Quebrada a invencibilidade

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altJá sabíamos que a tarefa de Portugal ante a poderosa congénere da República Checa era deveras complicada. O conhecimento prévio do adversário, pois as duas selecções  já se haviam defrontado este Verão, com 3 vitórias checas em outros tantos embates, prenunciava um jogo recheado de dificuldades, em função dos pontos fortes do adversário (superioridade de estatura e boas lançadoras de 3 pontos).

Outro factor que jogava contra nós era o facto de a República Checa, uma das duas candidatas mais fortes à subida (a outra é a Bélgica que ainda se mantém invicta), já somar uma derrota, precisamente contra as belgas. Um resultado negativo para as checas complicava bastante as contas para atingirem o objectivo.

A vitória da República Checa (58-51) acabou por não surpreender ninguém. Excelente o comportamento das nossas representantes, porque, sempre a correr atrás do prejuízo desde o final da 1ª metade (22-25), nunca desistiram, lutando com todas as suas forças para encostarem o resultado.

No 1º período (11-10), o único que Portugal venceu, as lusas não cometendo erros, conseguiram equilibrar as operações nas tabelas (15-17 ressaltos), defendendo bem (2 roubos) e assim uma toada alternada possibilitou a Jéssica Almeida colocar a nossa equipa na frente a 14 segundos da buzina.

No 2º quarto (11-15) o equilíbrio desfez-se quando duas bombas consecutivas, de Vyoralová  e Mircová , respectivamente nos minutos 13 e 14, operou a reviravolta (15-20), obrigando Eugénio Rodrigues a parar o cronómetro, para que o adversário não fugisse mais no marcador. Isso foi conseguido porque impusemos um parcial de 7-2 até ao minuto 20 (22-22 a 41 segundos da buzina). A igualdade seria desfeita para o lado das checas quando Mircová acertou o seu 2º triplo (22-25), a 23 segundos do intervalo.

A diferença registada no final da 1ª parte explicava-se devido aos 8 turnovers feitos pela nossa equipa no 2º quarto (contra nenhum nos 10 minutos iniciais) e pelo maior acerto do adversário nos tiros do perímetro (37,5%), com 3 triplos em 8 tentados, contra apenas um em cinco tentativas (20%) das nossas representantes.

No 3º período (12-16) as comandadas de Eugénio Rodrigues passaram a sentir maiores dificuldades a partir do minuto 23 (24-27) quando as duas jogadoras adversárias mais influentes (Satoranská e Vyoralová) acertaram mais dois triplos no parcial de 2-7, com o treinador luso a pedir novo desconto de tempo no minuto 25 (aos 26-34). A desvantagem subiria ainda para 10 pontos (26-36, 29-39 e 31-41), mas Joana Canastra, numa jogada de 2+1 reduzia para 34-41 a 48 segundos do termo do 3º período.

No derradeiro quarto (17-17) a República Checa chegou à maior diferença (12 pontos) no minuto 34 (38-50). Foi o ponto de partida para uma enérgica reacção da selecção portuguesa que com Jéssica Almeida assumir as despesas no tocante à marcação de pontos colocou a equipa anfitriã em sentido, após um parcial de 8-2. Acto contínuo a seleccionadora checa Romana Ptackova parava o cronómetro aos 46-52, à entrada do minuto 38. Por banda das adversárias era Thérese Vyoralová (9 pontos neste período) que carregava com a sua equipa fazendo 2 cestos consecutivos (46-54 e 46-56), obrigando o seleccionador luso a esgotar os descontos de tempo, no minuto 39. O 2º triplo de Joana Jesus, após passe decisivo de Jéssica Almeida, ainda no minuto 39 (49-56) e depois 2 lances livres convertidos por Jéssica Almeida (51-56) obrigaram também a treinadora checa a esgotar os descontos de tempo, para se colocar a coberto de qualquer surpresa, o último a 17 segundos da buzina. A MVP Monika Satoranská selaria o resultado final da linha de lance livre.

Resultado final: Portugal 51-58 República Checa

Destaque nas vencedoras para as prestações de Monika Satoranská, MVP (24,0 de valorização) e melhor ressaltadora do encontro, ao fazer um duplo-duplo (16 pontos, 2/3 nos triplos, 12 ressaltos sendo metade ofensivos, duas assistências, 1 roubo e uma falta provocada com 2/2 nos lances livres), Thérese Vyoralová , melhor marcadora da partida (18 pontos, 3 /4 nos triplos, 5 ressaltos sendo 1 ofensivo, duas assistências, 2 roubos e 7 faltas provocadas com 5/8 nos lances livres) e Beáta Adamcová (8 pontos, 4/6 nos duplos, 5 ressaltos sendo 2 ofensivos, duas assistências, 1 roubo, 4 desarmes de lançamento e uma falta provocada).

No seleccionado luso a mais valiosa (16,0 de valorização) foi Nádia Fernandes (7 pontos, 11 ressaltos sendo 2 ofensivos, 3 roubos, 1 desarme de lançamento e 3 faltas provocadas com 3/4 nos lances livres), seguida de Jéssica Almeida (15 pontos, 4 ressaltos sendo 1 ofensivo, duas assistências, 1 roubo e 3 faltas provocadas com 3/4 nos lances livres).

A vitória da República Checa foi baseada fundamentalmente na maior eficácia da linha de 3 pontos (23%-33%), com 7 triplos convertidos contra apenas 3 das portuguesas, na superioridade nas tabelas (45-50 ressaltos), nomeadamente na tabela defensiva (27-31), por ter sido mais colectiva (9-12 assistências) e por ter conseguido mais desarmes de lançamento (1-8).

Portugal roubou mais bolas (10-7) e provocou mais faltas (18-15), com o aproveitamento na linha de lance livre a ser muito semelhante (77%-79%), pois enquanto as nossas representantes falharam 3 tentativas em 13, as checas desperdiçaram o mesmo número de lances livres em 14 tentados.

Nos restantes indicadores houve muito equilíbrio, particularmente nos turnovers (15 para cada lado) e nos lançamentos de 2 pontos (30% para ambos).              

Ficha de jogo

Sport Hall em Albena

Portugal (51) – Jéssica Almeida (15), Joana Jesus (10), Laura Ferreira (4), Inês Pinto (1) e Nádia Fernandes (7); Inês Viana (3), Joana Canastra (7), Mafalda Guerreiro (4), Jéssica Costa e Joana Alves

República Checa (58) – Eliska Mircová (10), Barbora Samková, Tereza Vyoralová (18), Beáta Adamcová (8) e Monika Satoranská (16); Pamela -Therese Effongova (4), Nada Salacová, Radka Brhelová, Anezka Skokanová, Petra Bakajsová e Aneta Mainclová (2)  

Por períodos: 11-10, 11-15, 12-16, 17-17

Árbitros: Oliver Krause (GER), Alin Faur (ROU) e Nikola Perlic (CRO)

Outros resultados da 6ª jornada: Israel 39-61 Bélgica

Amanhã é o 2º dia de descanso da competição.

Jogos da 7ª jornada (6ª feira):

(13H45) Grã Bretanha-Israel
(16H00) República Checa-Macedónia
(18H15) Letónia-Portugal
(20H30) Bélgica-Roménia

 

 
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