Há uma palavra que todos estamos cansados de ouvir: crise. Mas quer queiramos, quer não, por razões que não me cabe agora e aqui referir ela aí está, e as suas repercussões vão se fazer sentir, no ano que vai começar dentro de dias.
Apesar disso os largos milhares de adultos, nos quais envolvo evidentemente os pais dos mais de 9.000 minis inscritos na FPB, 42% do número de praticantes federados, têm razões para acreditar na dinâmica e vitalidade do minibásquete.
É necessário ter a noção, que sem pais, não era possível a existência do minibásquete. Praticamente em todo o país, para além de outras funções que muitos destes exercem no universo do mini, são estes que preocupados com o salutar crescimento e desenvolvimento dos seus filhos se empenham, transportando-os semana após semana, mês após mês para os treinos e jogos. Para eles o meu reconhecimento, referência e primeira homenagem deste texto.
Se infelizmente a crise se faz sentir no basquetebol sénior onde o número de equipas tem diminuído, felizmente, em grande parte, fruto da preocupação e consciência da importância da formação dos seus filhos, o minibásquete continua a dar sinais de vitalidade. Se nas maiores regiões urbanas do país, Lisboa e Porto, muito por acção das suas Associações e dos seus clubes, o minibásquete continua a dar sinais encorajadores de crescimento, também no resto do país o basquetebol continua a crescer, através do minibásquete, chegando já no decorrer desta época a concelhos onde não existia a prática federada, como Condeixa, Sesimbra Esposende e Alfandega da Fé.
Nesta perspectiva de captação e divulgação da prática do minibásquete temos de tirar o chapéu à Associação de Basquetebol do Porto, que apesar de ser de longe a que maior número de clubes e equipas de minibásquete tem, continua muito empenhada no desenvolvimento do minibásquete. O grande investimento, que implica não apenas empenhamento, mas recursos financeiros, que a AB do Porto está a fazer, para conseguir ter minibásquete nos 20 concelhos do seu distrito, é um esforço digno de realce, projecto que será brevemente relatado através duma entrevista, ao Carlos Cerqueira Vice-Presidente e em simultâneo Presidente do Comité Distrital de Minibásquete da ABP.
Depois de ter elogiado os pais das crianças que jogam minibásquete, o empenho das Associações e dos clubes, terei de forçosamente referenciar as largas centenas de treinadores, que dedicam o seu tempo ao ensino do jogo aos mais novos. Já pensaram que o facto o minibásquete ter mais de 42% nos torna provavelmente no grupo mais alargado de treinadores da modalidade. Esta é sem dúvida uma enorme responsabilidade. A vitalidade do mini com o envolvimento de tanta gente continua a dar-nos razão, quando dizemos que em qualquer projecto, o mais importante são as pessoas.
Há poucas semanas o coordenador da formação do Benfica Goran Nogic, que já trabalhou em clubes de várias Associações da região sul do país, Lisboa, Algarve e Setúbal, numa entrevista ao Planetabasket, deu a entender que ainda havia muita coisa a melhorar, mas que na sua opinião o basquetebol estava muito melhor que há um década atrás, quando chegou a Portugal. Estamos convictos, que a dinâmica de tanta gente que está envolvida no universo do minibáquete, tem dado o seu forte contributo para tal facto. Cabe-nos a todos, apesar da crise, continuar a contribuir para essa melhoria e termino, como não podia deixar de ser, com a frase que mais gosto de proferir, não nos devemos esquecer, que no minibásquete o mais importante são as crianças, para elas e para todos os seus familiares e para toda a família do basquetebol um voto de bom ano, pois pior que a crise é o minibásquete não ser encarado como um sinal de esperança.
