O jogador espanhol
 
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O jogador espanhol

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José Luis SáezPor muitas voltas que se possa dar, a problemática do nosso basquetebol resolve-se sempre partindo da seguinte premissa, sem formação não temos futuro.

O ano de 2012 ainda agora começou, e acreditem ou não, numa das passas que comi nas 12 badaladas, desejei a melhoria do basquetebol português, especialmente pelo facto de saber do potencial de alguns treinadores, jogadores, dirigentes, árbitros, fisioterapeutas e outros agentes da modalidade em Portugal, merecendo eles uma oportunidade de puderem fazer desta modalidade um produto com rendimento em todos os seus sentidos.

Na viagem de avião para Madrid vinha pensando sobre o jogador espanhol, e aquilo que foi necessário ter sido feito em Espanha para que não em uma, mas em todas das seleções, quer masculinas quer femininas, de todos os escalões terem ganho medalhas no último verão.

Por mais reflexões que possa fazer, por mais livros que leia, pesquisas que faça, conversas que tenha, seminários que vá, a resposta à minha pergunta é sempre a mesma, o segredo está na formação. O potenciar a nossa formação irá fazer com que toda a estrutura evolua, claro que não chega só treinar, aliás, por vezes treina-se demais e mal, mais valendo treinar menos e bem. Estruturar toda a formação, alicerçando em parâmetros corretos e positivos não é certamente uma tarefa longe de ser impossível, apenas carece de acima de tudo, sentar à mesa todos os intervenientes, ouvi-los, perceber que existem muitas pessoas com muita vontade de ajudar e que por vezes uma ideia, mesmo que não seja boa, pode abrir o pensamento para outros caminhos. Infelizmente estamos longe, em Portugal, de sequer ousar em pensar algo do tipo.

O título deste artigo vem na sequência de uma coluna de opinião, escrita no jornal “As” de quarta-feira dia 11 de Janeiro, por José Luis Sáez (Presidente da Federação Espanhola de Basquetebol) sobre o jogador espanhol que passo a reproduzir na íntegra:

“Nos dois divertidos e actuais spots publicitários que passam na televisão sobre a Liga Edensa (ACB), aparecem como protagonistas Juan Carlos Navarro, Felipe Reyes, Jorge Garbajosa, Carlos Jiménez, Berni Rodríguez e Fran Vázquez. Seria um bom exercício perguntar aos responsáveis de marketing que criaram este anúncio (a pedido das grande empresas que patrocinam a liga ACB) a razão pelo qual, entre 225 jogadores (muitos deles não são espanhóis e com pouca probabilidade de fazer mais do que um ano na mesma equipa) foram escolher logo os acima referidos.

Sem dúvida que não foi por capricho, à sorte, ou por casualidade. Juan Carlos Navarro, Felipe Reyes, Berni e Fran reúnem, entre outros, o chamado valor de identificação: para as suas equipas e para os espetadores, não só para os adeptos de basquetebol mas acima de tudo para os amantes do desporto em geral. Os seis, além do referido, têm outro fator determinante em comum, a sua imagem mediática: são todos jogadores da seleção sénior de Espanha. 

Ambos os spots publicitários nos dizem uma vez mais que, sem fazer deles um debate constante do nosso desporto, reduzindo-o a uma simples troca de argumentos, o valor da identificação destes jogadores não tem preço, sendo que a maior identificação que se pode tirar é o facto de serem produtos de formação dos clubes.

Investimento!

Durante toda a nossa história no desporto, sempre foi dado uma importância extrema à formação e ao trabalho que os clubes fazem nos seus escalões de formação, baseando esse trabalho na qualidade, identificação e compromisso dos jogadores da casa, fatores que fizeram o que é hoje o basquetebol espanhol.

O jogador espanhol sempre foi o maior investimento do nosso desporto, sendo um êxito desportivo, económico e uma imagem de marca.

É evidente que os tempos que correm não são os mesmo vividos pela geração de Los Angeles 84 nem as geração que imediatamente vieram a seguir, e agora o conceito do jogador formado no clube inclui também aqueles que, não sendo espanhóis, decidiram direta ou indiretamente  através do desporto, criar raízes em Espanha e assimilar os valores da nossa sociedade.

Mas aceitar que estamos num mundo onde as fronteiras estão cada vez mais diluídas e que o multiculturalismo cada vez é mais um facto, sendo Espanha um exemplo, não é razão para não constatarmos que as nossas seleções de formação foram as que mais medalhas ganharam no mundo na última década: nada menos que 35 medalhas em outros tantos campeonatos, masculinos e femininos, juniores, cadetes, Sub-20, Sub-18, Sub-19...e até 3x3.

Trabalhar com os jovens significa que podemos ter resultados!

Apostar na sua formação e no seu desenvolvimento requer muito trabalho, muito esforço, comprometimento de todos e uma total confiança no processo. Mas acima de tudo exige que todos percebam e acreditem que esta é a melhor fórmula para que o nosso basquetebol não deixe de crescer e seja uma referência para todo o mundo”

Este artigo é sem dúvida uma demonstração clara do caminho traçado já há muito pelas entidades responsáveis pelo desporto em Espanha. Não sendo português, este texto enche-me de orgulho e motiva-me para continuar a trabalhar cada vez mais e, acima de tudo acreditar, acreditar que em Portugal um dia este texto possa ser escrito usando referências nossas.

Destaco duas coisas, jogadores mencionados e o trabalho de identificação feito para que potencialize a modalidade e incentive gerações futuras a praticar a modalidade. Neste contexto escrevo com grande tristeza o facto de anos a fio nunca nada ter sido feito pelas entidades responsáveis do nosso basquetebol para enquadrar, por exemplo, Ticha Penicheiro (entre outros) de modo a que pudesse dar uma contributo valioso para a nossa modalidade, é pena!!!

E por último a frase que sublinhei que exprime o caminho que devemos de uma vez por todas seguir:

“O jogador espanhol sempre foi o maior investimento do nosso desporto, sendo um êxito desportivo, económico e uma imagem de marca”.

You know!

Este texto está redigido segundo o novo acordo ortográfico

 

Comentários 

 
+2 #3 João Ribeiro 15-01-2012 12:00
Por muito que queiramos um Desporto melhor, um Basquetebol melhor, Treinadores melhores, esbarramos no drama de que hierarquicament e que decide politicamente também de pensar e, acima de tudo agir, em conformidade.
Somos um País de ideias, de projectos, de organização de eventos e de pensar acima das nossas capacidades e recursos. Mas temos imensa dificuldade em pensar e trabalhar para causas comuns. É uma longa aprendizagem que temos de fazer e que começa em cada um de nós. Sejamos pacientes e façamos o melhor possível, em superação e para uma causa eventualmente comum - Melhorar o nosso desporto e o nosso basquetebol.
As consequências das decisões políticas relativamente ao desporto ainda estão para vir. No limite serão situações de ruptura e caos que levarão os políticos a pensar e a agir.
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+2 #2 RR6 13-01-2012 11:45
Concordo planamente com a opinião do António Santos. Parabéns ao PB pela publicação do artigo
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+4 #1 António Santos 11-01-2012 17:22
Na minha humilde opinião, o que falta na nossa formação são treinadores com qualidade (não falo só de quem percebe os fundamentos técnico-tácticos) mas também bons comunicadores e que libertem o jogador, ou seja, dêm liberdadade e confiança para crescer. Pois o que tenho visto são treinadores cheios de jogadas e jogadas (se não passares por esta linha não jogas) e jogadores muitos limitados nas suas acções, devido ao histórico dos seus treinadores...e depois é o que temos ...
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