Onde estão as diferenças?
 
Faixa publicitária
Localização: HOME BASKET CLINIC TREINADORES CANTO DO TREINADOR ARTIGOS DE OPINIÃO Onde estão as diferenças?

Onde estão as diferenças?

Enviar por E-mail Versão para impressão PDF
Avaliação: / 12
FracoBom 

ANuno Tavares semana trouxe o início da época para a equipa do Liceu de Trinity e para mim trouxe o início de um ciclo infernal de 3 treinos por dia, o que me fez reflectir sobre as diferenças que encontro aqui em relação às que encontro em Portugal.

O pavilhão estava com muitas pessoas para assistir, ao que os americanos chamam a “Midnight Madness” (loucura da meia noite), que é uma tradição muito antiga e marca o início oficial da época desportiva. Sentado no banco vendo a apresentação dos jogadores um a um, dei por mim a pensar no basquetebol de formação norte-americano e no português e conclui o seguinte: não é pela falta de dinheiro que a modalidade no meu pais está quase em coma.

Os americanos são muito orgulhosos, muito patriotas (por vezes até demais) mas têm algo que me orgulho de fazer parte, tudo é feito para proteger e dar as melhores condições aos seus atletas e, a par disso, enquadrar o sistema desportivo e as escolas (igual a clubes) de modo a que todos possam ter as condições para que desenvolvam as actividades com rigor, igualdade e competitividade. Começam por eliminar campeonatos nacionais de sub-14, sub-16 e sub-18 porque, no entender deles, querem que TODAS as equipas joguem o mesmo o número de jogos, sendo que cada escola terá que realizar um número mínimo de 30 jogos, dividindo este numero entre jogos realizados obrigatoriamente com as equipas da sua divisão (que nunca são mais 18 jogos, num sistema de casa e fora) e os restantes jogos até completar os 30, com equipas que a escola escolher, em qualquer zona do pais, ou seja, com isto permite eliminar a obrigação de ter que jogar campeonatos nacionais (que põem frente a frente equipas de zonas distintas) não achando importante definir o melhor dos melhores, e por outro (e penso que é o mais importante) a igualdade de TODAS as equipas realizarem o mesmo número de jogos e ao contrário do que acontece em Portugal, quem não participa em taças ou campeonatos nacionais fica um número absurdo de meses sem competir até chegar o inicio da próxima época, afastando os atletas da modalidade, pois todos sabemos que os jovens podem gostar muito de treinar, mas gostam ainda mais de jogar.

E assim passou a “Midnight Madness” e começou uma semana onde dei entre 6 a 8 horas de treinos por dia, e apercebi-me de duas coisas, não existem exercícios milagrosos por terras do Tio Sam, o que existe são treinadores bem preparados, que conhecem e estudam o jogo, e atletas que tem uma ambição e vontade enorme em tornarem-se cada vez melhores. Juntamos a isto um sistema desportivo que dá condições para que cada jovem que tenha qualidade possa progredir em termos desportivos, educativos e financeiros.

Desta semana concluo que devemos dar as mesmas oportunidades a todas as equipas, sem excepção, e as mais fortes naturalmente irão vencer, agora o que não podemos é continuar a ter constantemente equipas a fazerem 20 jogos e outras (quase sempre as mesmas) a realizarem o dobro. A época vai ser longa, mas basquetebol é basquetebol em qualquer parte do mundo, a bola tem o mesmo peso e tamanho, o cesto está à mesma altura e o campo tem as mesmas dimensões, os atletas terão sempre em si os sonhos de quem deseja conquistar o mundo e tornar-se o próximo grande jogador, nós adultos, temos a obrigação de deixá-los caminhar, sem queimar etapas e, acima de tudo, criar as condições para que todos tenham a oportunidade de competir com as mesmas regras e não termos regras diferentes para as mesmas situações. Se o desporto é uma escola de valores (nos dias de hoje este chavão devia ser congelado) então comecemos por criar igualdade para todos, um dos valores basilares da estrutura de um jovem.

Eu Vejo-te...
Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar

Comentários 

 
0 #7 carvalho 29-10-2012 21:53
Desculpem não concordar com algumas coisas que aqui foram ditas. É necessário de uma vez por todas acabar com o conceito interior. Toda a gente tem direito de praticar desporto e se fossem criados campeonatos logo de uma vez onde por exemplo entra porto, vila real, braga e viseu ( pois a viagem maior é de 1h30) já não havia aqui a questão de querer ou não aceitar. Enquanto se colocarem os "taxos" a frente do basquetebol este nunca vai evoluir
Citar
 
 
+3 #6 jorge duarte 24-10-2012 12:11
Não posso deixar de APOIAR, a intervenção do Nuno Fontes, estou ligado a ABViseu, temos os mesmos problemas,para dar uma competição DIGNA. Com Bragança e Vila Real, e agora com outras as Associações, com o mesmo problema temos lutado para um basquetebol diferente, com maior cobertura nacional, mais qualidade,mas as grandes Associações NÃO querem, que se toque nas suas quintas. É com TRISTEZA que pessoalmente vejo a FPB, queda e muda. è urgente discutir o ACTUAL momento, e o FUTURO da modalidade, relembro alerta do Selecionador Nacional.A todos os que estão na modalidade com GOSTO, não podemos deixar agravar ainda, vamos lutar, organize-se um debate nacional.
Citar
 
 
+10 #5 San Payo Araújo 22-10-2012 18:49
Parte 2

No 15 Jamboree em Santa Maria houve num dia, um momento para perguntas e respostas dos jovens a que pomposamente intitulámos a Assembleia do Jamboree.

Lembro-me como se fosse hoje a questão levantada por um mini do Clube Camões da AB da Guarda quando perguntou á Directora Técnica da AB de Santa Maria; havendo apenas dois clubes na ilha quantos jogos é que se faziam por época?

O jovem ficou muito admirado quando lhe disseram que apesar de serem apenas dois clubes conseguiam fazer cerca de 20 jogos por ano.

Nesse momento o jovem sentiu que quem vivia numa ilha era ele, pois para sua tristeza, apenas fazia 4 a 5 jogos por época.

Obrigado pelas tuas reflexões
Citar
 
 
+9 #4 San Payo Araújo 22-10-2012 18:47
Caro Nuno (1º Parte)

Mais uma bela reflexão, mais um belo artigo
.
Aproveito para dar algumas achegas até porque muito do que aqui está em causa prende-se com questões que já levantei como por exemplo:

1) A reformulação da divisão administrativa do basquetebol que tem de abandonar o conceito completamente ultrapassado de distrito.

2) A evolução da modalidade passa pelo aumento de praticantes e pelo volume de prática treinos e jogos.

3) O facto de se perceber que o que prende um praticante à modalidade é o prazer de jogar.

Posso afirmar que conheço, como poucos, muito bem a realidade do terreno em muitos cantos do país. Para finalizar vou contar uma pequena história que pode ajudar ilustrar a tua reflexão.
Citar
 
 
+1 #3 Nuno Tavares 22-10-2012 14:05
Fernando Gomes,

Concordo com o que disse 100%, existem associações que se juntam a outras vizinhas para continuarem a competir caso não vão a taças ou campeonatos nacionais, mas como disse o Nuno Fonte no comentário em baixo, nem todas as associações são assim. O meu ponto é que não podemos ter associações a fazer de uma maneira e outras a fazer de outra, sei que isto mexe com outros factores como o numero de equipas de cada associação entre outros, mas será que não devemos começar primeiro por ter um sentido de igualdade de regras (o mais possível) para o pais todo e não andando a fazer navegação às vista conforme apare uma onda...Posso estar completamente errado e (como já me chamaram e muito bem) ser um romântico mas não consigo ver outro modelo que não dê as mesmas oportunidades para todos.
Citar
 
 
+4 #2 Fernando Gomes 22-10-2012 09:52
É evidente que a realidade das várias associações é distinta, nomeadamente nas mais pequenas ou afastadas dos centros urbanos, mas em quase todas elas há competições complementares para quem não é apurado para as provas nacionais, muitas vezes juntando associações vizinhas, pelo que a questão do "número absurdo de meses sem competir" não se coloca...

Relativamente aos distritais com poucas equipas há soluções, umas mais dispendiosas outras menos convencionais:

- integrar o campeonato do mesmo escalão numa associação vizinha, como fez o André Resende em Sub19 este ano (mais caro provavelmente pois assemelha-se em termos de deslocações a uma prova nacional);

- integrar as provas masculinas da mesma associação, eventualmente no escalão abaixo, aproximando o nível da equipas existentes (tenho ideia que o Alentejo costunma fazer isto também).
Citar
 
 
+7 #1 Nuno Fontes 22-10-2012 09:07
Que tal começar a passar esta mensagem aos responsáveis federativos? É vergonhoso que por exemplo o distrtial de sub 19 feminino de Vila Real tenha duas equipas e meia. Sim meia! Feita à pressa com atletas cadetes e seniores com muita boa vontade por parte de um terceiro clube, para que as outras duas equipas conseguissem cumprir um campeonato com o mínimo de 4 jogos. É absurdo! Foram apresentadas propostas para alterar o sistema competitivo da formação que visava isso mesmo o aumento do numero de jogos de TODAS as equipas em todos os escalões e de todas as associações. Mas ficou na gaveta! Depois surgem estes campeonatos da TRETA, pois outras associações com maiores responsabilidad es na evolução da nossa modalidade fecham as portas contrariando os regulamentos federativos. Já é tempo de dar a conhecer a VERDADEIRA realidade do nosso basquetebol. Esse exemplo que falas Nuno é mais um modelo. Não se entende com tantos exemplos que temos que continuemos a insistir no ERRRO.
Citar
 
 


Facebook Fronte Page

Buscas no Planeta Basket

Wilson Basketball

  • Treinadores

  • Lendas

  • Resultados

Sample image Canto do Treinador Exercicios, comentários, artigos, etc...ver artigos...

Sample image Lendas de Basquetebol Quem foram as personagens marcantes da modalidade. ver artigos...

Sample image Resultadoos e Classificações Todos os resultados na hora... Ler mais...

Facebook Side Panel

 
Faixa publicitária
Faixa publicitária
Faixa publicitária
Faixa publicitária