Depois de um dos mais badalados defesos dos últimos anos, a fase regular da temporada da NBA já vai a meio.
E se a derrota desta terça-feira diante dos Atlanta Hawks deitou por terra qualquer hipótese dos Miami Heat igualarem o registo dos Chicago Bulls em 1995/96, outro conjunto segue ainda com aspirações a conseguir esse feito.
A temporada 1995/96 ficou marcada pela histórica marca dos Bulls, 70 vitorias e apenas 12 derrotas. Com o esfomeado Michael Jordan de regresso e pronto para competir desde o primeiro dia da época (recorde-se que Jordan voltou aos campos a meio da temporada anterior, 94/95), os Bulls estavam determinados em regressar ao topo da liga e aos títulos.
Com o excêntrico Dennis Rodman ao lado do duo Jordan e Pippen, o conjunto orientado por Phil Jackson ganhou uma nova dimensão e fez uma época de sonho. Em Chicago, os Bulls venceram 39 dos 41 jogos disputados e fora de casa estabeleceram um novo máximo da liga, com 33 triunfos. A nível individual, Rodman foi o melhor ressaltador da competição pelo 5º ano consecutivo, enquanto o regressado Michael Jordan conquistou o título de melhor marcador (o 8º da sua carreira), aos quais juntou os prémios de MVP do All-Star Game e das Finais da NBA. Outra particularidade, foi o facto de tanto Jordan, como Pippen e Rodman terem integrado o melhor cinco defensivo da prova, feito nunca antes alcançado por três elementos da mesma equipa.
Este verão, com a contratação de LeBron James e Chris Bosh pelos Heat, vários foram os comentadores que opinaram sobre a possibilidade do recorde dos Bulls 95/96 poder cair este ano. Mas a meio da temporada, os Heat seguem já com 13 derrotas e fora da corrida pela histórica marca. No entanto, outro conjunto tem ainda algumas possibilidades de o atingir, os San Antonio Spurs.
Os Spurs de Gregg Popovich jogaram já mais de metade dos jogos da fase regular e seguem com 36 vitorias e 6 derrotas e caso consigam manter o ritmo, terminam o ano com ... 70-12.
Claro que se trata de uma extrapolação que merece uma análise mais cuidada, sobretudo porque o factor calendário, que beneficiou os Spurs na primeira metade do ano, não será tão favorável nos próximos meses. Até agora, o conjunto de San Antonio jogou 25 jogos em casa (23 vitorias e 2 derrotas) e apenas 17 fora (13-4).
Seja como for e suceda o que suceder daqui para a frente, há que dar o devido mérito a Popovich e aos seus atletas. Considerados por muitos analistas como uma equipa velha e fora do seu auge, os Spurs vão dando noite após noite a devida resposta dentro do campo. Manu Ginobili tem sido o melhor marcador de um grupo com múltiplas soluções ofensivas e defensivas e que este ano até tem tido uma menor contribuição da sua maior estrela, Tim Duncan, limitado pelo menor tempo de utilização imposto por Popovich que o quer manter fresco para a fase decisiva da temporada. Se a isto juntarmos os contributos de Tony Parker, um dos mais subvalorizados bases da NBA e de um conjunto de "role-players" de inegável valor como Richard Jefferson, DeJuan Blair, Geroge Hill ou mesmo do rookie Gary Neal, encontramos a melhor equipa da primeira metade da fase regular da NBA.
Será que estes Spurs conseguirão superar ou pelo menos igualar a marca dos Bulls 95/96? Possível, até pode ser, mas na minha opiniao, nao é este ano que o recorde vai cair.