Vitória lusa inteiramente merecida

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altTimisoara (Roménia) - Daqui até final do Campeonato da Europa, Divisão B, cada jogo é uma final. Uma parte do trabalho já está feita, com a vitória justa das portuguesas sobre a Bósnia e Herzegovina (59-46), esta tarde no C.S.S. Gym , nesta cidade romena.

Para termos hipóteses de discutir o 9º/10º lugares, no próximo domingo, não podíamos ceder hoje, nem tão pouco depois de amanhã, contra a Alemanha, que hoje se viu aflita para levar de vencida o Luxemburgo (65-55), deparando com réplica de certo modo inesperada por parte do adversário. E, para que possamos continuar a sonhar com esse objectivo, será preciso que a formação germânica amanhã (Portugal está de folga) supere a Suiça. Se assim for...

Na partida ante as bósnias, Portugal entrou melhor e com 5 minutos jogados já vencia por 8-4. Pressionando o portador da bola, as nossas representantes conseguiram 2 roubos de bola consecutivos, permitindo que Maria João Andrade e Luzia Lampreia elevassem a contagem para 12-4, na conclusão de situações de contra-ataque. Foi altura de o treinador bósnio pedir um desconto de tempo (minuto 7), mas o final do 1º período chegou com o seleccionado luso no comando (15-6), com Luzia Lampreia de novo a concluir com êxito um contra-ataque.

No 2º quarto (15-16), as pupilas de Kostourkova abrandaram o ritmo, não mantiveram a mesma atitude na defesa, dando assim todos os trunfos para que o adversário reduzisse o prejuízo, empatando no minuto 16 (17-17) e passando mesmo para a frente (18-19), no minuto seguinte. A seleccionadora nacional teve que parar o jogo para que fossem feitas as devidas rectificações, com resultados práticos, pois no minuto 19 a capitã Filipa Bernardeco com o seu 1º triplo da tarde (23-22) deu início a um parcial de 10-0, atingindo-se o intervalo pouco depois de Joana Jesus ter convertido o seu único triplo do encontro (30-22).

No reatamento, a selecção portuguesa aproveitou bem a circunstância de a melhor marcadora contrária (Marina Dzinic) ter ido para o banco com 4 faltas no minuto 24 (aos 32-24), conseguindo chegar à maior diferença (40-26), no minuto 28. Entretanto o técnico bósnio que já tinha pedido novo desconto segundos antes (com 38-26), viu a sua intervenção resultar pois no espaço de minuto e meio, Portugal consentiu um parcial de 0-9 com o final do 3º período (10-13) a assinalar 40-35, favorável às nossas representantes. Alguma passividade defensiva das lusas permitiu esta reacção das adversárias.

A reentrada de Joana Jesus, aliado ao facto de Vitória Pacheco ter finalmente encontrado o caminho para o cesto com 4 pontos consecutivos (42-35 e 44-38), à velocidade de Jéssica Almeida no contra-ataque (46-38) e à determinação de Filipa Bernardeco, numa penetração coroada de êxito pelo corredor esquerdo (48-38), obrigaram Milorad Nadazdim, treinador da Bósnia a parar o jogo (minuto 33). Fez reentrar a poste Dzinic (há 9 minutos no banco com 4 faltas) que, embora tenha feito logo estragos, reduzindo para 48-40, foi excluída no minuto seguinte, ao ser-lhe averbada uma falta atacante (a 5ª), carregando sobre a sua adversária directa, Maria João Andrade. Parecia que tinha chegado o canto do cisne para as bósnias, mas não foi isso que sucedeu. À entrada do minuto 36 a Bósnia reduzia para 48-45 mas dois minutos volvidos a capitã Filipa Bernardeco, que hoje voltou a ser preponderante na organização da manobra ofensiva, nomeadamente nos passes longos para o contra-ataque, converteu o seu 2º triplo (53-46), matando o jogo. Até final a nossa equipa controlou com inteligência e cabeça a posse de bola, impondo um parcial de 6-0, com Vitória Pacheco, a melhor ressaltadora da partida, a selar o resultado final (59-46) da linha de lance livre, após ter sofrido falta ao ganhar um ressalto ofensivo (terminou com 8).

Destaque nas pupilas de Kostourkova para o trabalho colectivo, mas a melhor valorização voltou a pertencer a Jéssica Almeida (11 pontos, 4/5 nos duplos, 2 ressaltos ofensivos, 3 assistências, 3 roubos e 3 faltas provocadas, com 3/6 nos lances livres), seguida de perto pela "operária" Vitória Pacheco (5 pontos, 14 ressaltos sendo 8 ofensivos, duas assistências, 1 roubo e 3 faltas provocadas), Filipa Bernardeco (10 pontos, 2/4 nos triplos, 5 ressaltos sendo 2 ofensivos, 3 assistências, 1 roubo e 3 faltas provocadas) e Maria João Andrade (14 pontos, 9 ressaltos sendo 4 ofensivos, uma assistência e 6 faltas provocadas, com 2/2 nos lances livres). Joana Jesus (11 pontos), bem nas tarefas defensivas e Luzia Lampreia (8) deram também o seu contributo positivo.

Na selecção da Bósnia, a mais produtiva e que acabou por ser a MVP do jogo, foi Nikolina Milic (15 pontos, 9 ressaltos sendo 3 ofensivos, duas assistências, 2 roubos e 7 faltas provocadas, ainda que com fraca eficácia da liha de lance livre, ao falhar 8 das 11 tentativas). Foi bem secundada por Vesna Lukic (8 pontos, 2 triplos, 7 ressaltos sendo 3 ofensivos e uma assistência) enquanto Miljana Dzombeta (apenas 2 pontos) foi bem secada por Joana Jesus.

Em termos globais, Portugal foi mais colectivo (11-9 assistências), roubou mais bolas (8-7), cometeu menos erros (15-23 turnovers) e foi mais eficaz nos tiros do perímetro (17%-14%) e nos lances livres (67%-31%), falhando 6 tentativas em 18, enquanto as adversárias foram bem mais perdulárias, ao desperdiçarem 9 em 13 tentados.
As bósnias foram ligeiramente superiores na luta das tabelas (37-39 ressaltos), conquanto as lusas tenham ganho mais ressaltos na tabela ofensiva (19 contra 15) e foram mais eficazes nos lançamentos de 2 pontos (40%-50%).

Resultados do Grupo G:

Portugal 59-46 Bósnia e Herzegovina
Alemanha 65-55 Luxemburgo

Folgou a Suiça.

Portugal comanda com duas vitórias e uma derrota (5 pontos), seguido da Alemanha e da Suiça, ambos com 4 pontos e que ainda não perderam (têm menos 1 jogo)                                      

Jogos para amanhã (6/8):

Suiça-Alemanha (13h30)
Bósnia e Herzegovina-Luxemburgo (15h45)

Folga Portugal.

No grupo dos 8 primeiros, a Grécia soma e segue, com Artemis Spanou (26 pontos ) e Anthoula Chatzigiakoumi (20 pontos) a repartirem os louros do êxito ante a Dinamarca (70-54).
Outros resultados: Holanda superou a Inglaterra (72-64) e a Roménia bateu a Croácia (80-60), com o tiro exterior das anfitriãs a fazer miséria (12/19, excelentes 63%).

 

 
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