Lançamento, a eficácia terá evoluído?

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Lançamento, a eficácia terá evoluído?Não, infelizmente, não! E estamos, naturalmente, a referirmo-nos e a tomar como 'rampa de lançamento' para este 'ensaio', alguns dados recolhidos nos dois últimos jogos, da última e decisiva jornada, disputados nas fases finais, e em concreto, no escalão de sub-14 masculinos,

nas áreas de intervenção da AB Algarve e AB Lisboa.

Situemo-nos, então, na realidade concreta da eficácia registada 'no terreno' (onde tudo acontece e se resolve):

Tabela Lançamentos

Percentagens, na sua globalidade, manifestamente exíguas, se considerarmos a importância decisiva que tem no desenvolvimento do jogo, daquele que é 'só' o gesto técnico mais importante.

Um emérito e eficaz lançador: Luís do Ó

Neste ciclo de 'ensaios' que iniciámos em 12 de Fevereiro, e ao longo do espaço de um ano, em homenagem a um emérito e eficaz lançador que dava pelo nome de Luís do Ó - já falecido e de quem fomos, enquanto colegas de equipa, companheiro inseparável e seu admirador ! - e em concreto e relativamente a estes resultados que obtivemos, poderemos, em primeira e sucinta análise, dizer que ficamos com a sensação de que, sem minimamente colocarmos em causa a entrega, a determinação e o compromisso de quantos são responsáveis pela evolução destes jovens praticantes, se treina muito e não se ensinará  tanto quanto a exigência deste belíssimo e espetacular gesto técnico justificará que se desenvolva 'no terreno'. Talvez, porque a propósito, referenciar um nosso artigo publicado, há uns anitos, neste mesmo espaço e a que intitulamos de: "Treinar, sem Ensinar?"

A importância de se considerar o que é feito a montante

Não somos particularmente adeptos de se classificar os praticantes, entre os 10 e 12 anos, como Minis, somos antes, um pouco por influência de algumas regiões autonómicas da nossa vizinha Espanha, defensores de designá-los de Sub-12, a anteceder aquela que começa a ser uma fronteira - referimo-nos aos Sub-14 - e que nos dá uma clara indicação de que se iremos, ou não, ter 'gente' que, cumpridos os vetores que o determinam, se venha a ser capaz de percorrer o sempre íngreme e difícil patamar : do talento à excelência, com o foco principal na melhoria, na evolução do nível técnico dos jogadores e da prática do jogo.

Vetores que, advindos de montante, têm necessariamente muito a ver, puxando um pouco a brasa à ... nossa, com a 'Construção do edifício-atleta' (tema por nós 'ensaiado' no nosso último artigo, em 12 do corrente mês). E, se nesses vetores, puder estar devida e adequadamente enquadrado o planeamento, que deverá conter os objetivos, nos planos Psicológico, Físico e Técnico, então, justificar-se-á trazer à 'mesa dos acontecimentos' um célebre e milenar pensamento chinês: 'Podemos escolher o que semear, mas iremos certamente colher o que plantarmos'.

Dez anos transcorridos, constatado, agora a jusante, será de estranhar?

De estranhar, estes resultados, estas percentagens de lançamento? Explicitemos, melhor:

Decorria a edição de 2012, da Festa do Basquetebol, a última em Portimão, que daria lugar, a seguir, à transferência para Albufeira - agora à beira da sua 14ª edição -, quando, próximo do final da mesma, os companheiros selecionadores nacionais Ricardo Vasconcelos e André Martins, com os meios - poucos - que, na ocasião dispunham, nos 'ofereceram'... os resultados que, até aí, estavam a ser observáveis face a algumas insuficiências de fundamentos de natureza técnica que a globalidade das seleções iam dando provas, onde, naturalmente, também se incluía o lançamento. Um contributo que, na ocasião, manifestamos como de extrema importância para a evolução técnica dos nossos jovens praticantes.

Recordamo-nos perfeitamente de que, no final dessa 'interessante apresentação', nos abeiramos do André Martins e, quase em jeito de sussurro, lhe dissemos, felicitando-o, que depois, 'daquilo'..., importaria cuidar, porque de importância decisiva, do 'trabalho' que se iria realizar a montante.

De igual modo, temos presente, também não seria difícil, porquanto a convite da ENB/FPB, fomos nós que moderámos o 'Clinic para Treinadores' realizado nessa última edição, em Portimão, e na mesma sala onde essa 'interessante apresentação', teve lugar.

Co-relacionado com este 'recordar', e porque com influência manifestamente importante, para o desencadear deste 'processo': 'a montante, para melhorar a jusante! ', outro companheiro, o Mário Silva, ao tempo um dos diretores técnicos da AB Lisboa, e responsável direto pela escolha dos selecionadores regionais e das linhas orientadoras para a (mais bem conseguida) criação de um modelo de jogo mais ajustado aos objetivos, em função das capacidades dos jovens praticantes, nos contemplou com argumentos suficientes válidos e importantes para que, afinal, de montante a jusante, a melhoria no trabalho a desenvolver e a eficácia pudesse vir a constituir uma saborosa realidade.

O que, infelizmente, não acontece, razão pela qual, e sublinhamos:

Não, infelizmente, não!

Responsabilidades, a atribuir? Talvez que da parte de todos nós. Pela nossa parte, enquanto observador atento à realidade que nos envolve, e nas funções que vimos desempenhando há algumas dezenas de anos, no âmbito da ENB/FPB, temos no prelo um 'ensaio/projeto' que contamos poder apresentar à estrutura da 'Direção Técnica Nacional' por estes dias e, pensamos, que ainda com tempo suficiente para poder via a ser operacionalizado na 'Festa do Basquetebol/2022'.

Há, no entanto, uma questão absolutamente nuclear que, por manifesta incompreensão, nos acarretou, em tempos idos, um ou outro dissabor, mas que, por nós resolvida, e pensamos que 'das outras partes' de igual modo, e que se relaciona com a indispensabilidade de, de uma vez por todas, ser criado, implementado e aplicado 'no terreno' o: 'Estatuto dos diretores técnicos regionais' que, de quanto temos conhecimento...não existe!

É que uma 'coisa' são as questões e tarefas administrativas e/ou burocráticas e 'outra', bem diferente, e com implicações diretas 'no terreno' (onde tudo acontece e se resolve), são as questões eminentemente técnicas, do estilo 'cada macaco no seu galho'. É que, já dos tempos de 'antanho'...: Não programar ou programar mal, corresponderá, inevitavelmente, a se programar...o fracasso!

Curiosamente, ou talvez não, regressaremos e continuando com o desenvolvimento deste 'processo' com um tema, a que, pensamos, por justaposição intitularemos de: Conhecimento ou (in) compreensão, no próximo dia 12 - o nº da camisola do Luís do Ó.

Até lá, com afeto, aquele abraço.

 

 
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