O nosso campeonato está ao rubro. Depois da recuperação do Treinador Vasco Curado nas últimas semanas, o Jogador Daniel Monteiro regressou à liderança.
Na última jornada, conseguiu acertar em todos os vencedores e ainda na previsão individual de dois jogadores - Brian Morris do Vitória e Chris Lee da Ovarense. Esta semana damos a nossa opinião sobre o tema: “Últimos segundos... O que fazer?”. Deixem também a vossa opinião. Bons jogos!
Resultados da 18ª jornada
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Opinião
Espaço do treinador: Últimos segundos... O que fazer?
Como treinador deveremos ter sempre a equipa preparada para jogar a última posse de bola de um jogo. Tanto no ataque como na defesa.
Analisando a parte ofensiva, deveremos conhecer muito bem a nossa equipa. Perceber as suas hierarquias e saber quais os jogadores que, mentalmente, terão maior facilidade em abstrair-se da pressão inerente ao momento decisivo do jogo.
Depois, as instruções dadas aos atletas deverão ser muito claras. Deve ser dito qual a primeira opção para lançar ao cesto e as opções seguintes caso a defesa reaja para condicionar a primeira opção.
Estas são algumas das questões que os treinadores não poderão esquecer quando estão a instruir os seus atletas para uma posse de bola decisiva no ataque. Convém não esquecer que este também é um momento de grande tensão para os treinadores.
- Treinar! Estas situações deverão ser preparadas em treino. E como, em treino, não conseguimos replicar exactamente a situação de jogo, devemos aproveitar alguns jogos para treinar este tipo de situações.
- Bom espaçamento entre jogadores! Quando optamos por explorar a capacidade de 1X1 de um atleta, este deverá ter espaço para o fazer. O posicionamento dos restantes jogadores deverá ser de forma a manter a defesa “honesta”. Isto é, um defensor não pode ser capaz de ajudar sobre a bola e ainda estar próximo do seu jogador.
- Colocar em campo os jogadores com melhor capacidade de tomada de decisão. Aquele jogador de grande habilidade ofensiva, também pode ser aquele que perde muitas bolas porque arrisca muito. Deverá estar em campo?
- Se o objectivo é marcar, devemos ter em campo os melhores lançadores da nossa equipa, mesmo que algum tenha jogado pouco tempo nesse jogo.
- Devemos lançar nos últimos segundos do jogo. No entanto, deverá haver tempo suficiente para um ressalto ofensivo ou “tapinha”. Se lançarmos a 3/4 segundos do fim, todos os jogadores deverão ir ao ressalto ofensivo.
- Se a jogada se inicia a partir de uma reposição de bola lateral ou final, deveremos assegurar que o jogador que faz a reposição é um bom passador.
- Se o movimento que idealizamos tem bloqueios indirectos e/ou directos devemos instruir os nossos atletas sobre as leituras a fazer caso a defesa opte por “trocar” em todos os bloqueios, o que é uma opção muito utilizada pelas defesas neste tipo de situações.
Em suma, deveremos dar instruções claras aos jogadores, mas são eles que vão tomar as decisões. O nosso trabalho é prepará-los da melhor forma possível.
Espaço do jogador: Últimos segundos... O que fazer?
Os mais recentes jogos que tenho observado da NBA e da NCAA têm sido disputados até ao último segundo e muitos deles até no prolongamento. E tenho reparado que muitos deles são resolvidos com decisões pouco ortodoxas por assim dizer. Lançamento um pouco estranhos que me levam a pensar não ser aquela a ideia do treinador com certeza. Não acredito que o treinador fosse pedir um desconto de tempo para pedir uma jogada com um lançamento de nove metros, ou dando ainda a posse de bola ao adversário. O que me levou a reflectir: como se deve decidir a resolução nos últimos segundos?
Que são os jogadores que jogam todos sabemos, mas a dúvida é se seguem o que lhes diz o treinador ou se fica um pouco ao critério deles? Se analisarmos a NBA, sabemos que jogadores como o Kobe Bryant ou Derrick Rose vão lançar depois de um situação de um contra um. Aí não há grande dúvida sobre a jogada a executar. A bola segue para eles e os outros dão espaço e vão ao ressalto, o trabalho do treinador é pouco. Se olharmos para o basquetebol europeu, vemos que existe normalmente uma jogada desenhada de modo a procurar o lançamento de percentagem alta. Na NCAA a situação é um pouco mais confusa, pois vê-se que têm padrões e conceitos definidos, mas que na maior parte dos casos seguem para o um contra um, não procurando o tal lançamento colectivo.
Então o que será mais indicado? Desenhar as setas para os jogadores andarem sobre carris? Ou deixar que um ou outro jogador decidam o destino da equipa, e consequentemente do seu treinador?
A meu ver depende das características da nossa equipa. Se tivermos alguém na nossa equipa com a capacidade de aparecer nos momentos decisivos, então devemos tentar criar uma situação de vantagem objectiva para esse jogador, de modo a que ele possa usar a sua criatividade. Também depende se ele é capaz de analisar o momento e ver que a vantagem se encontra noutro colega e partilhar a bola e não ter a mania do protagonismo.
Eu pessoalmente enquanto jogador, admiro um treinador que tenha a capacidade de organizar uma situação de lançamento. E de acordo com a nossa realidade de basquetebol penso que é a opção mais válida. Não sou fã dos que escolhem a bola para o americano e o deixam decidir à vontade dele. Até pode ser essa a solução, mas vamos deixar que a equipa consiga criar as melhores condições possíveis para esse ultimo lançamento ter sucesso.
Acredito também que não são muitos os treinadores que treinam situações específicas de últimos segundos com regularidade, e que nem sempre estão preparados para tomar esse tipo de decisões no momento decisivo, relegando para os jogadores as responsabilidades quase totais.
Quem é que nunca ganhou ou perdeu um jogo no último segundo?
Treinador vs Jogador
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Abraços
Vasco Curado (@vcurado) e Daniel Monteiro (@DanielMonteiro4)