Os primeiros passos são determinantes para o futuro do jogador, sendo as escolas de basquetebol nos clubes, estruturas necessárias e fundamentais para o desenvolvimento da modalidade.
Estas estruturas são a porta de entrada e o momento ideal para os educadores, mais do que os treinadores, inculcarem valores educativos, pedagógicos e técnicos que perdurarão para toda a vida.
É preciso semear para colher e quem semeia não colhe no dia seguinte. Talvez por isso, se ouvem discursos circunstanciais em momentos politicamente correctos a salientar a importância do minibasquete na formação mas que acabam por se revelar pouco sérios e autenticos.
Investir na formação é rentável mas como não tem retorno imediato não desperta paixões.
Sendo certo que as escolas de basquetebol se tornaram fontes de receita apreciáveis não é menos verdade que a qualidade do ensino não é consentânea com o que deve ser exigido por quem paga.
Segundo a nossa perspectiva uma escola de basquetebol deve compreender duas fases com aproximações diferentes e progressivas, com muita paciência e sem pressas, porque o tempo vinga-se sempre daquilo que se faz sem ele.
Ainda que a idade cronológica não seja factor determinante admitimos os seguintes limites para organizar a escola:
- 1ª fase: 7 a 10 anos (Minibasquete);
- 2ª fase: 11 A 14 anos (Escola de basquetebol).
Princípios pedagógicos
A descoberta da actividade faz-se através de formas de jogo adequadas sendo importante evitar ensinar os fundamentos de uma forma abstracta e nada relacionada com a situação do jogo. Melhorar a técnica pelo simples método de repetição desenvolve jogadores autómatos com pouca capacidade para jogar.
Para melhorar a velocidade de execução e o tempo de reacção é preciso levar o jogador a observar e sentir situações conhecidas para que possa vir a responder com a solução adequada ao meio envolvente (área do terreno e posição do adversário). Enfim, ler o jogo.
Com indicações claras e curtas e a partir de duas regras essenciais (não ao contacto e regra de caminhar) outras regras de jogo se descobrem enquanto se evolui e se aumenta o conhecimento do jogo.
Formas de jogo reduzidas e ataques em superioridade numérica são suportes ideais para toda a aprendizagem inicial.
Comentários
Excelente e oportuno artigo.
Aceitemos e apliquemos de uma vez por todas o conceito de que o minibasquete é um processo de formação de jovens (social, físico e psicológico) e não um produto onde vale tudo para as afirmações pessoais dos adultos.
Para nos situarmos, em termos de atletas, o que foi "semeado" entre 1985 e 1990 para ser colhido em 2015?
Com um compromisso, quase para já, adiei por uns minutos para "estar contigo".
Como é possível em poucas palavras dizer-se assertivamente tanto e "coisas" tão importantes e decisivas ?!
Permite-me só acrescentar que nas escolas de basquetebol, em cada um dos clubes, indispensável se torna instituir um qualificado e competente Coordenador Técnico que, conhecedor profundo do jogo - tanto quanto possível - (aqui, a ENB pode dar uma ajuda), possa constituir um ARADO ("para rasgar a terra, desarreigar a má erva e preparar o terreno para receber a sementeira") e não um TRATOR (adepto fervoroso do "Fast food").
É que : "podemos escolher o que semear, mas vamos certamente colher o que plantarmos".
Coimbra, 11 de Julho de 2015, espera por ti e saberá acolher-te, como sabes e mereces !
Estarei lá, para subscrever.
Aquele abraço, companheiro e amigo de há 4
décadas.