados com o mini.
Para a nova época, temos uma série de actividades programadas, tais como, participar em todas as concentrações distritais, organizar torneio de Natal e Páscoa, torneio de aniversário, voltar a participar no Minicesto, vários torneios particulares, e as férias Desportivas 2010.
Tudo isto só vai ser possível concretizar com o APOIO dos pais, os quais foram de uma dinâmica EXTRAORDINÁRIA ao longo desta época de renascimento do clube.
Para além de coordenador do minibásquete que equipas vais treinar esta época?
Esta época, para além de coordenar o minibásquete, vou treinar os escalões de Sub 10 e Sub 16 do Scalipus, havendo também uma ligação com o escalão de Sub 18, que é um escalão que o clube não tinha a época passada e que este ano estamos a tentar criar condições a nível de apoios para o ter.
O que te cativa no universo do minibásquete, e o que pensas dos caminhos que o mini está a trilhar na tua associação e no país?
O prazer e a alegria que sinto em estar com os pequenos, divertir-me com eles e ao mesmo tempo conseguir ensinar o jogo, e transmitir valores. Chegar ao final de uma época com tantas actividades e dificuldades, e sentir que consegui de alguma forma fazer parte do crescimento daquelas crianças. Vê-los sair dos treinos, e dos jogos com um sorriso e felizes, é porque metade do objectivo está a ser cumprido, é fantástico ver e sentir essas reacções.
Creio que neste momento o minibásquete deu um salto muito qualitativo e quantitativo a nível nacional, para além de existirem imensas pessoas ligadas ao mini com tremendas qualidades, os próprios clubes passaram a dar muito mais importância a estes escalões, e passaram também a colocar com muito mais frequência o MB no calendário anual. Não tenho dúvidas que existe imenso potencial no nosso distrito para se criarem mais condições a nível logístico, a nível de calendário e a nível humano. É imperativo haver uma maior regularidade mensal nos que diz respeito a concentrações e eventos ligados ao minibásquete, e mais divulgação dos mesmos.
Creio também, que tem que haver a todos os níveis, um maior apoio aos clubes que apostam no mini e em eventos inerentes ao mesmo.
O crescimento, movimentar tantas equipas, ter tantos minis, tem custos e levanta normalmente problemas de espaços para treinos, e técnicos para enquadramento, qual a situação do Scalipus para a temporada de 2009/10?
Para a época 2009-2010 o Scalipus vai ter 1 responsável pelo Mini ( Mário Amaral ) e 1 responsável pela Formação ( Joaquim Cambolas ) .
Vai ter mais 5 técnicos (Luis Assunção; Nuno Estrela; André Muge; João Gustavo; Luis Carvalho) com os 2 responsáveis pelas equipas de SUB 8-10-12-14-16-18.
Vamos ter que fazer uma “ginástica” muito grande para ter tempos para todos os treinos e com grande aproveitamento dos espaços exteriores e do ginásio apoio ao pavilhão.
Para dirigir este projecto é necessário “roubar” muito tempo da tua vida, achas que o valor educativo do minibásquete, vale esse empenho e esforço?
A capacidade que as crianças têm em nos envolver, em nos surpreender e a fantástica disponibilidade que têm para aprender, não só o jogo, os seus fundamentos e todas as capacidades técnicas inerentes, mas como todos os valores, de ajuda, de fairplay, de capacidade de partilha, o ultrapassar obstáculos em equipa, e enfim toda uma série de valores fundamentais ao seu crescimento como futuros homens e mulheres, é completamente realizador.
É verdade que nos “rouba” bastante tempo da nossa vida pessoal e profissional, é um facto, mas sem dúvida vale a pena, e faz todo o sentido, quando sentimos que estão a evoluir, que principalmente se estão a divertir, e que estamos a transmitir valores positivos, que indiscutivelmente na maioria dos casos, os acompanharão para o resto da vida.
Qual a importância da divulgação do vosso trabalho num site como o Planeta Basket?
É de extrema importância, a divulgação de todos os eventos, na imprensa e num site como a Planeta Basket, para além de trazer o conhecimento e a divulgação dos próprios eventos, acaba também por dar relevância e projecção aos clubes e às pessoas que se dedicam, e tornam possíveis o basquete, e o minibásquete em particular, estar com a projecção e a força que possui neste momento a nível nacional. Para além de ser um forte apoio a nível informativo e técnico.
Agora perguntas pessoais, talvez mais difíceis, quando e porquê surgiu o teu interesse pelo minibásquete, e quais são os teus sonhos para esta actividade?
Fui durante imensos anos jogador do Scalipus, passei por todos os escalões, menos o minibásquete, porque não existia na altura no clube, e também porque iniciei a prática do basquete já com 13 anos. Em 1999\2000, no Scalipus, comecei a ajudar nos treinos e concentrações, como monitor, desafiado na altura pelo Joaquim Cambolas. Foi então que começou a nascer o gosto e a paixão para ensinar, e em finais de 2000 decidi concretizar mais fortemente a minha ligação ao basquete e ao mini e tirei o curso de treinador. O clube, e a própria cidade de Setúbal acabaram por passar por algumas fases menos positivas, e o basquete esteve praticamente desaparecido. Foi então que em de 2007 fui desafiado, mais uma vez, pelo Joaquim Cambolas, para tentarmos erguer o clube e devolver o basquete à cidade de Setúbal, que tem imensas tradições na modalidade. Depois de conseguirmos começar a treinar praticamente no centro da cidade, que foi, e é, um dos factores fundamentais, foi um acumular de esforços, e muitas vezes de horas de ambos, que permitiu, que neste momento possa dizer que o basquetebol está bem vivo na cidade, e que está com a divulgação, a pujança, e a importância que não reconheço noutros tempos. Um dos maiores sonhos que tenho talvez seja, daqui a 40 ou 50 anos, o minibásquete continuar a ter a importância que têm hoje no clube, continuar a ter a importância que têm na formação de seres humanos, e continuar a formar com qualidade jogadores de basquete. Parece-me também que o próprio universo do basquete deveria dar o devido reconhecimento e mérito a todos aqueles que trabalham e que criam as condições para que possam existir cada vez mais jovens atletas com “bases”, e futuros jogadores com qualidade, para já não passa de um sonho.
Para terminar que pergunta gostarias que te fizessem e que resposta darias?
Essa é complicada, mas talvez quantos atletas teve o Scalipus durante o decorrer da época transacta, e qual é a estimativa para a nova época?
Durante o ano progressivamente foram aparecendo 2, 3 miúdos novos por treino, e principalmente a partir de Dezembro, com algo fantástico que fizemos que foi o chamado “Campo de Férias de Natal 2008“, houve um aumento significativo de crianças a aderir a este projecto, terminámos a época com cerca de 125 jovens a treinar nos mais diversos escalões. Sendo que o número significativo de crianças está no minibásquete, que no final de Julho quando terminámos a época, contava já com mais ou menos 37 crianças.
As expectativas para a nova época estão um pouco mais elevadas, vamos manter a mesma quantidade de atletas, e já temos recebido inúmeros contactos a pretenderem aderir a este projecto, gostaria de chegar a Julho de 2010 com 200 atletas no clube.
Queria agradecer à Planeta Basket a oportunidade de poder revelar um pouco do que se têm feito no Scalipus e em Setúbal, e aproveitar este momento para, agradecer a todos os nossos patrocinadores e amigos que foram proporcionando as condições necessárias para este projecto ter pernas para andar. Não posso deixar de enviar um grande abraço, com todo o orgulho a todos os nossos miúdos (vocês são os melhores!), aos encarregados de educação, que foram fantásticos no apoio e paciência que tiveram durante a época, sem eles não teria sido possível este projecto. E para terminar um forte abraço ao Joaquim Cambolas, que é o pai deste projecto, e que durante tantos anos “luta” para que a cidade de Setúbal e o Scalipus tenham basquete, ao João Gustavo que tem sido fundamental no apoio, e a aturar-nos.
Se nos quiserem visitar é só passar em http://sites.google.com/site/scsscalipus/scsscalipus
Desde já o meu obrigado, e sempre que quiserem, as portas do Scalipus estão abertas para receber a Planeta Basket e para te receber San Payo!
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