O fim duma melodia vencedora
 
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O fim duma melodia vencedora

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altJerry Sloan demitiu-se pela primeira vez no verão de 1977. Após terminar a sua carreira de jogador no ano antes, tinha aceitado a oferta da Universidade de Evansville (onde fez a sua carreira universitária) para treinar a equipa.

Era o primeiro ano da universidade na Divisão I da NCAA, depois de vários títulos nacionais na Divisão II (alguns deles quando Sloan lá jogou). Mas, ao fim de cinco dias, demitiu-se. E esta foi uma decisão que mudou a história da NBA.

Porque meses mais tarde, no dia 13 de Dezembro de 1977, o avião que transportava a equipa de Evansville para o jogo frente a Middle Tennessee State, despenhou-se pouco depois da descolagem. No acidente perderam a vida os 14 jogadores e a equipa técnica.

Por isso, quando esta semana anunciou a sua saída dos Utah Jazz, Jerry Sloan sabia que não era o fim do mundo. Apenas o fim da sua carreira como treinador. E que carreira. Podem ficar a faltar um título e um prémio de treinador do ano, mas Jerry Sloan é sinónimo de vencedor. Para ele, mais importante que ganhar era a procura da vitória. Ganhar não dependia apenas da sua equipa, mas fazer tudo para ganhar, dar o máximo para o conseguir, era tudo o que estava nas suas mãos. E foi o que ele fez toda a sua carreira. Primeiro como jogador e depois como treinador.

Depois duma bem sucedida carreira na referida Universidade de Evansville, Jerry Sloan foi escolhido pelos Baltimore Bullets na 4ª posição do draft de 1965. E no ano seguinte, foi o primeiro jogador escolhido pelos estreantes Chicago Bulls no draft de expansão de 1966, o que lhe valeu a alcunha de Original Bull. Jogou em Chicago durante 10 temporadas, tendo sido duas vezes All Star (1967 e 1969). Sloan era conhecido pela sua garra e intensidade na defesa e é um dos 18 jogadores na história da NBA a ser seleccionado por quatro vezes para o Cinco Defensivo. Dava sempre tudo em campo e foi um dos jogadores mais duros, lutadores e aguerridos da NBA durante os anos em que jogou, mas lesões consecutivas nos joelhos obrigaram-no a terminar a carreira cedo. Retirou-se em 1976, acabando a carreira com médias de 14 pts, 7.4 res, 2.5 ass e 2.2 rb.

Como treinador não foi diferente e exigiu sempre o máximo dos seus jogadores. Começou como olheiro dos Bulls, em 1976, e foi treinador adjunto entre 77 e 79. Em 79 tornou-se treinador principal e compilou um recorde de 94-121 nas duas temporadas e meia que comandou a equipa de Chicago. Conseguiu levá-los aos playoffs no segundo ano, mas um mau início no terceiro ano traçou o seu destino.

Em Utah repetiu o percurso. Entrou como olheiro em 1984, tornou-se adjunto de Frank Layden no ano seguinte e assumiu as rédeas da equipa em 1988. Mas o resultado foi bem diferente. O Bull original tornou-se a face dos Jazz e o principal responsável pela transformação duma equipa irrelevante numa equipa de topo.

Em 23 anos no banco da equipa de Salt Lake City, teve 21 temporadas com recorde positivo. Levou os Jazz aos playoffs por 19 vezes (15 delas consecutivas, entre 89 e 2003), teve 13 temporadas com mais de 50 vitórias e foi duas vezes às Finais (97 e 98). É também o único treinador a conseguir 1000 vitórias com a mesma equipa e o terceiro treinador com mais vitórias de sempre (1221). O titulo de campeão, no entanto, sempre lhe fugiu e incrivelmente, numa das maiores injustiças que há memória na NBA, nunca ganhou o prémio de Treinador do Ano.

Mas os seus números são impressionantes e ficarão para sempre como um dos melhores registos de um treinador na liga. E, mais importante do que os números, é a herança que deixa e a cultura de trabalho que sempre cultivou. Um legado de superação e esforço.

Em 1997, quando os Jazz derrotaram os Rockets na final da conferência e, depois de vários anos a tentar, avançaram pela primeira vez na sua história para as Finais, Sloan afirmou que “a coisa mais importante no desporto é continuar a tentar. Que isto seja um exemplo do que significa dizer que nunca acaba.”

E embora a despedida de Jerry Sloan possa fazer crer o contrário, que tudo acaba, o seu legado mostra-nos que não. Que quem venha a seguir, não só nos Jazz, mas em todas as equipas, siga estas palavras. O trabalho nunca está terminado e cada jogo é uma oportunidade para continuar. Continuar a tentar. Só assim se chega às vitórias. Sloan tem muitas de que se orgulhar. E nós temos muitas que lhe agradecer. Obrigado.

 

 


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