Regressado do período merecido de férias, em nenhum momento estive verdadeiramente alheio ao que basquetebolisticamente foi sucedendo, nomeadamente com as nossas seleções.
A oportunidade gentilmente proporcionada pela equipa técnica nacional para assistir a alguns treinos da seleção nacional de seniores, a possibilidade de assistir em direto aos jogos dos Campeonatos Europeus de sub 20, sub 18 e sub 16 femininos e o privilégio de ter podido colaborar no 1º Fórum do Desporto de Santa Maria foram sem dúvida pontos atractivos que complementaram as minhas férias.
Cada um destes momentos teve um factor em comum que não posso deixar de referir e valorizar – O Património Humano. Por muito que possamos valorizar a componente desportiva subjacente é a componente humana que perdurará, expressa em comportamentos, atitudes, formas de estar, reconhecimento do valor.
Assim e relativamente à nossa seleção nacional de seniores uma palavra para a intensidade, o empenho, a seriedade de todos os jogadores que tive oportunidade de ver em treino e que, certamente, dignificaram o nosso país, a nossa seleção e a nossa modalidade. Independentemente de, como técnicos, ou técnicos de bancada, podermos encontrar fragilidades técnico-táticas, diferenças físicas, encontramos uma massa crítica que, neste momento da modalidade, encontra motivação e energia para representar e valorizar a nossa representatividade internacional. Associemos este facto à exigência e rigor implementados pela equipa técnica. Esperemos muito sinceramente que a nossa competitividade nos possa trazer boas coisas ao nível desportivo.
Relativamente às nossas seleções femininas referir que o brilhante segundo lugar das sub 16 é a cereja no topo de um bolo que há muito procura mostrar o quão adequada é uma aposta no basquetebol feminino, invertendo a tendência para a diminuição do número de praticantes femininas e valorizando o potencial evidenciado por mais do que uma geração de jogadoras.
A componente humana está na alegria e na capacidade de liderança de um grupo, personalizada na atleta Beatriz Jordão. A Beatriz é uma jovem que, acima do seu potencial como jogadora, irradia alegria e uma vitalidade que em muito embelezou este desempenho desportivo histórico. A sua postura em grupo, a sua lealdade são-me sobejamente conhecidas pelo que me expresso com perfeito conhecimento de causa. Não obstante todo o contributo das restantes colegas de seleção e da competência do Agostinho Pinto e da Teresa Barata, permitam-me realçar o quão valioso património humano emergiu desta participação europeia.
Por último realçar a iniciativa desenvolvida pela Associação de Basquetebol de Santa Maria (ABSM), evento que, muito para além do seu valor formativo e pedagógico, possibilitou a agentes desportivos de várias áreas e modalidades unirem-se para valorizarem as suas competências. Numa perspetiva de cooperação Andebol e Basquetebol procuraram melhorar o processo que os conduzam a competir melhor. Humanamente terei de destaca a capacidade mobilizadora do presidente da ABSM, Armando Soares, enquanto mentor deste evento, A sua forma muito particular e atenciosa de receber as pessoas na sua ilha e os propósitos subjacentes a realização desta iniciativa tem qualidades humanas que ficaram bem patentes nos 4 dias passados nesta bonita ilha do Arquipélago dos Açores.
O Basquetebol enquanto modalidade de equipa terá, na minha opinião, tanto mais valor quanto mais unir as pessoas e valorizar o património humano decorrente do envolvimento das pessoas em prol de boas causas. Podemos ganhar muitos títulos, muitos jogos e sermos de topo no que de competitivo quisermos valorizar. Mas no final ficarão sempre vincadas as amizades, os laços de cumplicidade e o valor humano das pessoas envolvidas. Quem se dissociar desta ideia, creio poder ter de optar por se envolver em atividades de índole meramente individual. Podendo até correr o risco de ficar a jogar sozinha.
