Comparar com que propósito?

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altAs comparações têm que ser feitas com conhecimentos muito sólidos do que se está a falar... e infelizmente o mais comum é comparar-se o incomparável.” Por ser uma afirmação muito pertinente pego de novo na reflexão da amiga Cristina Leite. Por estarmos tão próximos,

uma das comparações que adoramos fazer é comparar o basquetebol português ao basquetebol espanhol em geral e o minibásquete em particular. Não querendo entrar no mundo dos orçamentos dos clubes mais representativos dos dois países e na capacidade que a modalidade tem de gerar financiamento em ambos os países, vou debruçar-me sobre o universo que tem sido ao longo dos anos o foco da minha atenção. Vou abordar o minibásquete.

Ao contrário do nosso país, o problema da atração e captação de praticantes já está em Espanha resolvido há muitos anos. Há muitos anos que a Espanha tem tanto quanto sei e contabilizando apenas os Sub-12 e Sub-10 cerca 120.000 Minis para uma população em número redondos de 47.500 habitantes. Portugal tem também em números redondos 8.500 Sub-10 e Sub-12 para uma população de cerca de 10.350 habitantes. O que quer dizer, que para percentualmente nos aproximarmos de Espanha em termos de praticantes de Sub-10 e Sub-12 teríamos de ter para cima de 20.000 Sub-12 e Sub-10. (No meio destas comparações ainda há algo que mais nos devia preocupar a todos, Portugal está a diminuir a população e a Espanha aumentou o seu número de habitantes em 2022. Para agravar a situação, nós somos o país da Europa que mais rapidamente está a envelhecer.)

No final da época anterior assisti com elevado interesse em Queluz à excelente intervenção do David Cardenas. Pelo facto de o David Cardenas trabalhar num pequeno clube o Prof. Jorge Fernandes, diretor da ENB, disse que poderíamos ver que não havia grandes diferenças entre Espanha e Portugal no trabalho dos clubes com menor dimensão. Face a esta informação senti-me obrigado a intervir e dizer, que no mínimo, havia uma grande diferença, chamada horários escolares. Esta diferença tem implicações muito maiores do que à primeira vista possamos pensar e que ficam para o próximo artigo em que vos narro a conversa que tive com o companheiro David Cardenas. ~

 

 
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