Heat e Knicks protagonizaram nas últimas décadas algumas das mais intensas e apaixonantes batalhas nos playoffs da NBA.
Mas se a rivalidade entre os dois conjuntos não é de hoje, a recente aquisição de talento tanto por parte dos Heat, como pelos Knicks fez renascer esta rivalidade, tornando um eventual embate entre New York e Miami nos playoffs, num dos mais apetecíveis e aguardados confrontos pelos adeptos da NBA.
O jogo deste domingo entre Heat e Knicks, vencido pelos últimos em Miami foi uma pequena amostra do que poderá acontecer lá mais para a frente. E apesar dos protagonistas serem outros, excepção feita a Anthony Carter, que noutros tempos vestiu a camisola de Miami, a rivalidade entre os dois conjuntos está bem viva. Esperemos apenas que a competição se mantenha dentro dos limites do razoável, ao contrário do que sucedeu no passado.
Voltemos atrás no tempo aos playoffs de 1997, mais precisamente à segunda ronda da conferência Este. Os Heat, liderados então por Pat Riley, ex-treinador dos Knicks começam com a vantagem casa do seu lado. No entanto, os Knicks vencem o jogo 1 em Miami e chegam ao decisivo jogo 5 a vencer por 3-1. Com a série a pender para os de New York, o extremo-poste dos Heat, PJ Brown envolve-se com o base dos Knicks, Charlie Ward, fazendo-lhe um "body slam" que o atira para a primeira fila das bancadas. No meio da confusão, vários jogadores dos Knicks, nomeadamente Pat Ewing, Alan Houston, John Starks e Larry Johnson entram em campo e são suspensos para os jogos seguintes. Perante uns Knicks fragilizados, os Heat liderados por Alonzo Mourning e Tim Hardaway acabam por dar a volta à eliminatória e eliminar os Knicks em 7 jogos.
No ano seguinte, novo encontro entre Heat e Knicks nos playoffs, desta vez na primeira ronda e numa série disputada à melhor de 5 jogos. Os Knicks viriam a vencer a série na negra, mas a eliminatória ficará para sempre relembrada pela cena de pugilato do jogo 4 protagonizada por Alonzo Mourning e Larry Johnson (antigos companheiros nos Hornets) e sobretudo pelo momento em que o treinador dos Knicks, Jeff Van Gundy resolve agarrar vigorosamente a perna do poste adversário, com o intuito de interromper a luta.
Um ano volvido e nova eliminatória entre Heat e Knicks, mais uma vez na primeira ronda. Os Heat terminam a fase regular como a melhor equipa do Este e enfrentam uns Knicks que depois de uma época regular fraca entram no playoff na 8ª posição. Com o favoritismo do lado do conjunto de Miami, os Knicks surpreendem e vencem os jogos 1 e 3. Os Heat respondem ao triunfar nos jogos 2 e 4 e levam a decisão novamente para a negra. Num jogo de grande intensidade defensiva, os Knicks acabam por vencer (78-77) com o célebre lançamento de Alan Houston a menos de um segundo do final, tornando-se na segunda equipa na história da liga a partir da posição 8 para eliminar a melhor equipa da conferência na fase regular. Esta série viria a ser a rampa de lançamento para uma das mais fantásticas campanhas de uma equipa nos playoffs, com os Knicks a superarem inúmeras lesões dos seus principais atletas, para atingir as finais da NBA, onde sucumbiram às mãos dos Spurs de Tim Duncan e David Robinson.
Cerca de uma década mais tarde e com novos protagonistas de parte a parte, a chama da rivalidade entre Knicks e Heat reacende-se sobretudo devido ao poderio dos novos Big 3. Mas no final quem ficará a rir? Billups, Carmelo e Amar'e ou Wade, LeBron e Bosh?
Até pode acontecer que Knicks e Heat não se cheguem a defrontar nos playoffs deste ano, mas como dizia o anúncio: Podia acontecer? Podia, mas não era a mesma coisa!
