Há muito tempo a esta parte muitos treinadores, nacionais e estrangeiros, têm dado relevo aos fundamentos do jogo. Da técnica e tática individual ofensiva e defensiva,
às capacidades motoras gerais e específicas do Basquetebol, “fundamental” é, consensualmente, desenvolver uma filosofia própria para que o ensino dos fundamentos do jogo se traduzam na melhoria das capacidades dos praticantes para jogar.
Na passada semana iniciámos a partilha de 25 ideias para ensinar fundamentos, preconizadas por Juan José Liras. Darei esta semana continuidade ao propósito inicial do artigo, estimulando mais uma vez a capacidade reflexiva do treinador na procura de melhorar o processo de ensino/treino em jovens praticantes.
- 11 – Fomenta a criatividade nos teus praticantes, mostrando-lhes que te agrada que se sintam á vontade para o fazer. Permite e incentiva que tomem decisões, embora nem sempre o resultado seja o ideal, quer por má decisão, quer por ma execução. Caso haja insucesso por má decisão não deixes passar a oportunidade para utilizar a mesma como ferramenta de aprendizagem, quer através do questionamento (porque passaste?) ou por estimulares a que o atleta expresse a solução correta (o que é que o jogo pedia neste momento?).
- 12 – Persegue a perfeição e cuida dos detalhes que realmente são importantes. Insiste para que os atletas iniciem os exercícios em boa posição – equilibrados, com visão alta, pegando corretamente na bola;
- 13 – Não percas muito tempo com os pormenores que não prioritários naquele momento da aprendizagem. Previamente selecciona os pormenores que realmente são prioritários naquele momento, evitando excesso de informação e perda de tempo de prática;
- 14 – Tenta que os jogadores façam o que gostam e os motiva realmente para a modalidade – jogar – não deixando de trabalhar o que tu pretendes. “Engana-os” preparando sessões de treino úteis, atractivas, consciencializando-os que há coisas que têm de ser trabalhadas de forma mais aborrecida. Entre a necessidade de se trabalhar detalhes de forma menos divertida e a possibilidade de introduzir formas mais motivantes de aprendizagem, é importante conseguir consciencializar e motivar o jogador para os benefícios que colherá no futuro, trabalhando.
- 15 – Usa o jogo como ferramenta básica da tua metodologia de ensino dos fundamentos individuais. Conseguirás que se divirtam e motivem para aprender;
- 16 – Deves ser exigente com os teus jogadores, mas também contigo mesmo. Não deixes nada ao acaso ou improvisação e não inventes com a processo a decorrer. Prepara o teu treino e elabora uma adequada e analisada progressão para o trabalho dos fundamentos individuais;
- 17 – Adequa o teu trabalho à idade e capacidades dos teus jogadores. Os conceitos são iguais em qualquer idade e com qualquer experiência, o que se altera é a forma de os treinar. Não caias na armadilha de treinares jovens e crianças tal como treinas os adultos;
- 18 – Tenta ser um modelo eficaz para os teus jogadores. O jogador executará melhor aquilo que vir fazer. Se não consegue ser, recorre a imagens de boas execuções (hoje as novas tecnologias permitem preparar bons modelos de execução).
- 19 – Deverás ser paciente, deixar que os teus jogadores se equivoquem e que melhorem pouco a pouco. Há coisas que não se aprendem de um dia para o outro. O jogador necessita de esforço, compreensão, e paciência. Quando estas três condições se verificam e equilibram, mais tarde ou mais cedo o progresso e a evolução aparecem.
- 20 – Não corrijas a toda a hora. Encontra o momento adequado para corrigir (focaliza a tua intervenção num objectivo apenas) e o momento e forma oportuna para o fazer. Nalgumas situações pode não ser oportuno fazê-lo diante dos companheiros ou no momento em que cometeu o erro.