A recuperação do Guifões começou em casa, num Pavilhão Municipal com excelentes condições e com uma assistência e um ambiente de fazer inveja a muitos jogos da LPB e da Proliga. Ambas as equipas tiram bem partido da capacidade de lançamento de longa distância dos seus jogadores interiores, e foi dessa forma que o jogo começou, com um triplo para cada lado. Mas os da casa apresentaram desde o início uma variedade de soluções no ataque que os visitantes não conseguiram encontrar. O Guifões alternou cestos de 3 pontos com concretizações a partir de posições interiores, e na defesa conseguiu proteger a sua zona de tal forma que o Vale de Cambra em todo o 1º período apenas marcou de triplos e da linha de lance livre, e só conseguiu o seu 1º cesto de 2 pontos após 14 minutos de jogo. O 1º período terminou com o Guifões na frente (19-13). No 2º o Guifões manteve o domínio, com dois triplos logo de início, e quando o Vale de Cambra concretizou em ataque rápido a meio do período, um desconto de tempo veio imediatamente quebrar o entusiasmo dos visitantes continuando a vantagem dos da casa a aumentar até aos 16 pontos (39-23) com que terminou a 1ª parte. Apesar da predominância de adeptos da equipa da casa, foi a claque do Vale de Cambra que dominou o pavilhão do ponto de vista sonoro, sem desanimar nem mesmo quando a diferença passou dos 20 pontos no decurso do 3º período. A qualidade do jogo baixou neste período, com o Vale de Cambra a entrar com vontade de recuperar mas a incorrer em sucessivos erros no ataque, e com o Guifões a revelar dificuldades em se entender com a defesa zona dos visitantes. No 3º período marcaram-se apenas 20 pontos e a vantagem do Guifões aumentou para 19 (51-32). No último período, após 5 pontos para cada lado nos primeiros 2 minutos, o Guifões, com 2 jogadores excluídos e outros 2 com 4 faltas, resolveu jogar pelo seguro e controlar o mais possível todas as posses de bola. Mesmo sem marcar pontos durante mais de 6 minutos, o Guifões limitou a recuperação do Vale de Cambra, e a 1 minuto e meio do fim vencia por 12. A partir deste momento os visitantes passaram a utilizar o recurso às faltas para parar o cronómetro. A percentagem de lances livres do Guifões não foi das melhores mas o controlo das posses de bola continuou eficaz, garantindo no final a vitória de uma forma segura (61-52).
A vitória do Guifões no jogo 2, não constituindo uma surpresa, não era o suficiente para retirar o favoritismo na eliminatória ao Vale de Cambra, que mantinha a vantagem do factor casa. Mas o jogo 3 não confirmou esse favoritismo. O Guifões aproveitou a embalagem da vitória caseira e foi a Vale de Cambra vencer de novo por (63-69), triunfando na final Norte (2-1).
Ao contrário do Guifões, a reviravolta do Algés na eliminatória começou fora, com a vitória no jogo de sábado por margem mínima (51-53), para terminar em casa com uma vitória folgada mas de forma nenhuma facilitada (66-46). Depois de perder a oportunidade de fechar a eliminatória em casa, o Micaelense veio a Algés determinado em repetir a proeza do jogo 1, e a entrega à luta por parte dos seus jogadores foi absolutamente exemplar. O 1º período registou elevado número de perdas de bola e lançamentos falhados por parte de ambas as equipas, além de baixíssima percentagem de lances livres por parte do Micaelense. O Algés usou bem a pressão na defesa para limitar a acção ofensiva dos visitantes e conseguir alguns roubos de bola, mas sem tirar todo o partido possível da sua qualidade defensiva. No final do 1º período, vantagem do Algés (15-7). No 2º período o Algés conseguiu levar a diferença até 17 pontos, aproveitando bem algumas falhas defensivas e erros na condução da bola por parte do Micaelense. A equipa de S. Miguel esteve nesta altura à beira do KO, mas fazendo apelo às reservas de energia conseguiu parar o afastamento do Algés e conter a diferença nos 14 pontos no final da 1ª parte (32-18). O panorama não se alterou no 3º período, com a diferença a manter-se (49-35) e até a reduzir-se para 9 pontos nos primeiros 2 minutos e meio do 4º período. Mas a partir daqui só deu Algés. Um triplo a 4 minutos do fim colocou a diferença em 14 pontos e serenou os da casa, que não cometeram desta vez os erros do final do jogo 1. Até ao fim o Algés dilatou ainda o resultado até aos 20 pontos de avanço com que terminou o encontro (66-46). Com uma rotação mais limitada, o Micaelense foi mais sensível à sequência de dois jogos em dias seguidos, e as dificuldades físicas foram-se acentuando ao longo do jogo. Tem no entanto de considerar-se notável a carreira neste Play-Off de uma equipa que veio do 7º lugar da fase regular, ultrapassou Montijo e Atlético, e esteve a um passo, no jogo 2, de vencer a final de Zona. Pelo seu lado o Algés, sem ter atingido no Play-Off final a qualidade que evidenciou em várias jornadas da fase regular, usou bem os seus pontos mais fortes, maiores possibilidades de rotação e agressividade da defesa, para justificar plenamente a vitória que na época passada outra equipa dos Açores lhe havia retirado.
Garantida a subida à Proliga, Algés e Guifões disputam no próximo domingo num único jogo o título de campeão do CNB1
Final do CNB1 - Dia 30 de Maio
Guifões-Algés às 16.00h no Pav. Mun. de Pousos
Localização do Pavilhão aqui.
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