O que me levou a escrever o artigo “Portugal na 1ª Divisão” foram as brilhantes prestações das selecções femininas, nomeadamente a selecção de sub-18 feminina, e a necessidade que senti de reconhecer publicamente a Maryiana Kostourkova.
Para tal somei os resultados das nossas três selecções e comparei-os com os outros países participantes nos campeonatos da europa, que também participam nos escalões de Sub-20, Sub-18 e Sub-16. Esta recolha de dados, que vale o que vale, colocou-nos no 15º lugar no sector feminino e fiquei com vontade de fazer o mesmo exercício com as selecções masculinas. Os resultados foram os seguintes:
- Espanha - 7
- Turquia - 14
- Itália - 15
- Letónia - 19
- Grécia - 19
- Croácia - 20
- Lituânia - 21
- França - 21
- Sérvia - 21
- Rússia - 23
- Montenegro - 40
- Ucrânia - 42
- Eslovénia - 46
- Alemanha - 46
- Rep. Checa - 50
- Polónia - 51
- G. Bretanha - 51
- Suécia - 54
- Bélgica - 57
- Israel - 63
- Finlândia - 74
- Bulgária - 74
- Estónia - 74
- Geórgia - 80
- Holanda - 80
- Hungria - 81
- Portugal - 83
- Suíça - 84
- Roménia - 85
- Rep. Eslovaca - 96
- Luxemburgo - 104
Este ano, participaram nos campeonatos da europa de sub-20. sub -18 e sub – 16, masculinos quarenta e sete países, dos quais trinta e um participaram nos três escalões. Aqui sinto, que todos devemos fazer um elogio à federação, pois com as dificuldades que todos sabemos, manter todas as selecções em actividade é obra. Sabemos que a nossa situação geográfica não facilita o contacto com outros países. De momento, nem as equipas seniores participam nas competições europeias, pelo que se não for este empenho, ficamos isolados, quase voltando ao triste “orgulhosamente sós”.
Ao olhar para aquela classificação uma vez mais vem ao de cima, o facto de a Espanha, estar a anos-luz dos outros países. A Itália, que na soma das duas classificações ficaria em segundo lugar, 27 pontos (15 do masculino mais 12 do feminino), fica muito longe da Espanha, 10 pontos (7 do masculino e 3 do feminino). Contudo a Itália está mais central na europa, tem mais habitantes, quase mais 13 milhões, tem maior densidade populacional, 200 habitantes por km2, versus 91 habitantes por km2 da Espanha, e tem mais praticantes. quer no minibásquete quer no basquetebol. Do que me tenho apercebido ao longo destes anos nos contactos internacionais, nomeadamente nas reuniões do Get Together da Fiba-Europa, mais do que na preparação das selecções, a Itália tem excelentes treinadores, a diferença está na metodologia, na forma estruturada e organização, da detecção e condução do desenvolvimento dos seis talentos. Este é um assunto ao qual voltarei de novo.
Como está a decorrer o campeonato da europa de seniores masculinos, hoje, vou ficar por uma comparação, no mínimo curiosa entre a classificação apresentada e os vinte e quatro países que estão a participar na fase final do europeu. Ao olharmos para o “ranking” exposto neste artigo, não deixa de ser significativo, verificar que nos primeiros 24 países estão 22 que participam neste europeu.
Se substituirmos a Bulgária e Estónia pela Bósnia-Herzegovina e pela Macedónia encontramos os 24 finalistas. Estes dois países não aparecem no “ranking” somatório das três classificações, porque não participaram este ano no campeonato de Sub-20, no entanto, dei-me ao trabalho de fazer a comparação entre estes quatro países apenas nos escalões de Sub-16 e Sub-18 e os resultados foram os seguintes: 1º Bósnia-Herzegovina 31 pontos, 2º Macedónia 44 pontos, 3º Bulgária 50 pontos e 4º Estónia 55 pontos. E agora venham-me dizer que a formação não é importante e que não há grande relação entre o trabalho realizado nos escalões mais novos e os resultados dos seniores.
