A 5ª edição da Festa do Minibásquete aproxima-se a passos largos, e uma das tarefas das Associações participantes no evento é selecionar os jovens que irão representar a sua Associação em Paços de Ferreira. E como seleciona?
Os melhores em função das expectativas dos resultados a curto prazo, ou numa escolha bem mais difícil perspetivando os jovens, que no futuro terão mais possibilidades de alcançar patamares mais elevados? Qual a melhor opção para o basquetebol no país?
As Associações tiveram de encontrar critérios para escolherem a sua representação no evento. Contudo os critérios de escolha podem ser mais amplos, que o resultado imediato ou a difícil escolha de perspetivar o futuro dum jovem.
Em função dos objetivos a que se propõem os critérios variam de Associação para a Associação. Há Associações, numa perspetiva de fomento e captação, que aproveitam este evento para tentar envolver e premiar o maior nº de clubes possível da sua Associação, não escolhendo mais do que um mini por clube.
Penso que a maioria das Associações opta por levar os melhores de momento e essa nem sempre é uma escolha fácil. Contudo bem mais difícil é perspetivar, quem no futuro terá mais capacidade de singrar nas futuras seleções distritais, que estarão presentes na Festa do Basquetebol Juvenil no Algarve.
A título de exemplo dos 6 jogadores masculinos Mini-12, que estiveram em 2011 em Paços de Ferreira na seleção de Lisboa, este ano, quatro anos depois apenas um, o Paulo Caldeira, jogou na seleção de Sub-16 em Albufeira. Seria interessante saber o percurso dos restantes cinco praticantes, que em 2011 foram considerados os melhores da Associação.
Se perspetivar o futuro é a tarefa mais complexa, observar a qualidade dos jogadores é apesar de tudo bem mais simples.
Pessoalmente, quando estou a observar um jogador sem recurso às estatísticas, a testes físicos e antropométricos ou a outras formas de avaliação, onde incido a minha atenção é nos seguintes aspetos.
- Se quero perceber se é bom executante olho para o jogador quando este tem a posse da bola como finta, como lança, como passa ou como dribla.
- Se quero ver a inteligência do jogador e o seu grau de compreensão do jogo, mais do que observar o que faz quando tem a bola na mão observo o que ele faz quando não tem a bola, que espaços procura para receber a bola, que movimentos executa para criar espaços ao portador da bola, etc
- Se quero ver a sua atitude e espírito de equipa e sacrifício, olho para a forma como se entrega às tarefas defensivas.
Como todas as opções, esta também é discutível, mas eu começo por dar mais importância à atitude, depois à inteligência e finalmente ao que é mais visível, a capacidade de execução com a bola. Por detrás desta ordem de prioridade está algo em que acredito; tudo se ensina, mas o que é mais difícil de aprender são atitudes e comportamentos, daí a minha opção.
Comentários
Obrigado pelos vossos comentários
Cara Gilda bem relembrado a importância da assiduidade. A experiência diz-me que os mais assíduos, são normalmente os jovens que mais gostam da modalidade, são aqueles que normalmente abandonam a modalidade mais tarde e que tem mais empenho e gosto na prática do basquete e nestas idades isso também tem de ser reconhecido.
Uma vez mais o que está subjacente é o comportamento e a atitude o mais difícil de ensinar.
Ao contrário do exemplo associativo referido, existiram também associações que dos doze (6M+6F) que foram a Paços de Ferreira em 2013, dez (6M+4F) estiveram em Albufeira nos Sub 14 em 2015.
Oportuno e pertinente artigo.
Escolhamos um caminho e sigamo-lo da forma mais coerente possível.
Adorei este artigo e esta é uma realidade para muitas associações, mas por vezes ainda temos que abandonar estes critérios para selecionar os mais assíduos. Qualquer pretexto (festa de aniversário, férias, outras atividades paralelas, almoço de família, etc) impedem a ida ao treino.
Um abraço, Gilda