Ainda e sempre as zonas - P2
 
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Ainda e sempre as zonas - P2

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Defesa ZonaDepois do importante contributo de mestre Jorge Araújo, seguimos o caminho e outro mestre nos surge, o companheiro António Paulo Ferreira, atual selecionador nacional de sub-16M,

que num documento intitulado: "Uma reflexão centrada na aprendizagem no jogo de Basquetebol", nos apresenta a proposta para o ensino dos conteúdos da Defesa, assente em três etapas, entendidas no quadro das exigências de cada um dos três níveis de jogo, a saber e resumidamente (porque em cada um dos níveis todos os conteúdos estão devidamente estruturados)

Etapa I - Características da Defesa na Estrutura do Jogo Anárquico:

  • Defesa ao atacante com bola - condicionada.
  • Defesa ao atacante sem bola - livre

Etapa II - Características da Defesa no Nível I:

  • Defesa ao jogador com bola - controlada.
  • Defesa ao jogador sem bola - diferenciada.

Etapa III - Características da Defesa no Nível II:

  • Defesa ao jogador com bola - condicionante
  • Defesa ao jogador sem bola - orientada.

Um documento importante e que recomendamos vivamente.

Neste seu trabalho, referencia o nosso companheiro, acerca da adequação da Defesa, outro mestre Hermínio Barreto, 2002, e registemos:

"Adequando a dose, o que se pretende é conceder ao atacante uma tolerância quanto baste para ele preparar uma resposta, escolher a solução e agir, ou seja, que possa fazer tudo quanto deve fazer por ter a bola. Trata-se de uma concessão, que se tolera enquanto se justifica. E este é um aspeto importantíssimo a reter. Com efeito à medida que o atacante vai consolidando os seus "saberes fazer", a margem de tolerância deve ir variando, o que quer dizer reduzindo, até que deixe de ser necessária".

Andámos um pouco mais e outro mestre se nos depara, o companheiro José Ricardo Rodrigues, atual selecionador nacional de sub-20, que num documento editado pela revista "O Treinador" - Dezº/2012 -, da ANTB, com o título: "Conceitos defensivos a desenvolver nos sub-14", refere a dado momento:

"A defesa não é apenas desejo e vontade nem deve ser abordada em longas sessões de treino onde deslocamentos defensivos ou repetições exaustivas da posição defensiva básica se sucedem em exercícios, muitas vezes descontextualizadas do jogo", e ainda que: "o domínio de aspetos da tática individual defensiva (tomada de decisão) e uma forte coordenação coletiva são determinantes para a implementação de um qualquer modelo defensivo. Os jogadores têm de saber manter o equilíbrio, efetuar saídas e paragens, perceber a distribuição de espaços, atuar em função da bola e perceber que, tudo isto, são meios para atingir objetivos".

E, a fechar, referindo-se a que o modelo competitivo não pode servir de desculpa para não fazermos o que tem de ser feito no momento em que tem de ser feito, recorda António Damásio: "Nem tudo é permissível no caminho da vitória porque nem todas as vitórias resultam numa mais-valia para aqueles que têm de viver com as consequências".

Contributo objetivo e pragmático.

Companheiros, por tanto e tudo quanto nos legaram os mestres Teotónio Lima - paz à sua alma – (ele que segundo mestre Hermínio Barreto: “foi sempre o maior de todos nós, os treinadores”), Jorge Araújo, Hermínio Barreto, Olímpio Coelho, Jorge Adelino Soares que Bíblia: "As coisas simples do Basquetebol" -, desafiemo-nos mutuamente, vamos a "jogo". Não cometamos a ingratidão de não sermos gratos. Estes mestres, só para referirmos os ícones, indicaram-nos o caminho do "sigam-me" que sempre se traduz em compreensão, que é a base das relações interpessoais, que gera confiança e aproxima as pessoas, e não o do "vão por ali" que é arido e só conduz a um percurso (algum?) com significado egoísta.
Nestes últimos 15 anos, enquanto coordenador zonal de formação, coordenador de estágio (graus I e II), coordenador por diversas vezes de seleções regionais e desde a 1ª edição da Festa do Basquetebol como diretor de campo, fomos formulando algumas ideias, enraizando algumas convicções sobre as mais e as menos valias do denominado "trabalho no terreno".

Se neste quadro de reflexões puder contribuir com uma pequena, mínima que seja, partícula para a melhoria do praticante e do nível da prática, corresponderá a partir em sossego comigo mesmo (perdoem-me o pessoalizar) e consciente e humildemente pensar que : missão cumprida!

Convictamente acreditamos que um processo ensino/aprendizagem terá efetivo sucesso se conduzir ao desenvolvimento integrado e progressivo do pensamento, da memória, da criatividade e da alegria pelo jogo por parte dos jovens praticantes. Temos vindo a aprender e acreditamos que só a experiência de um bom treino, a fazer sentido ao atleta, poderá ser essencialmente formadora e conter o potencial de permanecer vida fora.

De uma coisa, nós treinadores, não nos devemos esquecer: ganhar ou perder é o resultado de uma competição, enquanto sucesso e fracasso não dependem disso. E se tivermos de enfrentar outros desafios, eventualmente mais competitivos, técnica e taticamente, tenhamos também bem presente que na vida do treinador só há lugar para duas coisas: desculpas ou resultados.

E quer na formação, quer na via do rendimento, caberá recordar, porque a propósito, uma recente afirmação do companheiro San Payo Araújo: "Podemos e devemos estudar muito, mas nada é mais enriquecedor na vida do que a experiência".

Também, porque se enquadra, relembrar um milenar provérbio chinês: "Podemos escolher o que queremos semear, mas iremos certamente colher o que plantarmos".

Uma palavra para os treinadores mais jovens, porque naturalmente menos experientes, mas quantas vezes com uma enorme vontade de contribuir, de se afirmar, mas que deverão ter como objetivo fundamental a obtenção do cinco inicial – feliz expressão do nosso companheiro João Ribeiro: “ensinar, aprender (porque: “quem quiser deixar de aprender deve deixar de ensinar”, do ícone Teotónio Lima), treinar, evoluir e competir.

E, como último cesto, já em prolongamento, tenhamos presente o conselho do sábio, porque corporizava esta máxima: sábio é aquele que sabe, que sabe que sabe pouco – imagine-se!

John Wooden, que nos transmitia: “o talento é um dom de Deus, seja grato; a fama é um dom dos homens, seja humilde; a presunção é um dom de si próprio, seja cuidadoso”.

Quando voltarmos ao vosso contacto, estaremos a uma semana do início da Festa do Basquetebol - momento de "montra aberta", para ser observado o nosso nível de jogo, mas também o nosso saber estar e a continuidade do sentido ético -, talvez que ocasião oportuna para partilhar convosco um tema que nos é muito querido: “a importância do modelo de jogo”.

Até lá, e Bom Basket.

 

Comentários 

 
+2 #1 Diogo Almeida Santos 13-03-2015 10:34
Uma vez mais um excelente artigo!
Os meus parabéns e continuação do excelente trabalho.
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