A caminhada "Hollywoodesca" do conjunto de Oklahoma City, como a apelidou o treinador dos Spurs, Gregg Popovich, levou os jovens Thunder à final.
Popovich referia-se, no final do jogo 6, ao facto dos Thunder terem eliminado, sucessivamente, Mavericks, Lakers e Spurs, detentores de 10 dos últimos 13 títulos da competição. E na final vão enfrentar outro ex-campeão, seja Miami ou Boston.
É um facto relevante e que comprova a excelência deste jovem conjunto que continua a evoluir de dia para dia.
A série começou sob o domínio dos Spurs com duas vitórias em San Antonio. Foram dois triunfos sem espinhas da equipa texana, que aparentava ter a eliminatória sob controlo. A aposta no jogo colectivo, a capacidade de passe e a procura da melhor solução em cada posse de bola, aliada à qualidade técnica e criatividade dos seus atletas estiveram na base do sucesso dos Spurs nos jogos 1 e 2.
Quando a série se mudou para Oklahoma, os Thunder estavam encostados às cordas, com a desconfortável pressão da desvantagem por 0-2 nos seus ombros. Mas a sua resposta foi notável. Venceram, tambem sem espinhas, os dois jogos em casa e empataram a eliminatória 2-2.
Talvez influenciados pelo estilo de jogo do próprio adversário, algo apontado pelo próprio treinador Scott Brooks que indicou o estudo de vídeos dos Spurs como um dos motivos para a melhoria do jogo ofensivo do seu conjunto, os Thunder foram evoluindo ao longo da eliminatória. E quando se apresentaram para o jogo 5 em San Antonio, eram uma equipa diferente.
O jogo 5, o único em vencido pela equipa forasteira foi o decisivo. Foi mais um desafio disputado com grande intensidade, decidido no quarto período por um imparável Kevin Durant. Não interessou quem lhe apareceu pela frente, Durant foi simplesmente indefensável e conduziu o conjunto ao sucesso, contando com contributos importantes de alguns dos seus escudeiros.
Os Spurs eram vencidos no seu reduto e tinham agora de vencer o jogo 6 em OKC para manter a eliminatória em aberto.
E tudo correu bem nos dois primeiros períodos do jogo 6 para os Spurs. Liderados pelo agressivo Tony Parker, os homens de Popovich venciam por 15 pontos ao intervalo. Mas os Thunder não iam desperdiçar a sua melhor oportunidade para fechar a eliminatória e voltaram com tudo para a segunda parte. Na defesa, conseguiram condicionar as principais armas adversárias, nomeadamente Parker e Ginobili e como quase sempre acontece quando a defesa funciona, o ataque começou tambem a fluir. Do lado contrário, o ataque de San Antonio perdeu a fluidez e apenas Tim Duncan, Stephen Jackson e Tony Parker, a espaços, conseguiam encontrar o caminho do cesto adversário. Foi uma questão de tempo até os Thunder passarem para a frente e a capacidade de resposta de uns Spurs, cuja rotação estava agora limitada a 7/8 elementos, foi insuficiente.
Os Thunder acabaram por vencer aquela que foi, quanto a mim, a melhor eliminatória dos playoffs deste ano. A título individual, muitos foram os que estiveram em evidência nesta série. A começar claro pelo melhor jogador ofensivo da actualidade, Kevin Durant, passando pela evolução do auto-controlo de Russel Westbrook, pelo killer instinct de James Harden, pela eficácia e capacidade defensiva de Serge Ibaka e Thabo Sefolosha, pela presença de Kendrick Perkins e pela experiência de Derek Fisher. Do lado dos derrotados, palavras de elogio para o extraordinário Tony Parker, para o ultra-competitivo Manu Ginobili, para a pedra basilar do conjunto, Tim Duncan, para o talentoso rookie Kawhi Leonard e para o veterano Stephen Jackson, o melhor a jogar sob pressão.
Feitas as contas, os Oklahoma City Thunder estão nas Finais da NBA e aguardam agora pelo vencedor da conferência Este, que poderá ficar decidido já hoje caso os Boston Celtics vençam em casa os Miami Heat. Seja quem for o vencedor do Este, as finais começam no dia 12 de Junho em Oklahoma City.