120 Treinos, 20 a 25 jogos
 
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120 Treinos, 20 a 25 jogos

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João RibeiroAs preocupações com as competições nos escalões de formação têm sido mais do que muitas. Todavia, será igualmente importante preocuparmo-nos em encontrar indicadores

que possam contribuir para responder à questão central respeitante às competições jovens – O que queremos…?

Decorrente da preocupação anterior orientei a minha reflexão para questões da natureza pedagógica, nomeadamente direccionada para o escalão onde iniciamos a abordagem ao Basquetebol e onde o ensino e o treino se complementam num ambiente que se pretende tranquilo para consolidar o que todos queremos bem adquirido – Os Fundamentos.

Nesta pesquisa, eis-me novamente na leitura de escritos do Professor Hermínio Barreto, num livro editado pela Faculdade de Motricidade Humana – GOSTAR DE BASQUETEBOL, Ensinar a jogar, aprender jogando. Uma homenagem justa ao Prof. Hermínio e um livro que de tempos a tempos todos os treinadores deveriam ler ou reler.

Não obstante o livro conter um conjunto de testemunhos da grandeza e mestria do Prof. Hermínio, o capítulo que mais interesse me despertou consistiu na transcrição de um discurso, efetuado numa conferência, intitulado - PRONTIDÃO DESPORTIVA. EQUILÍBRIO ENTRE CAPACIDADES DE HOJE E EXIGÊNCIAS DE AMANHÃ. A determinado momento do texto o Prof. Hermínio contextualiza aquele que foi o cenário de partida para o Centro de Treino em Basquetebol, desenvolvido no antigo ISEF de Lisboa (atualmente Faculdade de Motricidade humana) no período de 1980 a 1985. Desta contextualização emerge uma frase que em muito gostaríamos que para os treinadores de sub-12 e Sub-14 representasse o contexto onde se desenrolasse o processo de ensino do jogo: “…a total autonomia de que dispúnhamos, para definir a orientação e estratégias que melhor entendêssemos, favorecido ainda pelo facto de acolhermos praticantes do primeiro escalão federado, portanto em início de formação como basquetebolistas…”. Mais adiante no texto o ponto alto da questão que trago à reflexão: “…se neste novo contexto significava 120 treinos e 30 a 40 jogos, foi possível adequar a prática à necessidade…”.

Na verdade, estes simples indicadores de treino (número de treinos e de jogos) parecem banais e acessíveis a muitas equipas de “Iniciados” do nosso país. Estamos a falar de uma periodicidade de 3 treinos semanais e de 4 jogos por mês, em média, de Setembro a Junho. É muito?

Mas se queremos realmente encontrar uma referência para melhorarmos, de forma simples, a forma como todos os praticantes aprendem e vivenciam jogo podemos eventualmente atrevermo-nos a considerar que todos os atletas de idade sub-14 deveriam, obrigatoriamente, realizar um mínimo de 120 treinos e pelo menos 20 jogos numa época. Na realidade o nosso Basquetebol ainda não consegue alcançar esta, aparentemente simples, meta numérica.

Quando discutimos competições de jovens, já o disse em artigo anterior, carece essa mesma discussão de encontrar uma resposta simples, clara e coerente com os objetivos do desporto juvenil, sobre o que queremos proporcionar aos nossos praticantes? Nomeadamente aos que “iniciam” no ambiente federado. Queremos simplesmente valorizar os resultados? Conceber uma competição onde encontraremos um “grande campeão nacional”? Ou será possível encontrar vários patamares de sucesso, vários “títulos”, várias etapas?

Creio que poderemos ser verdadeiramente ambiciosos e acreditar que, com 120 treinos e 20 jogos, poderemos ensinar o jogo, ensinar a treinar e valorizar os nossos praticantes, sem pressões de resultados, mas com o atractivo de jogar e competir com frequência.

Em 2010, a AB Leiria realizou o seu primeiro fórum das competições, seguindo iniciativas idênticas preconizadas pela AB Porto, através do seu competente DTR – Paulo Neta – e pela AB Coimbra, através da iniciativa da igualmente competente DTR - Isabel Lemos. A primeira edição contou com a participação de José Miranda, na altura Coordenador Zonal de Formação, tendo sido abordada pelo mesmo o tema Significado dos Resultados Desportivos nos escalões de formação. Em complemento, José Miranda deu um forte contributo para melhorar as nossas competições distritais, elaborando um conjunto de princípios que agregaram aquilo que eram as preocupações dos treinadores e dirigentes do clubes a este respeito e princípios pedagógicos a serem respeitados no processo de formação desportiva dos jovens basquetebolistas. Em jeito de conclusão irei citá-los, agregando os indicadores numéricos que há pouco referenciei através do contributo do Prof. Hermínio Barreto.

É nesta compilação de indicadores que partilho convosco aquela que poderá ser a resposta fundamentada para a questão o que queremos com as competições de Sub-14 no nosso país?

  • Que todas as equipas de Sub-14 de Portugal Continental e Ilhas realizem no mínimo 120 treinos e 20 jogos por época. Jogos esses que incluem participação em competições distritais, interdistritais, nacionais, jogos particulares, participação em torneios, etc.;
  • Condições de equilíbrio entre as equipas (garantir que durante a época possa haver mais jogos onde a diferença não exceda os 20 pontos);
  • Quadros competitivos curtos mas durante toda a época;
  • Variedade de quadros competitivos (tipo e natureza);
  • Pequenas pausas entre competições para consolidar aprendizagens;
  • Tentar não eliminar os derrotados;
  • De preferência competições regionais e inter-regionais (tendo em consideração a proximidade geográfica);
  • Controlo de despesas referentes às diferentes provas;
  • Atribuição de prémios a todos os participantes.

Se estes princípios puderem contribuir para se pensar numa competição de sub-14 verdadeiramente nacional, onde todos os agentes se sintam participantes e responsáveis por desenvolver um processo de ensino aprendizagem do jogo direccionado para o mesmo fim, então poderão ser válidos todos os modelos que agreguem esta filosofia. Uma tarefa difícil todos sabemos, mas aliciante creio, na medida em que possibilita unir forçar e ideias para preparar o amanhã.

Porém, convém não esquecer que nem todos estes indicadores poderão ter o mesmo peso e a mesma operacionalidade na atual organização geográfica do nosso basquetebol. Esse é realmente o trabalho prévio a fazer (pensar o país basquetebolístico com outra organização geográfica) e que espero possa ser uma matéria motivante para quem possa aspirar a liderar os destinos da modalidade num futuro bem próximo. Aguardemos pacientemente por um futuro um pouco melhor para o nosso Basquetebol.

 

 


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