Com uma sua recente afirmação : "O mais importante, e não me canso de repetir, é ter um modelo de jogo, um conjunto de princípios que proporcionem organização à equipa. A minha intenção centra-se aí, desde o primeiro dia",

José Mourinho ajudou, e de que maneira, a consolidar a nossa convicção sobre a importância de se possuir um modelo de jogo, no momento em que se sagrou campeão da Premier League ao serviço do Chelsea.

No basquetebol, como no futebol - modalidades coletivas -, importará muito e sempre valorizar o jogador e o nível da prática do jogo, que corresponderá a um melhor e mais bem apetrechado desenvolvimento coletivo.

Logo, quando alguns "iluminados" evidenciam o atrevimento de, ao não saber fazer e de não saber estar, considerar o modelo de jogo como uma "treta", como compreender e aceitar ser possível atribuir-se-lhes a responsabilidade de poderem cumprir a nobre missão de ser treinador : encontrar as soluções para os seus jogadores ?!

Surgiu, de facto, em bom momento esta afirmação de José Mourinho sobre a importância do modelo de jogo. Ele que, possuidor de uma lucidez e de uma notável capacidade de liderança, nos faculta esta almofada de relativa segurança na abordagem deste tema.

Tivemos já oportunidade de o referir em artigo anterior que, sem se definir o modelo de jogo, este aparecerá descontextualizado do trabalho de periodização tática a desenvolver, onde deverão ser criteriosamente escolhidos os princípios - conjunto de princípios, sublinha Mourinho - a serem aplicados no ataque, na defesa, nas transições.

A relação que o jogador estabelece entre o modelo de jogo e as situações que ocorrem no jogo, orienta as respetivas opções e a tomada da melhor decisão, momento a momento.

O modelo de jogo faz emergir os problemas, determinar os objetivos da aprendizagem e o progresso dos praticantes, razão pela qual a automatização das ações e a ligação dos elementos técnico-táticos só será possível com muitas horas de treino, de ensaios, de repetições, corrigindo os eventuais erros, em tempo útil.

Com a bússola bem orientada e o farol bem acesso, tomemos o rumo de considerar que a técnica e a tática não podem ser vistas separadamente, antes constituem uma unidade, sendo indissociáveis, condicionando-se e influenciando-se reciprocamente.

Se bem refletido e com plena convicção, assumamos, então, a responsabilidade de, com base no estudo e na experiência adquiridas, implementarmos com segurança o desafio de construirmos um determinado modelo de jogo.

Porque, a propósito, recordar mestre Manuel Sérgio : "Hoje, conhecimento e informação com eficácia, é teoria que a prática confirma a sua utilidade".

Por ora, A "treta" do modelo de jogo está tratada.

Com a intenção de fornecermos um modesto contributo, face à valorização dos nossos mais jovens praticantes, equacionando que conteúdos a serem trabalhados, iniciaremos a 28 de Maio, com uma periodização quinzenal, uma série de artigos a que designaremos de : "Que prática transformadora?".

Queremos contar com a colaboração dos companheiros, no sentido de estabelecermos um compromisso que nos conduza a irmos a jogo. Desafiamos desde já o companheiro Diogo Almeida Santos - temos uma camisola para o melhor cinco, certo? - e todos os outros que, tal como nós, não obstante podermos falhar uma ou outra bandeja, mas também daí a pouco sermos capazes de recuperar uma bola que parecia perdida ou fazer um abafo quando sofrer dois pontos era quase eminente.

Fará todo o sentido, acreditamos nós, dar sem esperar - ou esperando... receber ?!

Até lá, e bom Basket!