O eucalipto
 
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O eucaliptoEscrevi no meu artigo da semana passada que, “avaliar as possibilidades das selecções portuguesas nas diversas modalidades sem compreender a sua inserção social

é descontextualizar as comparações, com os riscos de avaliação que daí advém”.

A influência cultural e social duma modalidade, na prestação das selecções de qualquer país é determinante. Não é por acaso que um país, com apenas 10 milhões de habitantes, consegue naquela que talvez seja a modalidade mais difícil de subir ao todo da montanha, o futebol, obter prestações excelentes.

Da mesma forma, também não é por acaso, que um país com a dimensão e riqueza dos Estados Unidos e mais de 200 milhões de habitantes não se tem conseguido impor no futebol, e desde que minimamente se organize, no basquetebol, dificilmente perderá, como se viu neste último Campeonato do Mundo, qualquer das grandes competições internacionais, sejam Jogos Olímpicos ou Campeonatos do Mundo. Por estes exemplos e muitos outros que poderia citar, se vê a influência que o peso social e cultural tem nos resultados desportivos.

O peso do futebol no nosso país permite, que Portugal alcance resultados brilhantes. Estes são possíveis, não fruto da organização desportiva da modalidade, que deixa a desejar em muitas coisas, mas principalmente fruto do peso social e cultural que esta tem no país. Contudo convém realçar que a consistência de resultados e a presença assídua nas fases finais dos Europeus e Campeonatos do Mundo, apenas se verificou a partir de 1996 e depois do trabalho realizado na formação com as gerações que venceram os Mundiais de Juniores de 1989 em Riade e 1991 em Lisboa.

Face ao peso social e cultural, que o futebol assume em Portugal penso não ser muito legítimo comparar apenas em termos de resultados absolutos as prestações do futebol, com as de qualquer outra modalidade, facto que aumenta o valor e significado dos resultados alcançados pelas outras modalidade. Aqui abro uma excepção, ao hóquei em patins, onde é mais fácil alcançar resultados, pois excepto em duas ou três nações, é uma modalidade ou inexistente ou perfeitamente residual nos restantes países.

Contudo estes resultados do futebol que nos enchem de orgulho tem o reverso da medalha. O peso que esta modalidade tem na nossa sociedade é tão grande que absorve e seca tudo à sua volta. O futebol é o eucalipto da actividade desportiva em Portugal, seca tudo à sua volta recursos humanos e financeiros, pelo que qualquer modalidade desportiva tem que crescer e desenvolver-se num terreno social e cultural muito difícil e hostil e marcado pela influência dos três principais clubes de futebol. Para a maioria dos cidadãos deste país falar de desporto é falar de futebol, e falar de futebol é falar do Benfica, Porto e Sporting. O resto é paisagem.

É por esta e por outras razões que defendo, que o basquetebol para se afirmar tem que oferecer, nomeadamente nos escalões de formação algo que marque a diferença do futebol. Se quisermos lutar, como os mesmos modelos e as mesmas armas do futebol a luta é de tal forma desigual, que ficaremos sempre a perder. Temos que nos afirmar como uma modalidade que oferece algo de diferente e aí pode ter um papel crucial o minibásquete, como uma actividade que oferece uma liberdade de acção e igualdade de oportunidades às crianças, maior que qualquer outra modalidade desportiva colectiva. (Ver artigos Porquê Minibásquete em vez de outras modalidades).

Contudo não chega ser melhor e diferente há que saber passar a informação e a mensagem, não apenas das diferenças, mas também do valor dos resultados obtidos pelas nossas selecções. Aí sim a nossa modalidade terá de ser muito mais imaginativa e activa. A título de exemplo não me canso de referir o ano de 2007 em que Portugal obteve o seu resultado mais significativo de sempre um 9º lugar no Europeu de Seniores, e no mesmo ano a selecção de rugby foi ao Mundial não conseguiu uma única vitória, ficou em último lugar e teve com último lugar da competição uma muito maior divulgação e impacto social e cultural no país do que o brilhantismo da prestação da selecção de basquetebol.

O artigo anterior este e os próximos são reflexões em torno do valor do resultado desportivo. O valor e o significado dum resultado desportivo também está na forma como este é divulgado e enaltecido e a este nível temos que ser mais criativos e saber melhorar e dar a conhecer os nossos êxitos.

 

 


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