A expectativa para esta temporada era grande. Depois daquela que foi provavelmente a maior offseason de sempre e depois de movimentações que ameaçavam mudar o panorama da liga durante os próximos anos, a expectativa era maior que nunca.

O próprio David Stern colocou a fasquia alta quando, antes da época começar, disse que esta podia ser a melhor de sempre. Miami prometia dominar a liga (e prometeram aos seus fãs múltiplos campeonatos), os campeões Lakers reforçaram-se ainda mais e outros candidatos, como os Celtics, os Spurs ou os Mavs, não ficaram atrás e adicionaram mais peças ao seu já excelente puzzle. Outras equipas, como os Rockets e os Blazers, depositavam as esperanças no regresso de estrelas que passaram o ano anterior lesionados e outras ainda, como os Kings, os Clippers ou os Wizards, em rookies que as deixavam a sonhar com um futuro recheado de vitórias.

E se a expectativa era muita, com mais de um mês de competição já disputado, a temporada de 2010-11 não está a desiludir. Vamos ver alguns dos destaques até agora.

A Surpresa: San Antonio

Muitos poderão dizer que os Spurs já eram candidatos aos título quando a época começou, mas poucos esperavam que estivessem nesta altura com o melhor recorde da liga (16-3). Estão mais colectivos e eficientes que nunca, com contribuições significativas de todos os seus jogadores, e a jogar o melhor basquetebol que temos visto pelos campos americanos. Podem não ser uma surpresa completa, mas estão a superar as suas próprias expectativas.

A desilusão: Miami

Se poucos esperavam ver os Spurs com o melhor recorde, ninguém esperava ver a equipa dos Três Super-Amigos com o mediano recorde de 13-8 (3º no Este e apenas o 10º melhor da liga). O domínio anunciado tem acontecido apenas contra as equipas menos cotadas e têm falhado consecutivamente frente às equipas mais fortes. As dúvidas sobre se Lebron e Wade podem render juntos só aumentam.

O número: 30-30

Já tivemos várias grandes exibições individuais neste pouco mais de um mês de NBA, mas a de Kevin Love frente aos Knicks foi provavelmente a maior de todas até agora. Há 28 anos que nenhum jogador conseguia mais de 30 pontos e 30 ressaltos, o que dá para ter uma ideia do feito do jogador dos Timberwolves (31 pts, 31 res e 5 ass).

O melhor jogador: Dwight Howard

Gasol foi um candidato inicial, mas os seus números baixaram nos últimos jogos, Kobe divide os louros do sucesso dos Lakers com o espanhol, Lebron e Wade, por jogarem juntos, baixaram os seus números e a luta pelo MVP está assim renhida entre o Superman e o alemão Dirk Nowitzki. O poste dos Magic é o segundo jogador com mais duplos-duplos na temporada (13, atrás dos 15 de Gasol e empatado com Blake Griffin) e é ponto central do ataque e da defesa da equipa de Orlando. Os seus números (21.3 pts, 12.1 res e 2.4 desarmes) continuam impressionantes e nenhum jogador é tão responsável individualmente pelo sucesso da sua equipa como ele.

O melhor rookie: Blake Griffin

A luta, desde o início, parecia apenas entre o power forward dos Clippers e John Wall, mas Griffin destaca-se cada vez mais da concorrência e parece um claro favorito. 13 duplos-duplos até agora, com números fora de série em alguns deles, e um duplo-duplo de média (20.6 pts, 11.7 res). Para além disso, é o rei dos highlights, com afundaços espectaculares em todos os jogos.

Os Mais

Os bases. Está a ser uma época dominada por bases e muitos deles são dos principais responsáveis pelo sucesso das suas equipas. Se o líder na corrida pelo MVP é um poste, o resto do top 10 podia ser preenchido quase exclusivamente por bases: Russell Westbrook, Rajon Rondo, Chris Paul, Deron Williams, Derrick Rose, Monta Ellis e Manu Ginobili estão a fazer temporadas excepcionais.
Os Mavericks, que, discretamente, estão no segundo lugar do Oeste e levam uma série de 9 vitórias consecutivas. Nowitzki está a jogar a nível de MVP e o resto do elenco está mais sólido que em épocas anteriores. A conferência Oeste parecia entregue de caras aos Lakers e afinal parece que há mais dois sérios concorrentes.

Os Menos

Procura-se desesperadamente o ataque dos Bucks. A defesa continua lá (6ª, 93.2 pts/jogo), mas o ataque está desastroso (91.6 pts/jogo, o pior da liga). Apenas chegaram ou passaram os 100 pontos em cinco jogos (!) e o máximo que já marcaram foram 108. A percentagem de lançamento? Uns arrepiantes 40% nos lançamentos de 2 pts e 32% nos triplos.

Greg Oden e os Blazers. Oden continua o seu calvário de lesões (está, mais uma vez, de fora a época toda), os joelhos de Brandon Roy continuam a preocupar e a equipa de Portland começa a parecer os Clippers: a ficar eternamente aquém do seu potencial.