A presença de Miami Heat e Dallas Mavericks nas finais da NBA deste ano obrigam-nos a voltar atrás no tempo e a recordar as finais de 2006, vencidas pelos Heat por 4-2.

Nesse ano, Heat e Mavs atingiram pela primeira vez na sua história as finais da competição. Cinco anos depois, ei-los de novo na discussão do título.

De lá para cá muita coisa mudou em ambos os conjuntos. Dos campeões de 2006, apenas se mantêm em Miami, Dwyane Wade, Udonis Haslem e claro Erik Spoelstra, treinador-adjunto de Pat Riley em 2006. Tambem os Mavs mantêm apenas dois dos finalistas de 2006, são eles Dirk Nowitzki e Jason Terry.

Mas recordemos então as finais de 2006.

Os Mavericks partiam com a vantagem casa do seu lado e aproveitaram-na nos dois primeiros jogos no seu reduto, vencendo ambos (90-80 e 99-85). Liderados por Jason Terry e Dirk Nowitzki e contando com bons contributos de Josh Howard e Jerry Stackouse, os Mavs arrancaram para uma vantagem de 2-0 na série, tornando-se no 10º conjunto da liga a consegui-lo nas finais. Era um bom prenúncio para a equipa de Dallas, já que em todas as outras 9 vezes que tal aconteceu, quem saiu a vencer por 2-0 acabou campeão.

No jogo 3 em Miami, tudo parecia bem encaminhado para os Mavs, pelo menos durante 3 períodos e meio. De facto, pode-se dizer que houve claramente dois períodos nas finais, separados por aquele momento, a cerca de 6 minutos e meio do final do jogo 3.

Com o público da American Airlines Arena em desespero, o treinador dos Heat, Pat Riley pediu um desconto de tempo, pegou no quadro e nele escreveu "This is our season" (Esta é a nossa época), procurando trazer os seus atletas de volta à luta. Foi então que Dwyane Wade apareceu, marcou 10 dos seus 42 pontos nessa partida e guiou os Heat à vitória. Pelo meio, ainda houve tempo para Shaquille O'Neal cumprir a sua promessa de marcar os lances livres quando fosse preciso e para o veterano Gary Payton concretizar os seus únicos mas decisivos pontos da partida. Miami acabaria por vencer por 98-96 e regressar à discussão pelo título.

Aproveitando a espantosa recuperação do jogo 3, os Heat embalaram no jogo 4 para uma vitória clara (98-74), perante uns atónitos Mavericks, incapazes de suster o entusiasmo dos Heat e do seu público. A série estava empatada 2-2 e o jogo 5 estava marcado para o mesmo local.

Com a decisão a aproximar-se, assistiu-se ao jogo mais equilibrado da série, com os Mavericks a conseguirem finalmente reagir aos endiabrados Heat em Miami. Após quatro períodos, o encontro estava empatado e teve de se recorrer a um prolongamento para o resolver. Para a história ficam as grandes exibições de Jason Terry, Josh Howard e Dirk Nowitzki, insuficientes no entanto para ofuscar os 43 decisivos pontos de Dwyane Wade, que garantiram o triunfo dos Heat por 101-100 e a vantagem de 3-2 na série.

Com Jerry Stackouse de regresso (esteve suspenso no jogo 5), os Mavericks pareciam revigorados no regresso a casa e arrancaram para uma vantagem inicial de 14 pontos. No entanto, esta equipa de Miami era bem diferente da que tinha saído do Texas com uma desvantagem de dois jogos, uma semana antes. Impulsionados pela presença defensiva de Alonzo Mouring e voltando a contar com a inspiração de Wade no ataque (36 pts), o conjunto de Miami reagiu e colocou-se em posição de discutir o encontro. Na fase decisiva, veio ao de cima a maior experiência dos Heat e Miami pôde celebrar pela primeira e única vez na sua história o título de campeão da NBA.

Este ano, Heat e Mavs voltam a discutir o título. Será que Miami voltará a festejar? Ou será que desta vez, Dirk Nowitzki  e os seus Mavs, conseguirão por termo ao "unfinished business" de 2006?