“Quanto mais atractivos, lúdicos e divertidos forem os conteúdos, mais fácil será a sua interiorização e, naturalmente, a sua aprendizagem.”

Manfred Spitzer

Aconselho vivamente a leitura do excelente texto, do Prof. Jorge Araújo, “Já ganhámos”. Foi lá que encontrei a citação de Manfred Spitzer, que transcrevi e que me levou à escrita deste artigo.

Ao contrário do que possa parecer a alguns, em todos os exercícios que apresento ou ponho em prática quer, sob forma de “brincadeiras” (jogos com balões, elásticos, saltar à corda, etc), quer mais formais, sei exactamente os objectivos que pretendo atingir, os conteúdos que estou a trabalhar e qual a finalidade de aprendizagem que eu quero alcançar.

Mais, ao contrário do que alguns sugerem, não é apenas quando estamos a replicar os exercícios tradicionais do basquetebol utilizados nos seniores, mais ou menos ajustados às crianças, que estamos a ensinar a modalidade. Os mais desatentos ou desinformados, até podem pensar que as minhas práticas nalgumas situações, se podem assemelhar à ocupação de tempos livres. Contudo, mesmo aos mais cépticos posso dizer, e a minha porta está sempre aberta ao diálogo e esclarecimento, que a minha vida é já curta demais para me limitar a ocupar os tempos livres das crianças.

Não foi por acaso que deixei as minhas funções na federação e voltei ao terreno, quer num clube, quer numa escola. Quero aproveitar a vida que ainda tenho pela frente com coisas que me dão gozo. E uma das coisas que me dá mais prazer é compreender processos de aprendizagem e ter a possibilidade de os ensinar. Sei que o ensino está nos dias de hoje bastante desvalorizado, mas para mim é uma das funções mais nobres e ricas da natureza humana.

Nunca me senti, nem sou certamente dono da verdade, e há muito que aprendi, que no universo da aprendizagem, como em muitas outras coisas na vida, não há apenas uma via, não há apenas um caminho. O que é importante é compreendermos os objectivos que pretendemos, sabermos a lógica e a coerência do caminho escolhido e em função desse caminho apresentarmos os resultados obtidos.

Para exemplificar o que acabo de escrever, oportunamente, apresentarei, uma proposta de sequência de exercícios que partem do lúdico, para chegar ao conceito de defesa de 1 x 1 ao portador da bola.

O minibásquete, nomeadamente o escalão de Mini-12, também é, e é importante que o seja, um escalão de formação, mas ai de nós, se nos limitarmos a ter essa visão exclusiva e profundamente redutora do minibásquete.

No nosso país, e sem descurar outras vertentes; na nossa realidade e dadas as condições existentes, o mais importante e mais difícil é captarmos mais praticantes.